Como surgiu o papado? O Papa é infalível? Quais as funções e a importância do Sumo Pontífice para a nossa fé?
SABEMOS QUE O PAPA é o supremo representante da autoridade da Igreja, para ensinar e zelar pela guarda da verdadeira doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas de onde vem tão grande e importante autoridade? Como todo cristão deve saber, essa autoridade foi dada diretamente pelo Filho de Deus, num ato que ficou registrado de maneira bastante clara nos Evangelhos, para que ninguém tivesse dúvidas.
No capítulo 16 do Evangelho segundo S. Mateus, Vemos que Pedro é o discípulo que primeiro compreende a Natureza divina de seu Mestre, e que tal entendimento lhe é dado como Dom de Deus, não é fruto de sua própria capacidade intelectual meramente humana. Em resposta, Jesus lhe dá um novo nome, junto com uma nova e importantíssima missão: Simão filho de Jonas se torna a Pedra (‘Pedro’ no português), sobre a qual será edificada a Igreja do Senhor neste mundo. E confirmando o que acabara de declarar, Jesus ainda entrega a este mesmo Pedro as Chaves do Reino dos Céus, e declara que tudo que ele ligar ou desligar na Terra será ligado ou desligado no Céu (Mt 16, 15ss).
Mais claro do que isso, impossível. Jesus instituiu a sua Igreja, – que é uma e indivisível, – sobre Pedro, e lhe conferiu autoridade sobre esta Igreja.
Infelizmente, porém, existem os que não compreendem (outros que não querem compreender) esta passagem tão essencial dos Evangelhos: chegam a dizer que Jesus não se referiu a Pedro como Pedra Fundamental, e sim a si mesmo, Jesus, que é chamado de “Pedra Angular” no Livro dos Atos dos Apóstolos (4, 11).
A declaração do Senhor, porém, é tão direta e tão objetiva que é difícil entender como alguém poderia se confundir a seu respeito. Primeiro, Jesus chama Simão de “Pedro”, isto é, “Pedra”; ao mesmo tempo, na mesma frase, diz que sobre aquela Pedra edificaria a sua Igreja, e ainda concede a este que chama “Pedra” as Chaves do Reino do Céu, dando-lhe autoridade para “ligar” ou “desligar” na Terra e no Céu! Do que mais precisamos para aceitar que Jesus concedeu autoridade a Pedro sobre sua Igreja, que ali nascia?
É claríssimo, é mais do que óbvio que se Jesus estivesse dizendo que era Ele mesmo esta “Pedra”, diria simplesmente “Eu sou a Pedra”, assim como fez quando disse “Eu sou a Porta”, “Eu sou o Bom Pastor”, “Eu sou a Ressurreição e a Vida”, etc. E, claro, não faria sentido nenhum concluir a sua declaração entregando a Pedro as Chaves do Reino dos Céus.
A autoridade de Pedro, o primeiro Papa, é representada pelas Chaves do Reino dos Céus, ou seja, o Cristo o autoriza a tomar as decisões doutrinárias da Igreja, que viria a se tornar Católica, isto é, Universal, de todos, e não só para o povo de Israel. De Pedro deveriam partir as decisões e orientações para todas as comunidades da Igreja primitiva, como vemos em At 16, 4-5: “Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos Apóstolos e anciãos em Jerusalém”.
Os Apóstolos foram os 12 discípulos que Jesus escolheu para transmitir sua Mensagem ao mundo. “Apóstolo” não é alguém que lê a Bíblia, interpreta ao seu modo e aluga um salão para chamar de “igreja”. Não! Os Apóstolos e os anciãos formaram o primeiro clero, foram os primeiros sacerdotes. Vemos nos Evangelhos (Mc 3,13-19, MT 10,1-4, Lc 6,12-16) que Jesus escolheu doze Apóstolos entre seus discípulos; os que não foram escolhidos permaneceram na condição de fiéis. A palavra “Papa”, significa “pai”, e alude à paternidade espiritual sobre a grande comunidade cristã na Terra. Temos o Pai Maior no Céu, que é Deus Criador e Todo-Poderoso, e um pai espiritual terreno, que nos foi designado pelo próprio Filho de Deus.
O termo “Papa” surgiu como um título carinhoso dado ao Bispo de Roma durante o crescimento da Igreja, ainda no tempo do Império Romano, e que permanece até hoje. A palavra provém possivelmente do latim Papa, do grego πάππας, que se diz Pappas, uma palavra carinhosa para pai).
