Claro e evidente que a intenção desta professora, que – assim como tantas e tantos outros, atualmente – deve ser adepta da ideologia marxista, é doutrinar a futura geração contra o cristianismo, especialmente contra a Igreja Católica. Essa fábula de Hitler "católico" já está bem manjada, mas os professores socialistas que temos hoje em dia (que geralmente não estão minimamente preocupados com a verdade) não perdem oportunidade para atacar a Igreja, seja de que jeito for. São capazes até de defender alguns dos maiores monstros que a humanidade já produziu, como Josef Stalin e Che Guevara, mas para a Igreja só têm ódio e calúnias. Sei o que estou dizendo, também tenho filho em idade escolar, e jé entrei em uma meia dúzia de querelas por conta de assuntos como este...
Estamos com isso afirmando que todo católico é moralmente irrepreensível? Evidente que não. Será que já houve, na História da humanidade, famosos católicos – membros do clero ou não – que se tornaram conhecidos justamente por seus grandes pecados? A resposta é um sonoro "sim". Existem pérfidos criminosos católicos? Sim, sem dúvida, e muitos. Todavia a questão aqui é outra. O problema é que, por trás da fantasiosa teoria do "Hitler católico", via de regra está a clara tentativa de ligar as maldades do Führer, um dos mais célebres monstros da História, à fé católica, o que se traduz num completo absurdo.
Incentivei, então, a leitora a desafiar a professora a mostrar em qual documento a Igreja manda assassinar judeus ou qualquer pessoa. Que ela mostrasse onde é que o Catecismo da Igreja Católica, ou qualquer Papa, ou qualquer Encíclica, Carta apostólica, pastoral ou Bula, ou qualquer outra fonte oficial de doutrina católica, ensina a supremacia racial que Hitler pregava. Ora, se ele era católico, e fez tanto mal por ser católico (a ideia de fundo é essa – puro argumento ad hominem1 e nada mais), então ele teria que ter aprendido a fazer tanto mal na Igreja. Mas se o que ele pratica é contrário àquilo que a Igreja prega, então ele não pode representar a Igreja. Como disse, muito simples.
Mais do que simples, para qualquer pessoa que possua o mínimo de boa vontade. Não é o caso de muitos dos professores que estão formando nossos filhos, neste exato momento; ainda pior é que a maioria de nós não se mostra muito preocupada com isso.
“Sob a liderança de Rosenberg, Bormann e Himmler, apoiados por Hitler, o regime nazista pretendia destruir o cristianismo na Alemanha e, se possível, substituir o antigo paganismo dos deuses germânicos tribais do passado pelo novo paganismo dos extremistas nazistas."
“Os nazistas planejaram a eliminação do cristianismo. Uma vez que isso era de conhecimento público, vários escritores reconheceram este fato crucial enquanto os nazistas estavam no poder. Hoje, em um clima político e social encharcado por medo e ódio ao cristianismo, a oposição nazista à religião é história 'politicamente incorreta'. Mas as palavras escritas em livros antigos não podem ser reescritas para se adequar à calúnia contemporânea contra o cristianismo. O registro de mais de quarenta livros publicados enquanto Hitler estava no poder tem clara e forte conclusão: a suástica estava em guerra contra a Cruz." (sinopse)
• Assassinatos de opositores religiosos do regime e agressões físicas sobre clérigos, ignoradas pela polícia, eram comuns;
• Organizações e associações – acadêmicas, juvenis, de trabalhadores ou profissionais, femininas e esportivas – religiosas proibidas;
• Apreensão de bens da Igreja, incluindo imóveis de orfanatos, conventos e escolas (com insígnias religiosas removidas e professores demitidos);
• Demissão de funcionários públicos católicos;
• Publicações da igreja censuradas ou proibidas;
• Reuniões religiosas diretamente atacadas pela S. A.;
• Dissolução dos partidos políticos religiosos;
• Ataques à Igreja e ao cristianismo na imprensa;
• Tentativas de forçar todas as igrejas alemãs a serem controladas pelo Estado;
• Restrição de construção de edifícios religiosos;
• Vigilância dos serviços dos líderes de igrejas;
• Ataques públicos sobre a Igreja por líderes nazistas , incluindo Goebbels e Goering
• Proibição de criação de novos grupos religiosos;
• Funcionários públicos obrigados a retirar seus filhos das organizações religiosas juvenis sob a pena de perda de emprego;
• Orações proibidas nas assembleias escolares;
• Remoção de crucifixos e pinturas religiosas das escolas.
** Com a comprovação histórica de todas as medidas listadas acima, ainda será possível que alguém creia que "Hitler era católico"?
