A invocação mais comum, transmitida pelos monges do Sinai, da Síria e do monte Athos, tem a seguinte forma: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tende piedade de mim, pecador”, usando às vezes o complemento "Vivo", em alusão à confissão de São Pedro, resultando em: “Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador”. Através da simples repetição desta fórmula, feita com entrega e devoção sincera, o coração do devoto fiel se põe em consonância com a infinita Misericórdia de seu amado Criador e Salvador.
Quando se ama profundamente uma pessoa, como quando a noiva está apaixonada por seu noivo, diz o seu nome de um modo diferente; e o diz muitas vezes. Não é como quando chama outra pessoa qualquer: ao pronunciar o nome do bem amado, é como se o estivesse chamando, louvando suas qualidades, aquelas que a tornam cativa do seu amor, e mais e mais apaixonada fica quanto mais clama por ele; de fato, parece declarar o seu amor a cada vez que pronuncia o nome do amado. O tom de voz muda, o coração se entrega.
Assim também todo membro da Igreja, – a Noiva do Cristo, Cordeiro de Deus e Salvador do mundo, – ao pronunciar o santo Nome de Jesus, deve fazê-lo com o mais ardente e agudo amor de que sua alma é capaz, com o mais profundo desejo por sua Presença e Graça. O Amor é a Força que define a Divindade. Assim o Apóstolo João resumiu Deus (cf. IJo 4,8-16). Desse Ser, que é Amor, enquanto cristãos, nós participamos. Pronunciar o Nome do Senhor é clamar sua Pessoa, sua Graça, sua Luz, sua Força restauradora: quando o invocamos, suplicamos pelo Nome à Pessoa, implorando sua Ajuda e Misericórdia.
A Oração da Invocação do Nome de Jesus remonta aos primeiros tempos da Igreja e às práticas dos primeiros monges, sendo anterior até mesmo à prática do santo Rosário. Diadoco de Fotice1, já no século IV, escreveu: “O que não cessa de meditar, nas profundezas de seu coração, no Nome santo e glorioso de Jesus, poderá ver um dia a Luz em seu espírito”.
A origem da prática, porém, é muito mais antiga. Sua fonte primária está nos Evangelhos, em pelo menos três passagens:
A primeira, a súplica do cego de Jericó, que gritava com insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” (10, 46-52). Pela sua fé foi curado e então "seguiu Jesus pelo caminho".
A segunda, o clamor dos dez leprosos nas terras de Samaria: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!” (Lc 17,11-14), e todos eles foram curados, graças à sua fé no clamor pelo Nome do Senhor.
A terceira, o exemplo do humilde publicano, que no Templo batia no peito e repetia: “Ó Deus, tem piedade de mim, pecador!”... E Jesus declara que este voltou para casa justificado, pois “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (Mc 10,47 / Lc 17,11-14;18-13).
A Oração de Jesus é de uma maravilhosa versatilidade: apesar de ser ideal para iniciantes, ao mesmo tempo conduz aos mais profundos mistérios da vida contemplativa. Pode ser usada por qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar: nas salas de espera, nas filas, andando, viajando, no trabalho, quando não se consegue dormir à noite ou em momentos de especial ansiedade, quando é impossível concentrar-se em outros tipos de oração. Ajusta-se perfeitamente ao conselho evangélico de orar incessantemente. É o caminho mais simples da oração contínua. Repetida várias vezes por um coração humildemente atento, ela não se dispersa numa torrente de palavras (Mt 6,7), mas conserva a Palavra e produz fruto pela perseverança.
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Os ortodoxos acreditam que o Poder de Deus está presente no Nome de Jesus, de forma que a invocação ao divino Nome atua "como um sinal efetivo da Ação de Deus, como uma espécie de Sacramento" ('Un Moine de l'Église d'Orient, La Priére de Jésus', Chevetogne, 1952, p. 87).
Tanto aqueles que a recitam continuamente quanto os que a recitam ocasionalmente têm, na Oração de Jesus, uma grande fonte de segurança e júbilo. Citando o Peregrino russo:
“E é assim que eu ando agora e, incessantemente, repito a Oração de Jesus, que é para mim mais doce e preciosa do que qualquer outra coisa no mundo. Às vezes, eu ando até 43 ou 44 milhas num dia e nem sinto que estou caminhando. Tenho consciência apenas de estar recitando minha oração. Quando o frio intenso me penetra, começo a recitar minha oração com mais intensidade e, rapidamente, me aqueço todo. Quando a fome começa a me perturbar, chamo mais frequentemente o Nome de Jesus e esqueço minha vontade de comer. Quando fico doente e o reumatismo ataca minhas costas e pernas, eu fixo meus pensamentos na oração e não sinto a dor. Se alguém me faz mal, tenho apenas que pensar: 'como é doce a Oração de Jesus', e tanto o ferimento quanto a raiva passam e esqueço tudo... Agradeço a Deus porque agora compreendo o significado destas palavras ouvidas na Epístola: 'Rezai sem cessar' (1Ts 5, 17).” ('O Caminho do Peregrino', p.17-18)
Jesus ensinou: “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Na história da espiritualidade, encontramos santos que não se cansavam de repetir o Nome de Jesus, para manter no coração, continuamente, a Presença do Bem-Amado Salvador. Podemos e devemos rezar em todos os lugares e situações, pois ninguém poderá nos impedir de pensar em Jesus. E quem ama o Filho de Deus, torna-se mensageiro desse Amor em todos os lugares, sempre.
