"Jesus ensina (as Escrituras) no Templo, aos 12", por Heinrich Hoffmann (1824-1911), . |
PARA REFUTAR a autoria divina e a inerrância das Sagradas Escrituras, utiliza-se por vezes o argumento de que certas passagens bíblicas do Antigo Testamento seriam cópias ou adaptações de mitologias pagãs mais antigas. Desse modo, entre os antigos textos profanos e os textos bíblicos não haveria diferença, uma vez que os segundos seriam apenas cópias ou adaptações dos primeiros. Assim como a cópia ou resumo de um texto falso também é falsa, e na Bíblia há textos que são cópias ou resumos de fontes profanas, repletas de erros e/ou fantasias, seguem-se que os textos sagrados dos cristãos são errôneos e/ou fantasiosos.
A Inspiração divina acompanha a redação do texto, mas também a seleção do que é verdadeiro quando se utiliza uma fonte profana. Por exemplo, um texto da Sagrada Escritura que é declaradamente um resumo é o Segundo Livro dos Macabeus, onde o autor sagrado diz: "Eis o que Jasão de Cirene narra em cinco livros que vamos tentar resumir em um só" (2Mc 2,23). A Inspiração divina, nesse sentido, fez com que o autor sagrado selecionasse e organizasse o que há de verdadeiro e útil para os desígnios de Deus numa obra preexistente.
Como as antigas tradições populares poderiam conter alguma verdade sobre a criação do mundo por Deus e acerca da formação do primeiro homem e da primeira mulher, além da queda de ambos? Isso pode ser explicado pela chamada Revelação Primitiva, transmitida de geração em geração. A Revelação Primitiva refere-se à comunicação gratuita de Deus ao primeiro homem, isto é, Adão, como disse Santo Tomás de Aquino:
“E para o governo próprio e dos demais, não só é necessário o conhecimento natural, pois a vida humana se ordena a um fim sobrenatural, do mesmo modo que a nós, para governar nossas vidas, nos é necessário conhecer os conteúdos da fé. Por isso, o primeiro homem recebeu conhecimento do sobrenatural tanto quanto lhe era necessário para o governo da vida humana naquele estado”. (Suma Teológica I, q. 94, a. 4. rep.)
Depois da queda, Adão transmitiu aos seus descendentes o que tinha recebido do próprio Deus. Com o suceder das gerações, foram-se acrescentando novos e diferentes elementos à história original que mesclaram o verdadeiro e o falso, o real e o fantasioso. Assim, se o autor sagrado recorreu a uma dessas fontes, selecionou, por Inspiração divina, aquilo que é verdadeiro e deixou o que é falso. O mesmo tratamento deve ser dado às histórias do dilúvio ou da torre de Babel, só que aqui, em vez de uma Revelação Primitiva, têm-se fatos reais que foram transmitidos por tradição em diferentes povos e, com o suceder das gerações, acabaram com várias versões em diversos povos.
“Pode-se conceder, sem detrimento da autenticidade mosaica do Pentateuco, que Moisés, para compor sua obra, se valeu de fontes, ou seja, de documentos escritos ou de tradições orais, das quais, segundo o fim peculiar a que se propusera e sob o sopro da Inspiração divina, colheu algumas coisas e as inseriu em sua obra, ora literalmente, ora resumidas ou ampliadas quanto ao sentido.” (Dz 3396)
Notamos, assim, que uma coisa é reconhecer o fato de que os textos das Sagradas Escrituras, em certas passagens, contêm citações ou referências a antigas tradições pagãs, e outra completamente diferente é afirmar, por falsa ilação, que este fato se constituiria numa espécie de prova ou evidência de que os textos sagrados seriam tão falsos ou fantasiosos quanto aqueles a que fortuitamente alude.
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A palavra de Deus é santa e já foi refletida e aprovada por muitos santos e doutores da igreja.
ResponderExcluirSinto muito, mas este tipo de argumento ("quando agiram dessa forma, foram ajudados pelo sopro da divina Inspiração, que os tornavam imunes de todo erro ao escolher e julgar aqueles documentos") pode ser usado para defender qualquer livro religioso, de qualquer tradição. Este post não provou o que se propunha.
ResponderExcluirSua mensagem está confusa, Juca. Quer dizer então que "o post não provou o que se propunha"?? O que isto quer dizer? No seu entendimento, qual era o propósito do texto? Se você quer uma resposta, ajude-me a ajudá-lo, por favor.
ExcluirA Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
Apostolado Fiel Católico
as escrituras são verdadeiras porque Jesus é verdadeiro. ainda hoje há milagres, imensos, só para falar em Lurdes, centenas foram atestados pela medicina. Louvado Seja nosso Sr. Jesus Cristo
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