O primeiro Papa já usava a sua autoridade sobre a Igreja Por exemplo, em Atos dos Apóstolos vemos que alguns fariseus recém-convertidos ao cristianismo diziam que era necessário circuncidar os pagãos e lhes impor a Lei de Moisés antes de aceitá-los como cristãos. Começou uma grande discussão. Ficou acertado que Paulo, Barnabé e outros iriam resolver a questão com os Apóstolos e anciãos numa reunião em Jerusalém. Reuniram-se, e depois de uma grande discussão, a Bíblia diz que Pedro se levantou e falou a todos: “‘Irmãos, sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho... (...) Por que provocais a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais e nem nós mesmos podemos suportar? Nós cremos que pela Graça seremos salvos, exatamente como eles’. E toda a assembléia o ouviu silenciosamente” (At 15, 1-12).
É por isso que cristãos não circuncidam seus recém-nascidos: Pedro aboliu a circuncisão, com a autoridade que o próprio Cristo lhe deu.
O primeiro documento conhecido dado por um Papa é o de Clemente I, ainda do primeiro século, e trata da intervenção numa disputa em Corinto, Grécia. Já no século II, Santo Inácio, e algum tempo depois Santo Ireneu, enfatizaram a posição única do bispo de Roma. O papado é uma das instituições mais antigas e duradouras do mundo, e, sejamos católicos ou não, teremos que reconhecer que teve uma participação proeminente na história da humanidade. De S. Pedro até Francisco foram 267 Papas, numa sucessão apostólica direta, que nunca foi interrompida, por mais que muitos ditadores e inimigos da Igreja tenham lutado contra ela. A Profecia do Senhor nunca deixou de se cumprir: o Inferno não prevalece contra a Igreja edificada por Ele!
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Fontes bibliogáficas:
• CONGAR, Yves. Igreja e Papado. São Paulo: Loyola, 2007;
• HACKMANN, Geraldo L. Borges. A Amada Igreja de Jesus Cristo. São Paulo: EdiPUCRS, 1997.
ofielcatolico.blogspot.com
SABEMOS QUE O PAPA é o supremo representante da autoridade da Igreja, para ensinar e zelar pela guarda da verdadeira doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas de onde vem tão grande e importante autoridade? Como todo cristão deve saber, essa autoridade foi dada diretamente pelo Filho de Deus, num ato que ficou registrado de maneira bastante clara nos Evangelhos, para que ninguém tivesse dúvidas.
No capítulo 16 do Evangelho segundo S. Mateus, Vemos que Pedro é o discípulo que primeiro compreende a Natureza divina de seu Mestre, e que tal entendimento lhe é dado como Dom de Deus, não é fruto de sua própria capacidade intelectual meramente humana. Em resposta, Jesus lhe dá um novo nome, junto com uma nova e importantíssima missão: Simão filho de Jonas se torna a Pedra (‘Pedro’ no português), sobre a qual será edificada a Igreja do Senhor neste mundo. E confirmando o que acabara de declarar, Jesus ainda entrega a este mesmo Pedro as Chaves do Reino dos Céus, e declara que tudo que ele ligar ou desligar na Terra será ligado ou desligado no Céu (Mt 16, 15ss).
Mais claro do que isso, impossível. Jesus instituiu a sua Igreja, – que é uma e indivisível, – sobre Pedro, e lhe conferiu autoridade sobre esta Igreja.
Infelizmente, porém, existem os que não compreendem (outros que não querem compreender) esta passagem tão essencial dos Evangelhos: chegam a dizer que Jesus não se referiu a Pedro como Pedra Fundamental, e sim a si mesmo, Jesus, que é chamado de “Pedra Angular” no Livro dos Atos dos Apóstolos (4, 11).
A declaração do Senhor, porém, é tão direta e tão objetiva que é difícil entender como alguém poderia se confundir a seu respeito. Primeiro, Jesus chama Simão de “Pedro”, isto é, “Pedra”; ao mesmo tempo, na mesma frase, diz que sobre aquela Pedra edificaria a sua Igreja, e ainda concede a este que chama “Pedra” as Chaves do Reino do Céu, dando-lhe autoridade para “ligar” ou “desligar” na Terra e no Céu! Do que mais precisamos para aceitar que Jesus concedeu autoridade a Pedro sobre sua Igreja, que ali nascia?