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1. RIGGI C. Diadoco de Fótice en Di Berardino, Angelo, Diccionario Patrístico y la Antigüedad Cristiana, Tomo I, 2ª Ed. Verdad e Imagen, Salamanca, 1991.
Fontes e ref. bibliográfica:
• A Invocação do Nome de Jesus [um Monge da Igreja Oriental], 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2008.
• SCIADINI, Patrício, OCD. Catecismo da Oração, 2ª ed. São Paulo:Loyola, 2002.
• O «'Rosário' Ortodoxo, a Oração de Jesus», artigo do Bispo Kallistos Ware, em [ecclesia.com.br/biblioteca/espiritualidade/o_rosario_ortodoxo_kalistos_ware.html], acesso 7/7/015
ofielcatolico.com.br
Essa forma de oração é fantástica, simples e valiosa. Por isso vale a pena a gente rezar diuturnamente.: Jesus filho do Deus vivo, tende piedade de nós.
ResponderExcluirQueria deixar um testemunho meu, me graduei em engenharia mecânica em dezembro de 2014, porem fiquei desempregado desde que me formei, desde então era muito humilhado constantemente pela minha sogra que é protestante, ela dizia que eu era católico por isso não arrumava emprego que para os " evangélicos " não existe crise e varias outas ofensas, mais nunca perdi a fé na Igreja Católica, e na misericórdia infinita de Deus, uma noite depois de uma ofensa muito grande sofrida lembrei-me desse post e dessa oração simples mais poderosa, e em lagrimas e pranto a repeti durante uns 40 minutos, Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” e Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador! repeti muitas vezes até me acalmar e logo, depois disso tive a certeza que Deus iria atender as minha suplicas, não pelos meus merecimentos mais pela sua infinita misericórdia, graças a Deus depois de um árduo processo seletivo de prova e muitas entrevistas fui contratado e começo a trabalhar agora dia 1 de outubro, louva seja o nosso senhor Jesus Cristo, e muito obrigado apostolado o fiel católico que foi por onde conheci essa simples e poderosa oração.
ResponderExcluirEm lágrimas e pranto estou eu, Bruno, lendo seu depoimento. É para isso que trabalhamos neste apostolado, às vezes lutando contra muitas e aparentemente intransponíveis obstáculos, porque nada é fácil neste mundo.
ExcluirEu também já vivi experiências mais ou menos semelhantes a esta que você se dignou a vir compartilhar conosco, com esta oração brevíssima e tão singela. Sou eu que agradeço por você ter tornado o meu dia mais feliz e por ter fortalecido ainda mais a minha convicção de que estou no caminho certo.
Que Nosso Senhor lhe abençoe e guarde, e que Maria Santíssima sempre interceda por católicos exemplares como você.
[E não se importe em responder à sua sogra: os verdadeiros cristãos se reconhecem pelo exemplo, pela caridade e pela fé inabalável, que nunca decepciona]
Um forte e fraterno abraço deste seu irmão
Henrique Sebastião
Apostolado Fiel Católico
Caro Bruno, irmão em Cristo Jesus,
ExcluirLouvado seja Deus!
Belo exemplo de vida, de coragem, abnegação e fé. Creia! O Nosso Deus é misericordioso, bondoso e generoso com os seus filhos, pois, “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecl 3, 1). E para nós católicos não é diferente.
Qual o católico que ainda não passou por estas reprovações oriundas dos ditos “irmãos evangelicos” ?
Graças a Deus, na minha família não sofri nenhuma descriminação por ser um católico, somos todos católicos na graça de Deus! Mas, na minha longa vida castrense, fui também varias vezes pisoteado por este tipo que se diz “cristão”.
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador!
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador!
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo, tende piedade de mim, pecador!
(...)
Este Apostolado é uma presença do Filho de Deus Vivo em nossas vidas!
Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve o Apostolado “O Fiel Católico”!
Tenha certeza Henrique Sebastião e todos do apostolado o fiel católico que vocês realizam uma obra muito grande a todos nós que buscamos aprofundar a nossa fé e a todos que buscam a verdade, ter conhecido esse blog foi muito importante para mim, que sempre buscava respostas as acusações e buscava conhecimento da Doutrina Católica, vocês estarão sempre presentes em minhas orações, que Nosso Senhor lhes de força, sabedoria e entendimento para continuar essa obra maravilhosa e que Maria nossa mãe os cubra com seu manto sagrado, um abraço carinhoso a todos vocês continuem firmes na luta, agora poderei assinar a revista rsrsrs.
ExcluirPaz e Bem !
Emocionada com esse testemunho!
ResponderExcluirDeus continue abençoando esse Apostolado mais e mais!