“O golpe mais pesado que já atingiu a humanidade foi a vinda do cristianismo. O bolchevismo é filho ilegítimo do cristianismo. Ambos são invenções dos judeus.” (pág. 13)
“Não se diga que o cristianismo trouxe ao homem a vida da alma, visto que a evolução estava na ordem natural das coisas.” (pág. 13)
“O cristianismo é uma rebelião contra a lei natural, um protesto contra a natureza. Em sua lógica extrema, o cristianismo significa o cultivo sistemático da falha humana.” (pág. 57)
“A melhor coisa é deixar o cristianismo morrer de forma natural. Uma morte lenta tem algo de reconfortante. O dogma do cristianismo se desgasta perante os avanços da ciência. A religião terá de fazer mais e mais concessões. Gradualmente, os mitos desmoronarão.” (pág. 65)
“O cristianismo, é claro, atingiu o pico do absurdo (...). E é por isso que um dia a sua estrutura irá desmoronar. A ciência já impregnou a humanidade. Consequentemente, quanto mais o cristianismo se apega aos seus dogmas, mais rápido declinará.” (pág. 66)
“Mas o cristianismo é uma invenção de cérebros doentes: ninguém poderia imaginar nada mais sem sentido, nem qualquer forma mais indecente de transformar a ideia da Divindade em um escárnio.” (pág. 150)
“Com tudo na mesa, não temos razão para desejar que os italianos e espanhóis devem libertar-se da droga do cristianismo. Seremos os únicos imunes à doença.” (pág. 151)
“Não se pode ter sucesso ao conceber quanta crueldade, ignomínia e falsidade a intrusão do cristianismo tem escrito para este nosso mundo.” (pág. 294)
“Hitler também buscou se aproximar de oponentes, como os católicos, assinando um tratado com o Vaticano em 8 de Julho de 1933. Até então os eleitores católicos mantinham-se leais ao seu Partido do Centro, sendo os principais responsáveis pelo fato de os nazistas não conseguirem maioria eleitoral. Logo os católicos, em pouco tempo, se ajustaram à ditadura. Os protestantes, contudo, desde o início foram mais simpáticos ao nazismo. Nas eleições religiosas de 1933, dois terços dos eleitores apoiaram a seita cristã alemã que desejava integrar nazismo e cristianismo (numa nova religião) e expulsar os judeus que haviam se convertido ao protestantismo. Hitler fez um curto apelo pelo rádio aos protestantes, na véspera dessas eleições religiosas, e pediu-lhes que mostrassem seu apoio às políticas nazistas. Ele não teve como ficar decepcionado pelos resultados pró-nazistas." (Pág. 41)
“Outra parte do evento (Congresso) em Nuremberg, frequentemente negligenciada, aconteceu em 11 de Setembro,quando Hitler proclamou o que chamou de 'uma luta contra inimigos internos da nação'. Esses 'inimigos' eram vagamente definidos como o 'marxismo judaico e a democracia parlamentar a ele associado'; 'o moral e politicamente depravado Partido do Centro Católico'; e 'certos elementos de uma burguesia burra, reacionária e incapaz de aprender'. A proclamação não informou quais passos seriam dados, mas soou como o princípio de uma guerra social." (Pág. 76-77)
“Precisamente nessa época [1936], o Conselho da Igreja Evangélica Alemã escreveu a Hitler para manifestar reservas a respeito da nova Alemanha. O Conselho expressou preocupação com o quanto o país estava se distanciando do Cristianismo, e os membros também mencionaram que estavam com a consciência pesada pela prolongada existência dos campos de concentração [que os nazistas afirmavam ser apenas prisões temporários para inimigos políticos do Estado] e da Gestapo. Infelizmente, nada resultou desse protesto brando." (Pág. 102)
Outra coisa, bem diferente, é dizer que existiram casos isolados de clérigos coniventes com o regime de Hitler, por não acreditarem na extrema maldade do regime nazista (que, diga-se de passagem, era inacreditável para milhões de cidadãos alemães, na época). Isto é, sim, fato, que demonstra apenas a desobediência de tais padres à hierarquia eclesiástica estabelecida. Sempre houve presbíteros desobedientes e hereges na Igreja de Cristo, e por certo sempre haverão, até o último dia.
Recomendamos, ainda, o livro "Conspiração contra o Vaticano", do jornalista americano Dan Kurzman, que demonstra – com exuberância de documentos e depoimentos – planos de Hitler para invadir o Vaticano e sequestrar o papa Pio XII(!)
“Cardeal Theodor Innitzer (...) , esse príncipe da Igreja, levou sua ousadia a ponto de receber Hitler calorosamente em Viena. Pacelli (o Papa), ficou indignado com este ato de adesão local. Pacelli divulgou um aviso no L’Osservatore Romano declarando que a recepção a Hitler, oferecida pela hierarquia austríaca, não tinha endosso da Santa Sé.” (Pág. 222)
“A 3 de março, o Berliner Morgenpost declarou: 'A eleição de Pacelli não é aceita favoravelmente na Alemanha, já que ele sempre foi hostil ao nacional-socialismo'.” (Pág. 239)
Por fim, os motivos para a alegação da suposta "omissão" do Papa Pio XII, e os bastidores do que estava realmente acontecendo dentro do Vaticano durante o regime nazista, foram magistralmente dissecados na obra de Peter Godman "O Vaticano e Hitler – a condenação secreta".