É claríssimo, é mais do que óbvio que se Jesus estivesse dizendo que era Ele mesmo esta “Pedra”, diria simplesmente “Eu sou a Pedra”, assim como fez quando disse “Eu sou a Porta”, “Eu sou o Bom Pastor”, “Eu sou a Ressurreição e a Vida”, etc. E, claro, não faria sentido nenhum concluir a sua declaração entregando a Pedro as Chaves do Reino dos Céus.
“E Simão, respondendo, disse: ‘Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo'. E Jesus, respondendo, disse-lhe: ‘Bem-aventurado és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue que te revelaram isto, mas meu Pai, que está nos Céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro (Pedra), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja: as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos Céus; tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.’" (Mateus 16, 15-19)
A autoridade de Pedro, o primeiro Papa, é representada pelas Chaves do Reino dos Céus, ou seja, o Cristo o autoriza a tomar as decisões doutrinárias da Igreja, que viria a se tornar Católica, isto é, Universal, de todos, e não só para o povo de Israel. De Pedro deveriam partir as decisões e orientações para todas as comunidades da Igreja primitiva, como vemos em At 16, 4-5: “Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos Apóstolos e anciãos em Jerusalém”.
Os Apóstolos foram os 12 discípulos que Jesus escolheu para transmitir sua Mensagem ao mundo. “Apóstolo” não é alguém que lê a Bíblia, interpreta ao seu modo e aluga um salão para chamar de “igreja”. Não! Os Apóstolos e os anciãos formaram o primeiro clero, foram os primeiros sacerdotes. Vemos nos Evangelhos (Mc 3,13-19, MT 10,1-4, Lc 6,12-16) que Jesus escolheu doze Apóstolos entre seus discípulos; os que não foram escolhidos permaneceram na condição de fiéis. A palavra “Papa”, significa “pai”, e alude à paternidade espiritual sobre a grande comunidade cristã na Terra. Temos o Pai Maior no Céu, que é Deus Criador e Todo-Poderoso, e um pai espiritual terreno, que nos foi designado pelo próprio Filho de Deus.
O termo “Papa” surgiu como um título carinhoso dado ao Bispo de Roma durante o crescimento da Igreja, ainda no tempo do Império Romano, e que permanece até hoje. A palavra provém possivelmente do latim Papa, do grego πάππας, que se diz Pappas, uma palavra carinhosa para pai).
O primeiro Papa já usava a sua autoridade sobre a Igreja Por exemplo, em Atos dos Apóstolos vemos que alguns fariseus recém-convertidos ao cristianismo diziam que era necessário circuncidar os pagãos e lhes impor a Lei de Moisés antes de aceitá-los como cristãos. Começou uma grande discussão. Ficou acertado que Paulo, Barnabé e outros iriam resolver a questão com os Apóstolos e anciãos numa reunião em Jerusalém. Reuniram-se, e depois de uma grande discussão, a Bíblia diz que Pedro se levantou e falou a todos: “‘Irmãos, sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho... (...) Por que provocais a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais e nem nós mesmos podemos suportar? Nós cremos que pela Graça seremos salvos, exatamente como eles’. E toda a assembléia o ouviu silenciosamente” (At 15, 1-12).
É por isso que cristãos não circuncidam seus recém-nascidos: Pedro aboliu a circuncisão, com a autoridade que o próprio Cristo lhe deu.
O primeiro documento conhecido dado por um Papa é o de Clemente I, ainda do primeiro século, e trata da intervenção numa disputa em Corinto, Grécia. Já no século II, Santo Inácio, e algum tempo depois Santo Ireneu, enfatizaram a posição única do bispo de Roma. O papado é uma das instituições mais antigas e duradouras do mundo, e, sejamos católicos ou não, teremos que reconhecer que teve uma participação proeminente na história da humanidade. De S. Pedro até Francisco foram 267 Papas, numa sucessão apostólica direta, que nunca foi interrompida, por mais que muitos ditadores e inimigos da Igreja tenham lutado contra ela. A Profecia do Senhor nunca deixou de se cumprir: o Inferno não prevalece contra a Igreja edificada por Ele!
Fontes bibliogáficas:
• CONGAR, Yves. Igreja e Papado. São Paulo: Loyola, 2007;
• HACKMANN, Geraldo L. Borges. A Amada Igreja de Jesus Cristo. São Paulo: EdiPUCRS, 1997.