Por prof. dr. Ivanaldo Santos, Filósofo
– Fraternidade São Próspero
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.”
(Romanos 16, 17)
É impossível que não venham escândalos, mas aí daquele por quem vierem!.”
(Lucas 17, 1).
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme seus próprios desejos e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.”
(II Timóteo 4, 3-4)
INICIALMENTE, PARA EVITAR interpretações indevidas, afirma-se que não está sendo discutido um possível caráter patológico da homossexualidade e nem muito menos emitido qualquer juízo de valor sobre qualquer indivíduo que possua o comportamento homoerótico. No entanto, causou enorme repercussão negativa a homilia do bispo da Diocese de Caicó, no Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil, Dom Antônio Carlos Cruz Santos, que defendeu a tese de que a “homossexualidade é um dom dado por Deus”. Além dessa tese, o bispo demonstrou grande desprezo por qualquer grupo católico mais piedoso, mais fiel a doutrina e a liturgia da Igreja. Diante desta tese são apresentadas cinco breves análises:
1) Se pela palavra “dom” entende-se o conjunto de coisas que existam no mundo e na sociedade (coisas boas e ruins, coisas éticas e antiéticas, o ser humano, os animais, etc), um conjunto que, de forma direta ou indireta, está sujeito ao princípio da onipresença divina, então é possível se dizer que a “homossexualidade é um dom dado por Deus”. Assim como é possível dizer essa frase, também é possível se afirmar qualquer outra frase. Por exemplo, por esse raciocínio é possível afirmar: “O Nazismo é um dom dado por Deus”; “O aborto é um dom dado por Deus”; “A corrupção é um dom dado por Deus”, etc.
2) Se o bispo tivesse afirmado que os “indivíduos portadores do homoerotismo ou de uma ideologia homoerótica são dons de Deus”, por mais que a frase fosse polêmica, seu conteúdo semântico, teológico, doutrinal, estaria correto. Afinal, a ênfase da graça salvífica está no indivíduo e não num grupo social ou numa ideologia.
3) Se pela palavra “dom” entende-se a estrita doutrina cristã do pecado e da salvação, então o homoerotismo é um pecado e não um dom de Deus. Isso não significa que esses indivíduos estão condenados pela eternidade, mas, assim como todos os fiéis da Igreja, precisam de arrependimento, conversão e vida espiritual.
O socialismo marcusiano
4) É preciso ver que existe uma mudança na estratégia internacional para implantar o socialismo no Brasil e em outras partes do mundo. Durante muito tempo a ênfase foi dada ao modelo de socialismo marxista (violento, que trabalha com a formação de guerrilhas, deseja controlar o Estado, a implantação de uma ditadura política, etc). Dentro do modelo do socialismo marxista existem várias frentes de lutas para a tomada do poder. Por exemplo, existem as frentes rurais com os tradicionais movimentos de reforma agrária (no Brasil é famoso o Movimento dos 'Trabalhadores' sem Terra – MST) e as frentes urbanas com as graves, insurreições urbanas e coisas semelhantes. O problema é que o socialismo marxista ou não consegue tomar o poder ou, quando atinge esse objetivo, rapidamente perde o controle do Estado.
Dentro das esquerdas internacionais já existe o consenso que o marxismo não funciona como via de tomada do poder. Vale recordar que no Brasil, desde a década de 1970, setores da Igreja foram engajados na luta para a implantação do socialismo marxista. O novo modelo para a conquista do poder é o chamado “socialismo marcusiano”. Trata-se da proposta desenvolvida pelo teórico da Escola de Frankfurt, Herbert Marcuse. Para Marcuse a luta armada, a criação de guerrilhas e de grupos de pressão nas zonas rurais e urbanas nunca criará o socialismo. O motivo é que esses grupos seguem ou foram formados dentro da racionalidade ocidental. Por isso, o socialismo só poderá ser efetivamente implantado se foram incentivados a criação dos chamados “exércitos espontâneos”, movidos pelas “forças irracionais e inconscientes”.
Esses exércitos espontâneos, em sua essência, são compostos por viciados em drogas, pelas máfias internacionais, por grupos pró-aborto, pró-eutanásia, por membros da ideologia homoerótica e muito mais. Ao contrário do socialismo marxista (racional, estatal, etc), o socialismo marcusiano é uma mistura explosiva de orgias, descontrole social, individualismo, irresponsabilidade, etc. Não está sendo afirmado que o bispo de Caicó seja um socialismo marcusiano. Não existem elementos para se fazer tal afirmação. No entanto, o papel da Igreja, dentro do cenário internacional atual é muito mais de ser uma fundamental teológica para os grandes projetos internacionais (socialismo, globalismo, etc) do que ser a instituição promotora da evangelização e a guardiã da cultura ocidental. Em todo caso, a tese do bispo de Caicó é muito próxima do socialismo marcusiano. Será que setores da Igreja no Brasil vão ou já aderiram, de forma apaixonada, ao socialismo marcusiano?
5) Diante da tese defendida pelo bispo de Caicó é possível ter uma compressão, mesmo que parcial, da pergunta que Jesus Cristo dirigiu a Igreja: “Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na Terra?” (Lucas 18, 8).
Quem acompanha os bastidores e os debates em torno dos pronunciamentos dos bispos no Brasil já está (desgraçadamente) acostumado com frases desse tipo e – por incrível que parece – até mesmo de conteúdo muito pior. Esse tipo de pronunciamento é mais um capítulo da crise da sociedade contemporânea, da crise da Igreja e da crise do Ocidente. Devemos orar pela Igreja e, com isso, pedir a constante assistência do Espírito Santo. A força da oração e a vigilância doutrinária poderá trazer o ser humano e a Igreja a experimentarem dias mais alegres e mais plenos na fé.
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O Bispo fez igual aos protestantes,fez uma interpretação pessoal?
ResponderExcluirRealmente devemos orar muito para que a Igreja continue a sua missão com fidelidade!
ResponderExcluirCom certeza rezemos pela santa igreja
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