Por Igor Andrade – Frat. Laical São Próspero
COMEÇO A ESCREVER essas linhas por volta das 18h do dia 26 de julho de 2016. Hoje, ao acordar, a primeira notícia com que me deparo é o martírio do padre Jacques Hamel, ocorrido nesta manhã durante a celebração de uma Santa Missa na França. Como era de se esperar, o ocorrido não foi veiculado integralmente na grande mídia e não vi “defensores” dos Direitos Humanos lançarem uma campanha
“Je suis Père Hamel”. Porém, me detive num fenômeno tão sentimentalista quanto.
Como é de se esperar as pessoas reagiram a um ataque terrorista. Como foi um ataque contra um grupo cristão, os cristãos – é evidente que não foram todos, sequer foi a maior parte – reagiram: tomaram em armas e foram combater a invasão horizontal dos bárbaros na Europa. Mentira, claro que não fizeram isso. Então eles teriam iniciado uma campanha mundial de oração pelos cristãos perseguidos? Também não. Talvez formaram um grupo de pregação e foram para onde a Igreja é perseguida evangelizar? Definitivamente não.
Numa enorme onda de indignação e zelo, uma parte dos católicos se juntou para, corajosamente... isso mesmo, trocar a foto do facebook, compartilhar o nome do sacerdote mártir e – pasmem – criticar as ações do Santo Padre – sim, aparentemente o Vigário de Cristo estar na Jornada Mundial da Juventude, e a própria Jornada são atitudes “anticatólicas”. Nas redes sociais se encerrou todo o ímpeto daqueles que dizem se importar com a perseguição sofrida pela Igreja e com a decadência da Europa.
Meu intuito aqui é mostrar, sobretudo, como o sentimentalismo tóxico impregnou as ações não só dos grupos católicos, mas também dos grupos políticos, e como isso desmobiliza as ações boas e facilita a invasão bárbara sofrida pelo Ocidente.
Numa conversa com grandes amigos, clara e justamente indignados com as atrocidades cometidas pelos maometanos, foi dito que indignação não adianta, “Ok, mas ser indiferente também não!”, respondeu um deles. De fato, ele está certo. A proposta de Cristo não é a indiferença – ou o pacifismo. Diante daqueles que entram em nossas igrejas, estupram nossas mulheres e destroem nossa cultura, dizer que o “Islã é religião de paz” e ignorar os fatos não só é contraproducente como também é apoiar o genocídio que ocorre debaixo de nossos narizes, ou simples ignorância.
Como eu sempre procuro deixar claro em minhas falas, senão num extremo nem no outro, onde está a virtude? Qual posição tomar? Creio que a atitude de um cristão autêntico deve ser a mesma postura de Cristo (parecida com a de Sócrates no conteúdo, mas um pouco diferente quanto ao fim) e dos mártires: devemos ser corajosos.
Ora, que é, pois, a coragem que devemos pôr em prática? O cardeal Robert Sarah, no livro Deus ou Nada, diz que não há necessidade de coragem para falar contra a Igreja, mas sim para aderir à Fé. A Fé “adulta” é aquela dos cristãos que morrem todos os dias na África, na Ásia e agora na Europa. É a fé de todos os mártires que seguiram a Cristo.
Diante de Pilatos, Cristo não “bateu de frente” com ele, não disse que o governador romano não tinha poder para prendê-lo, mas, ao contrário, confirmou o poder romano sobre sua vida terrena. “O meu Reino não é deste mundo”, disse Nosso Senhor, “não terias poder algum sobre mim, se de cima não te fora dado”. Eis a Coragem da Verdade! Eis a coragem que não foge frente a injustiça mas permanece firme e convicto frente ao poder do mundo, das armas!
Na obra “O Diálogo das Carmelitas”, Georges Bernanos descreve uma conversa entre o sacerdote do convento e a Irmã Branca da Agonia de Cristo[1]: “Eles te chamam de fora da lei”, diz a jovem freira ao sacerdote que responde, “o que a lei garante? Os nossos bens e nossa vida. Ora, aos bens nós já renunciamos e nossa vida está nas mãos de Deus. Eles não podem fazer mais nada”. Eis a coragem cristã.
Em meu último texto, contei a história do bem-aventurado Jose Luis Sanchez, mártir cristero. A postura daquele garoto diante dos algozes é uma clara manifestação da virtude da Fortaleza. Não a virtude humana, mas a virtude do Espírito Santo. “Entre seus atos de coragem, disse: ‘Por que me oferecem liberdade? Sou seu inimigo! Fuzilem-me! Viva Cristo Rei!’”(
Leia).
