A Igreja Católica e a discriminação aos homossexuais

Sou católico muito feliz gosto da minha igreja, dos santos. mas eu fico triste que a igreja a inda discrimina gay. Tenho amigo gay e n~ao tenho nenhum problema com eles acho que o papa Francisco vai manda para com isso. preconceito e dicriminação não!"

A QUESTÃO ACIMA nos foi enviada por um leitor anônimo. Trata-se de uma questionamento bastante atual, que insistentemente se faz aos católicos e, precisamos reconhecer, também aos cristãos de outras confissões. Não são poucos aqueles que, claramente doutrinados na ideologia marxista que infesta o mundo contemporâneo, chegam mesmo a lançar outras perguntas mais ou menos assim: “Se a igreja defende as minorias da discriminação racial, por que então continua dizendo que o homossexualismo é pecado? Isso não é discriminar às pessoas homossexuais?”

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a Igreja não discrimina pessoas homossexuais, de modo algum. Ocorre que, no contexto cristão, o sexo é uma dádiva de Deus, e uma dádiva sagrada. É um dom divino, que tem funções e finalidades bem específicas, também sagradas, – assim como são sagradas as raças e/ou etnias humanas.

Ora, as raças humanas, – branca, negra, amarela ou mestiça de qualquer tipo, – é algo de sagrado, algo desejado por Deus, que deve ser respeitado. Da mesma maneira é o sexo: homem e mulher foram criados por Deus e isso não pode ser simplesmente mudado ao bel prazer dos seres humanos. É por isso que a Igreja diz que os homossexuais ativos e ativistas devem mudar a sua conduta, isto é, o seu comportamento.

Exatamente por isso é que não tem cabimento querermos sacralizar raça e não sacralizar o sexo como algo desejado por Deus. Tomemos o exemplo do famosíssimo artista “pop” Michael Jackson. Muitos o acusaram de tentar mudar de raça. Ele teria feito uma série de cirurgias plásticas e intervenções químicas para despigmentar a pele e se tornar branco, além de alisar os cabelos, afinar o nariz e alterar tudo o que propriamente caracteriza a raça negra.

O próprio artista sempre se defendeu das acusações, e foi de fato comprovado que sofria de vitiligo. Além disso, é difícil entender porque não se criticam às pessoas brancas que gastam fortunas com bronzeamento artificial ou se submetem a tratamentos para encaracolar os cabelos, por exemplo. Porque os brancos podem escurecer a pele, por questões de sensibilidade estética, e um negro não pode querer clareá-la pelo mesmo motivo? Em todo o caso, o que pretendemos discutir aqui é: por que esse artista precisou se defender de tantos ataques, e por tantas vezes? Por que ele foi tão duramente criticado e até perseguido por causa de sua aparência? Por que tanta gente se sentia indignada diante de suas atitudes?

Isto aconteceu e acontece porque os seres humanos, – e a sociedade como um todo, – instintivamente condenam qualquer tentativa de se alterar essa realidade sagrada que é a raça da pessoa. Uma pessoa não tem o direito de querer "mudar de raça", porque, para nós, cristãos, ela foi desejada por Deus. E mesmo quem não crê em Deus entende que não se deve "lutar" contra a natureza. De fato, não há como se negar que, se um negro quisesse se tornar branco, ou vice-versa, isso seria o ato racista supremo.

 Pois bem, o mesmo podemos dizer em relação ao sexo. E já que hoje os ativistas homossexuais buscam comparar o homossexualismo com a questão racial, pondo ambos os problemas num “mesmo saco”, como se fossem questões diretamente relacionadas, devemos dizer que é igualmente por isso que, naturalmente, os seres humanos sempre rejeitaram, – em todas as culturas e civilizações, – a homossexualidade. Dois homens ou duas mulheres querendo relacionar-se e viver publicamente como se formassem um “casal”, isto jamais, em tempo ou lugar algum, foi aceito como coisa digna, meritória, admirável... normal. Assim como é ofensivo e até desonesto alguém querer mudar a sua própria raça, querendo renegar aquilo que Deus ou a natureza fez dele, igualmente é degradante que alguém queira, simplesmente, mudar o próprio sexo.


