Georges C. Huysmans |
NA TRANSIÇÃO do século XIX para XX, um conhecido escritor francês estava curioso para ver uma cerimônia satânica de "missa negra", e conseguiu que um amigo o levasse ocultamente para presenciar o que se passava em um desses antros secretos. Durante a cerimônia sacrílega, chamou-lhe a atenção o empenho, a fúria, a obstinação dos participantes competindo entre si para ofender e espezinhar uma Hóstia consagrada. O raciocínio dele foi simples e perfeito:
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“Não é racionalmente possível tanto ódio contra um pedacinho de pão. Se eles fazem isso, é porque sabem e acreditam que ali está muito mais do que pão. Eles o ofendem e desafiam porque sabem que não reagirá. Demonstram assim um poder ilusório, prometido por quem eles julgam detentor de poder maior (o demônio)."
Em viagem pouco depois disso, a Graça divina conduziu o escritor a encontrar Mugnier, sacerdote à moda antiga, zeloso pela salvação das almas. Este lhe esclareceu pacientemente todas as dúvidas e lhe deu diligente atenção durante seu processo de conversão. Em 1907, pôde apresentar a Deus a alma de Georges Charles Huysmans, que falecera com 59 anos como oblato de um mosteiro. Todo o seu processo de conversão está relatado por ele mesmo em suas últimas obras: Là-bas; En route; La cathédrale; L’oblat; Les foules de Lourdes.
Outro fato semelhante se deu com uma dama da corte, que não só assistiu mas também participou ativamente de uma missa negra. Madame Montespan desejava tornar-se a concubina favorita de Luís XIV. Para isso, expôs o próprio corpo no altar de uma missa negra. Conseguiu o que queria, mas depois se arrependeu e passou os últimos anos de vida como penitente em um convento.
Se interessarem os exemplos de quem escolhe essa via para obter fama e dinheiro, leia sobre a vida de certos ídolos do rock, que a missas negras e outros cultos satânicos comparecem, aos montes. Também não faltam exemplos entre as sumidades do Vale do Silício, entre os magnatas endinheirados, entre políticos famosos. A propósito destes, foi anunciado o lançamento de um livro de Rosane Malta, ex-mulher de Fernando Collor, relatando rituais de magia negra na casa da Dinda(!). Um pouco de pesquisa sobre a vida dos engalanados trará surpresas espantosas. Em nível mundial, está em pleno curso a propaganda dos cultos satânicos, e gente “esclarecida” dentro de universidades dedica-se ativamente a isso (um fato do qual este autor pode dar o seu testemunho – chegamos a falar de um caso ocorrido recentemente, por aqui). Estes servidores do diabo contam com a inércia e a incredulidade da sociedade, que se custa a acreditar que fatos assim tão terríveis possam ser mesmo reais.
Acima, de cima para baixo: o rapper Jay-Z e a megastar Beyonce são apenas alguns exemplos de celebridades envolvidas em cultos satânicos, e não fazem questão de esconder, exibindo símbolos e gestos da seita OTO (fundada por Aleister Crowley) em seus shows. Abaixo, a socialite Peaches Geldof, filha do músico Bob Geldof, é talvez o mais claro exemplo de celebridade que abraçou o satanismo. Ela exibe nas costas a cruz invertida, e explicitamente, no antebraço direito, uma tatuagem com as iniciais OTO, dentro de um coração. – Saiba mais |
Para quem, como eu, trabalha e vive já há muitos anos em meios católicos, é difícil compreender que pessoas mentalmente sadias não acreditem na existência de Deus. Mais ainda, que muitos dentre esses disponham-se a praticar cultos satânicos onde explicitamente se adora o demônio. Há muitos ateus declarados, que não prestam culto porque não creem em Deus, mas aderem às piores abominações para cultuar outro “deus” falso. É possível imaginar posição mais contraditória?
Qual motivo leva pessoas racionais a cometerem tais atrocidades? Melhor seria perguntar quais motivos. São muitos e de características as mais diversas, movendo as almas perdidadas por meio de inúmeras atrações e/ou repulsas. Uns podem ter como objetivo, simplesmente, tornarem-se ricos ou famosos; outros podem julgar dura demais a sentença de ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Outros são revoltados com a justiça divina, com o Cristianismo, não aceitam a moral da Igreja, uqe consideram "moralismo", odeiam a influência que o Cristo ainda exerce sobre a sociedade, e querem a revolução.
Variam os motivos, mas os caminhos confluem para dois objetivos situados nos pontos extremos de uma estrada: de um lado, Deus, do outro o demônio; no ponto mais alto, o Bem, no mais baixo, o mal; o convite suave de Deus na extremidade sadia, na outra, a insistência agressiva do demônio. Nenhum dos dois se manifesta diretamente, e sim por meio de pessoas, coisas, sensações, atrações, punições e prazeres diversos.
O processo de descida ao abismo satânico pode começar pelo consentimento a um desejo veemente proibido por um Mandamento, portanto vedado aos amigos de Deus. A tentação pode ser vencida, devolvendo a tranquilidade à alma, e sucessivas vitórias consolidam a fidelidade a Deus e a felicidade de situação. Uma transgressão ao Mandamento pode ser seguida de arrependimento e retorno ao caminho do bem. Mas, quando se cede ao pecado, mesmo sabendo que é pecado, que com aquela condescendência está se "comprando" a inimizade com Deus, o mais provável é que essa transgressão se torne o primeiro passo para outras, o que vai reforçando a adesão aos outros inimigos de Deus e tornando cada vez mais distante a Casa do Pai, e ais difícil o retorno. O demônio vai exigindo cada vez mais, e oferecendo cada vez menos.
De degrau em degrau, até o extremo deste tenebroso processo, qualquer tipo de culto satânico se torna possível e até provável. Chega-se ao fundo do abismo, e là-bas (lá longe, bem no fundo) completa-se o “caminho fácil” de adoração ao demônio. Este nem se dá a conhecer, mas poucos resistem às suas ofertas. Não retornam mais ao Caminho de Deus na condição de penitentes, ao contrário de Huysmans e Montespan. A grande maioria aceita, parcial ou totalmente, as exigências do demônio, podendo incluir ou não os cultos satânicos. O inimigo conhece o caminho mais adequado a cada vítima.
As primeiras derrapadas geralmente conduzem a pessoa à descrença, ao pensamento destrutivo de que Deus não ajuda, só proíbe e cobra. Em seguida, começam-se a procurar facilidades, com a ajuda de quem parece amigo de outro “todo-poderoso”. Daí a fazer pacto com ele e ceder em tudo o que quer, inclusive na adoração explícita, é questão de tempo. Muitos percorrem o caminho de volta, mas infelizmente a maioria não retorna.
De pecador a inimigo de Deus, depois amigo e adorador do demônio, o caminho do ateu pode ser curto ou longo, rápido ou demorado, mas está aberto a qualquer um que nele entre e aí permaneça voluntariamente.
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Adaptado de artigo da Frente Universitária e Estudantil Lepanto, dispo. em:
lepanto.com.br/catolicismo/ateus-mas-adoram-o-demonio
Acesso 7/5/015
Adaptado de artigo da Frente Universitária e Estudantil Lepanto, dispo. em:
lepanto.com.br/catolicismo/ateus-mas-adoram-o-demonio
Acesso 7/5/015
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