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1. A falácia ad hominem (contra a pessoa) se configura na tentativa de se usar o descrédito de um indivíduo com o objetivo de demonstrar que suas afirmações ou posições são falsas: assim, se 'A' afirma 'B', e 'A' é uma pessoa desacreditada, logo, 'B' deve ser falso. Evidentemente, esta linha de raciocínio nem sempre é verdadeira ou aplicável. O argumento ad hominem, de natureza refutativa, via de regra concretiza-se em estratégias dissimuladas, como lançar suspeitas sobre causas ou instituições com base em determinados de seus membros que, por sua própria conduta, não representam aquela causa ou instituição (traidores). Ex.: João afirmou que 1 + 1 = 2; João é mau aluno em matemática; é sujo, desonesto e mau educado; logo, João não pode ter razão quando diz que 1 + 1 = 2. Na realidade, os defeitos de João não necessariamente significam que tudo o que ele diz ou em que acredita está errado.
(Ref.: Sofos Expressões Filosóficas, em sofos.wikidot.com)
2. O carisma do apostolado do padre polonês Maximiliano Maria Kolbe foi marcado pelo amor incondicional a Deus, na profundíssima devoção à Virgem Maria e na evangelização, exercida por meio da palavra, impressa e falada. A partir de 1922, com poucos recursos financeiros, instalou uma tipografia católica onde editou uma revista católica, um diário semanal, uma revista mariana infantil e outra em latim, para sacerdotes. Os números das tiragens eram surpreendentes, mas ele precisava de algo mais, por isso instalou uma emissora de rádio católica. Chegou a estender suas atividades apostólicas até o Japão. O seu objetivo era conquistar o mundo inteiro para Cristo por meio de Maria Imaculada. – Teve de voltar para a Polônia para cuidar da direção do seminário e da formação dos novos religiosos, ao início da Segunda Guerra Mundial: em 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia. Padre Kolbe foi preso duas vezes. Na última, em fevereiro de 1941, foi enviado para o campo de concentração de Auschwitz.
Em agosto de 1941, quando um prisioneiro fugiu do campo, como punição foram sorteados e condenados à morte outros dez prisioneiros. Um deles, Francisco Gajowniczek, passou a chorar em alta voz, dizendo que tinha mulher e filhos. Pe. Kolbe, o prisioneiro n. 16670, solicitou então ao comandante para morrer em seu lugar, e este concordou. Todos os dez condenados, completamente nus, foram postos numa pequena, úmida e escura cela subterrânea, para morrer de fome e sede. Duas semanas depois, sobrevivia ainda Pe. Kolbe, junto com mais três. Foram mortos então com uma injeção venenosa, para desocupar lugar. Era 14 de agosto de 1941. – Pe. Kolbe foi beatificado em 1971 e canonizado pelo Papa João Paulo II em 1982. O dia 14 de agosto foi incluído no Calendário Litúrgico para celebrar São Maximiliano Maria Kolbe. Na cerimônia de canonização estava presente o sobrevivente Francisco Gajowniczek, dando testemunho do heroísmo daquele que se ofereceu para morrer no seu lugar. – MARTINS, Antônio Maria. É Possível Ser Santo Hoje. São Paulo: Loyola, 1990, pp. 53-55.
3. PETERSON. Larry, 'Conheça a freira condenada à morte por um tribunal nazista', Aleteia, disp. em:
http://pt.aleteia.org/2016/04/14/conheca-a-freira-condenada-a-morte-por-um-tribunal-nazista/
Acesso 12/9/016
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Fontes e bibliografia:
• Estudo de Jonh Costa Almeida, "Hitler não era cristão e nem teve apoio oficial da Igreja", disponível em
http://diganaoaoesquerdismo.blogspot.com.br/2014/02/hitler-nao-era-cristao.html
Acesso 31/10/14
• SHIRER, William L. Ascensão e Queda do Terceiro Reich. Rio de Janeiro: AGIR, 2008.
• WALKER, Bruce. The Swastika Against the Cross: The Nazi War on Christianity. Parker: Outskirts Press, 2008.
• STILLE, Alexander. The Sack of Rome, Londres: Penguin Books, 2007.
• MOORE, Mike. A World Without Walls: Freedom, Development, Free Trade and Global Governance, Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
• CONWAY, J. F. The Nazi Persecution of the Churches. Vancouver: Regent College Publishing, 1997.
• CAMERON, Norman. Hitler's Table Talk, 1941-1944: His Private Conversations. New York: Enigma Books, 2000.
• GELLATELY, Robert. Apoiando Hitler, consentimento e coerção na Alemanha Nazista. Rio de Janeiro: Record, 2012.
• THOMAS, Gordon. Os Judeus do Papa. Alfragide: Casa das Letras, 2012.
• TORNIELLI, Andrea. Pio XII: o Papa dos Judeus. Porto: Editora Civilização, 2003.
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