A proposta e compreensão da Igreja sobre a questão é, como não
poderia deixar de ser, bastante diversa daquela do mundo. Enquanto
políticos oportunistas tentam se aproveitar do sofrimento destas
pessoas, a Igreja procura encorajá-las a assumir o que são com
coragem, dignidade e fé na divina Providência.

A complementariedade entre homem e mulher foi desejada por Deus, enquanto cristãos o podemos afirmar, e basta abrir as páginas do Gênesis para o comprovar com total clareza. Ocorre que a sexualidade humana, ferida pelo pecado original, sofre com inúmeras tendências indesejáveis. O marido, com mulher e filhos, que (deveria, mas) não está satisfeito porque tem dentro de si a tendência de olhar cobiçosamente para outras mulheres nas ruas, ou de consumir pornografia, masturbar-se seria um bom exemplo. Este homem muitas vezes vai além e acaba por se expor (e expor também a esposa e, consequentemente, toda a sua família), a uma série de situações de risco, quando procura prostitutas para tornar realidade suas fantasias secretas. Um homem casado desejar outras mulheres é uma desordem, um desvio, um fruto do pecado original.

Assim, todo homem, como toda mulher, é chamado pela Igreja a conter seus impulsos sexuais desordenados e canalizá-los de forma produtiva, no amor santo, saudável e fecundo, que somente se expressa em dois caminhos possíveis: a castidade, vivida no celibato, ou a fidelidade matrimonial.

Ora, exatamente o mesmo que a Igreja diz aos heterossexuais também diz aos homossexuais; é o mesmo que diz a todos os seus filhos indiscriminadamente: que o sexo não é só para o prazer; que exige amor e responsabilidade; que só deve ser vivido e desfrutado dentro do Matrimônio, aberto à fecundidade que gera famílias. Esta é a doutrina eterna da Igreja para todos, sem discriminação, e é por isso que não se pode jamais dizer que a Igreja discrimina este ou aquele grupo. Muito simples, quando se tem boa vontade.

Por fim, àqueles que dizem ou esperam que o Papa Francisco vá tornar a Igreja uma espécie de ONG assistencialista e "politicamente correta", repetindo aquele já surrado argumento das palavras ditas no avião, quando da visita do Sumo Pontífice ao Brasil: “Quem sou eu para julgar?”, resta perguntar se ouviram ou leram a frase inteira, pois aquilo que ele disse logo depois foi o seguinte:

Quem sou eu para julgar? O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem.
(Papa Francisco)

Desonestamente, muita gente cita só as primeiras cinco palavras desta fala, mudando todo o sentido da afirmação. E logo a seguir, o Papa esclareceu o que todos os católicos deveriam já saber, – que a fé católica não autoriza que se marginalizem pessoas, nem o uso da violência gratuita como pretexto para se defender a fé: “A verdadeira força do cristão é o poder da verdade e do amor, que leva à renúncia de toda a violência”.

Quem produz camisetas e adesivos e posta a todo instante este fragmento da frase do Papa na internet deveria ser honesto e acrescentar este simples, porém fundamental, complemento: “...O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem”. E seria melhor ainda acrescentar em que números o Catecismo esclarece a questão, a saber, nos seus parágrafos 2358/2359, que reproduzimos abaixo (negritos nossos):

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, intrinsecamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a Vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao Sacrifício da Cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.
2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela Graça Sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

Agora sim, podemos entender muito claramente, não “o que o Papa quis dizer”, mas o que ele objetivamente disse: primeiro, que se devem evitar as discriminações injustas. O Catecismo faz questão de especificar que são as discriminações injustas que se deve evitar, e não que qualquer crítica ou observação a determinados comportamentos escandalosos esteja proibida.

Segundo, que a Igreja não está autorizando as relações ou uniões homossexuais ativas, e menos ainda as equipara ao sagrado Matrimônio entre homem e mulher, que geram a vida e produzem famílias, celula mater da sociedade.

