"Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde" (G. K. Chesterton) |
“Mas eu estou vendo um 'calcanhar de Aquiles' nessa sua linha de pensamento. Pelo jeito o Sr. é um filósofo? Então, vamos desenvolver o problema. Filosofia não é a minha especialidade mas eu vejo um buraco muito grande na sua defesa que é o seguinte: confiar no bom senso humano. Isso funciona? Acho que nunca funcionou, por isso temos tenta injustiça no mundo.
Um exemplo, eu não conheço povo mais sensato do que o alemão, e a maioria deles elegeu e apoiou Hitler até o fim."
Responde Igor Andrade, da Frat. Laical São Próspero, autor do referido artigo:
“A inocência é uma coisa admirável; mas é por outro lado muito triste que ela se possa preservar tão mal e se deixe tão facilmente seduzir. E é por isso que a própria sagacidade — que de resto consiste mais em fazer ou não fazer do que em saber — precisa também da ciência, não para aprender dela, mas para assegurar às suas prescrições para lhes dar estabilidade. O homem sente em si mesmo um forte contrapeso contra todos os mandamentos do dever que a razão lhe representa como tão dignos de respeito: são as suas necessidades e inclinações, cuja total satisfação ele resume sob o nome de felicidade. Ora a razão impõe as suas prescrições, sem nada aliás prometer às inclinações, e também como que com desprezo daquelas pretensões tão tumultuosas e aparentemente tio justificadas Daqui nasce uma dialética natural, quer dizer uma tendência para opor arrazoados e subtilezas às leis severas do dever, para pôr em dúvida a sua validade ou pelo menos a sua pureza e o seu rigor e para as fazer mais conformes, se possível, aos nossos desejos e inclinações, isto é, no fundo, para corrompê-las e despojá-las de toda a sua dignidade, o que a própria razão prática comum acabará por condenar.É assim, pois, que a razão humana comum, impelida por motivos propriamente práticos e não por qualquer necessidade de especulação (que nunca a tenta, enquanto ela se satisfaz com ser simples sã razão), se vê levada a sair do seu círculo e a dar um passo para dentro do campo da filosofia prática. Aí encontra ela informações e instruções claras sobre a fonte do seu princípio, sobre a sua verdadeira determinação em oposição às máximas que se apoiam sobre a necessidade e a inclinação. Assim espera ela sair das dificuldades que lhe causam pretensões opostas, e fugir ao perigo de perder todos os puros princípios morais em virtude dos equívocos em que facilmente cai. Assim se desenvolve insensivelmente na razão prática comum, quando se cultiva, uma dialética que a obriga a buscar ajuda na filosofia, como lhe acontece no uso teórico; e tanto a primeira como a segunda não poderão achar repouso em parte alguma a não ser numa crítica completa da nossa razão.”
No artigo indicado abaixo, é tratada a dignidade do ente racional; sugiro a leitura para a melhor compreensão dos princípios que apresentei ao longo desta argumentação:
• A dignidade do ente racional no pensamento kantiano (clique para ler)
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1. Aristóteles, início de 'Metafísica' I (IV aC).
www.ofielcatolico.com.br
Uma boa dica é o livro do C.S. Lewis, "Cristianismo Puro e Simples". Nele há um capítulo inteiro dedicado à Lei Natural.
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