Que quero dizer com esses exemplos? Devemos ficar inertes vendo nossos irmãos morrem? Não, jamais! Devemos TRABALHAR contra os inimigos de Cristo, por Deus, pela Igreja! Mas porque não o fazemos? Porque o sentimentalismo nos intoxicou. Vivemos numa época de aparências, onde as pessoas querem mostrar seu sentimento. Mostrar e nada mais. Mas esta não é a postura de Cristo. Ele não ficou inerte, muito menos ficou se fazendo de vítima.
Um grande amigo fez uma observação interessante sobre a Via Crucis. No momento em que Cristo encontra com as mulheres que choram e Nosso Senhor lhes diz: “Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. [...]Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco?” (Lc 23, 28.31). A tristeza das mulheres era falsa? Parece que não, mas sua demonstração era exagerada, elas não enfrentaram a situação como o Cristo, com coragem.
O problema da era das redes sociais é justamente esse: as pessoas demonstram – geralmente para mostrarem uma falsa disposição interior – mas não direcionam suas forças ao que é efetivo.
No livro “Podres de Mimados”, Theodore Dalrymple dedica um capítulo inteiro à manifestação pública do sentimentalismo citando o caso da menina Madeleine. Filha de pais milionários ela desapareceu durante uma viagem da família. O que os pais fizeram além de chamar a atenção da mídia mundial? Isso mesmo, um website que vendia pulseiras com o nome da criança. Agora, como se encontra uma criança desaparecida comprando uma pulseira com seu nome? Isso mesmo, da mesma forma que se para os atentados contra os cristãos mudando a foto do facebook e demonstrando sua indignação.
Por isso o sentimentalismo nunca é efetivo e, na verdade, atrapalha. A pessoa publica sua indignação na timeline e só se recorda no ano seguinte porque essa é uma ferramenta do facebook. Como bem disse o Pe. Jose Eduardo – a quem peço desculpas por copiar descaradamente – “até nos chocamos num primeiro instante, mas logo depois nos tranquilizamos e voltamos comodamente à vidinha. Vejam como o humanismo nos desumanizou!”.
O que nos é efetivo aqui, na Terra de Santa Cruz? A perseguição que sofremos aqui ainda não é – e com a Graça de Deus, por intermédio da Santa Virgem Aparecida, nunca será – física, então devemos usar os meios de que dispomos para “alargar cá em baixo as fronteiras do Reino de Deus”[2]. Como? No trabalho ordinário, na oração, no jejum, na Santa Missa, sendo santos, vivendo cristãmente, sem exageros ideológicos, nunca desprezando um infiel – seja ele islâmico, protestante, etc. – mas trabalhando por sua conversão.
E o que fazer quando somos atacados? Se um muçulmano vier me atacar porque sou cristão? Defenda-se. Nunca esqueçamos que existe uma guerra justa. Reitero o dito acima: o cristianismo não é pacifista. Coragem e Prudência sempre! Nunca na intenção de se autoafirmar, mas tudo ad majorem Dei gloriam!
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[1] Tragicamente, não tenho o livro em mãos, então ponho aqui as palavras que me recordo.
[2] Regra da Milícia de Santa Maria.
www.ofielcatolico.com.br
LEMBRAM DA COMUNISTA DILMA NA ONU DANDO AQUELE APOIO AO ISIS?
ResponderExcluirCaiam na onda do "ACOLHIMENTO, TOLERANCIA, RESPEITABILIDADE, CONVIVER COM AS DIVERSIDADE, COM O MULTICULTURALISMO" e outras armadilhas e, quando assustarem, estarão com a corda no pescoço!
Confiar no diabo, muçulmanos e comunistas é questão apenas opção pessoal e em mais idiotices para com esses elementos ultra perigosos!
Pois é, quem votou na peste comunista PT está apoiando os muçulmanos por serem aliados, e ambos quererem destruir a Civilização Cristã Ocidental, particularmente um odio especial à Igreja católica!
Eles vêm disfarçados de refugiados mas entram aqui para tomar posse da terra que a "religião" deles diz que lhes pertence e depois matarem ou os expulsarem, sem comiseração alguma os anfitriões que os receberam!
Continuo insistindo: RECEBAM OS "REFUGIADOS" MUÇULMANOS, SERPENTES VENENOSAS E SERÃO AS SUAS PRÓXIMAS VÍTIMAS PARA DEIXAREM DE SEREM ANTI-CRISTÃOS E OTARIOS!