A Igreja entende, então, que as pessoas com tendência à homossexualidade devem ser acolhidas no tecido da sociedade sem nenhum tipo de discriminação injusta. A questão não está na condição, mas na prática da coisa, por um lado, e por outro em compreender que o problema não está no discriminar, e sim no divergir, discordar. Discriminar e divergir são coisas absolutamente diferentes.

Voltando ao exemplo do artista norte-americano acusado de querer mudar de raça, imaginemos o que faríamos se tivéssemos um filho negro que quisesse se tornar branco, e passasse a se maquiar e a se submeter a tratamentos cirúrgicos para mudar a cor da pele, alisar os cabelos, afinar o nariz, os lábios... Procedimentos estes que, além de tudo são caros e arriscados, que podem dar errado e expô-lo a o ridículo. – O que faríamos? Não diríamos a ele que se tranquilizasse, aceitasse sua própria natureza e tentasse viver serenamente? Enquanto cristãos, não lhe pediríamos que aceitasse sua natureza, isto é, aquilo que Deus fez dele?

Por fim, aos meus irmãos e irmãs que têm tendências homossexuais, devo exortá-los: acolham o que disse o Papa! Façam o que diz o Catecismo e aquilo que Nosso Senhor pede a todos os que desejam segui-lo: Tomem a sua cruz dia a dia! Vão, aprendam a verdadeiramente se entregar por amor a Cristo, como todo cristão deve fazer! Todos nós temos que procurar controlar e ordenar a nossa sexualidade e canalizar essa energia tão bela para o amor que se doa pelo bem do próximo.

___
Ref.:
Vídeo do padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr. "A Igreja Católica discrimina os homossexuais?", disp. em:
padrepauloricardo.org/episodios/a-igreja-catolica-discrimina-os-homossexuais
Acesso 17/8/015
www.ofielcatolico.com.br

6 comentários:

  1. Acho que o documentário "A Terceira Via" que encontra-se no youtube vem a complementar muito bem o assunto acima.

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  2. O problema não é ser gay o problema e essa ideologia nefasta que alguns carregam, como posso entender um ser humano simular algo sagrado como o sacrificio de Jesus na Cruz, uma atriz qualquer, nua na parada gay? Como podemos aceitar um individuo desses inserindo um crucifixo (fico até constrangido em falar) como pode, e ainda eu que sou "preconceituoso" então tá.

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  3. Homem que sente atração por outro homem não é um efeminado? Independente da prática,só pelo pensamento homossexual, ele já não se enquadra no que está escrito em
    1°Co 6:10? "Não erreis ,nem os devassos,nem os EFEMINADOS,nem os sodomitas,HERDARÃO o reino de Deus." Ele não terá que buscar em Deus uma libertação,mudança de pensamento?

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  4. Caríssimos irmãos fieis católicos
    Paz e muita graças!

    Bem, acabo de dá uma rápida pincelada na Nova EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL “AMORIS LÆTITIA” do Santo Padre Papa Francisco, e pelo que li, posso dizer que o Cardeal Walter Kasper quebrou a cara. Suas ideias modernistas foram para o lixo junto com o seu horrível livreto.

    Até parece que estamos lendo a Exortação Apostólica Familiaris Consortio de sua Santidade São João Paulo II, numa versão mais simples.

    Prevaleceu a Santa Doutrina de sempre, graças a Deus!

    Leia aqui: http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_exhortations/documents/hf_jp-ii_exh_19811122_familiaris-consortio.html

    Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

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    Respostas
    1. Imagino a cara de alguns radtrastes que comentaram lá na minha tradução "Papa Francisco: ortodoxo e conservador".

      O que mata, hoje, é a POLITIZAÇÃO da sociedade. Parece que todos vivemos numa grande partida de futebol, e temos, necessariamente, que pertencer a um time.

      A realidade é mais complexa que um jogo.

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  5. http://w2.vatican.va/content/dam/francesco/pdf/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia_po.pdf

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