Muito bem fizeram a Hungria, Eslovaquia, Irlanda que jamais recebem esses animais muçulmanos!
Toda a Europa deveria estar evacuando os cristãos das zonas de guerra tirando as populações do alcance das bestas muçulmanas!
Que quase todos fazem, senão ficar calados, mesmo vendo centenas de mortos deles e ainda darem trelas e nunca censurarem, ou mesmo dialogarem com essas hienas?
Assim como "fora" comunistas, "fora" seus aliados muçulmanos!
Viva Cristo Rei!
ResponderExcluirHoje senti vergonha por minha tibiez. Mais um mártir e eu sendo agradável a todos por receio de magoa-los com a Verdade.
Que cristã sou? Que testemunho estou dando a meu filho?
Peço a Deus para ser como a mãe macabéia e não esmorecer. Morrer por Cristo!
Que o sangue do martírio deste sacerdote reacenda a chama do nosso amor.
Não lembro onde mas li que o sangue derramado de um mártir tem enorme poder de converter um pecador.
Espero tirar as escamas dos meus olhos.
Nosso Senhor tenha misericórdia de nossos escrúpulos!
Gostaria de saber: é pecado criticar uma ação do Papa explicitamente?
ResponderExcluirEnzo Gabriel
Nós criamos uma campanha para as pessoas se unirem em oração no sábado, aproveitando a vigília da JMJ. Até arrisquei divulgar em inglês em alguns lugares. rsss
ResponderExcluirA ideia inicial era que todas as igrejas fizessem vigília também. Mas como não houve tanta adesão, acabamos por sugerir que as pessoas se unissem em grupos menores.
Se houver interesse em aderir e promover, a página é:
https://www.facebook.com/events/271507159890487/
No Rio de Janeiro, um sacerdote que tem um programa na rádio catedral se propôs a divulgar. Creio que ainda da tempo de mobilizar as pessoas para uma grande vigília.
Abraços,
Vivam Cristo, Maria e José!
ResponderExcluir"(...) me deparo é o martírio do padre Jacques Hamel..." Martírio?
Abraço!
diariodeumcatolico.blogspot.com
¿MÁRTIR?
ResponderExcluirUna religiosa testigo de la muerte del Sacerdote dice que el Padre “trató de luchar” para salvar la propia vida: Le tmoignage de Soeur Danielle : «Ils ont oblig Jacques se mettre genoux, il a essay de se dbattre» Video: French nun reveals terrifying moment she fled as ISIS knifemen killed priest
Ahora bien, “las condiciones esenciales para que se dé o exista verdadero martirio son: 1ª. La muerte corporal aceptada voluntariamente” (P. Royo Marín, “Teología Moral para Seglares”, BAC, Madrid, 1964, t. I, p. 356). “Muchos teólogos se niegan a aceptar el martirio cuando la víctima se resiste, se defiende, muere por necesidad, no por voluntad, y cae porque sus fuerzas son incapaces de triunfar sobre sus enemigos. (...) La razón es que el mártir debe imitar a Cristo, que dio testimonio de la verdad sufriendo, no luchando o resistiendo, según la palabra de 1 Petr. XI 23.” (DTC, París, 1928, t. X, part. I, p. 231).
El P. Hamel (a quien Dios tenga en su Reino) trabajaba en el diálogo interreligioso:
L'imam de Saint-Etienne-du-Rouvray "effaré" par le décès de son "ami" prêtre - France 3 Basse-Normandie
Y en los boletines de su Parroquia se alentaba la convivencia musulmano-católica:
http://rouen.catholique.fr/wp-content/uploads/sites/12/2016/01/st-etienne.pdf
diariodeumcatolico
Ao amigo Enzo Gabriel,
ResponderExcluirVou responder mais por opinião pessoal:
Como Cristãos nos cabe também a obediência a Santa Igreja.
Antes de criticar publicamente, pense no exemplo de Lutero, que criou uma vertente religiosa que tudo pode, qualquer um hoje cria uma igreja em qualquer esquina, com interpretações meramente pessoais e distantes da realidade do Santo Evangelho.
Em outras palavras, precisamos primeiro buscar o correto entendimento da palavra e da posição da igreja, depois pensar em formas eficazes de conversar sobre o assunto.
Incentivar a revolta contra a Santa Igreja nunca será a melhor forma, porque nunca seria a atitude de Cristo.
Lembre-se que Cristo criticava as atitudes dos fariseus defendendo a igreja, mesmo assim eu não conheço qualquer passagem biblica que mostre Cristo criticando fulano, Beltrano ou a igreja. Sempre as atitudes...