Papa Francisco toca em um assunto quase proibido – a mídia fingiu que nem ouviu


O PAPA FRANCISCO recordou, no último domingo (26/11/2017), as cerca de 3,5 milhões de vítimas da fome provocada deliberadamente nos campos da Ucrânia pelas políticas comunistas perpetradas pelo ditador Joseph Stalin, da antiga União Soviética, entre 1932 e 1933, para "coletivizar" fazendas de gado e terras agrícolas. 

Por algum motivo, sempre que se quer mencionar um ditador terrível, um regime político execrável ou mesmo uma pessoa que seja símbolo da maldade humana, cita-se Adolf Hitler. São dúzias de documentários lançados em redes de TV, livros e artigos escritos, todos os anos, esmiuçando em detalhes o que foi regime nazista e a vida do seu fundador. Entretanto, a maioria dos piores crimes da história da humanidade –, muitos até piores do que os perpetrados pelo nazismo –, foram cometidos por regimes comunistas ao redor do globo terrestre. O abominável episódio lembrado pelo Papa, denominado hoje Holodomor, foi, dentre muitos outros, apenas um dos mais vultosos: neste, foram 1 milhão e meio de pessoas no Cazaquistão e aproximadamente outro milhão de habitantes do norte do Cáucaso e regiões ao longo dos rios Don e Volgam, que sofreram o bárbaro suplício da morte pela fome –, entre homens, mulheres e crianças –, causada propositalmente pelo governo comunista.






Quando você se deparar com um militante esquerdista relativizando os bárbaros crimes cometidos pelo regime que ele defende, lembre-se destas cenas tão pouco divulgadas

Em mensagem ao povo ucraniano, o Papa Francisco mencionou “a tragédia do Holodomor, a morte por fome provocada que deixou milhões de vítimas. "Rezo pela Ucrânia, para que a força da paz possa curar as feridas do passado", disse, em seu tom caracteristicamente pacificador.

O genocídio ucraniano começou devido à resistência de camponeses do país à coletivização forçada, uma das bases do regime comunista, que vê a riqueza não como como valor gerado pelo indivíduo que trabalha e produz, por direito seu, mas como um grande "bolo" que deve ser igualmente dividido entre todos, suprimindo, junto com a liberdade de empreender, os talentos e capacidades individuais, assim como a propriedade privada, que passa a ser vista  como "roubo"[1].

Os soviéticos, sem mais, confiscaram à força, impiedosa e maciçamente, o gado, as terras e as fazendas dos ucranianos, e lhes impuseram punições que iam dos trabalhos forçados ao simples assassinato sumário, passando por brutais deslocamentos impostos a comunidades inteiras. Apesar de ter sido o extermínio sistemático de um povo, por pressões ideológicas ainda não há, até os nossos dias, um reconhecimento amplo e claro do genocídio ucraniano pela assim chamada “comunidade internacional”.

Certas correntes ideológicas organizadas e altamente atuantes evitam o termo "genocídio" para tratar o caso, alegando que o Holodomor teria sido a mera consequência de "problemas logísticos" associados às radicais alterações econômicas da União Soviética. De fato, para os vermelhos, uma coisa deixaria de ser o que é por ter sido efeito colateral de alegadas "boas intenções". É interessante observar que, recorrente e teimosamente, são elaboradas teorias suavizantes e condescendências "técnicas" para tentar disfarçar a verdade nua e crua sobre o comunismo: aqui está a explicação para o fato de sermos o tempo todo lembrados dos crimes do odioso nazismo, mas não existir a mesma firmeza quanto aos crimes igualmente odiosos, e em muitos casos até mais graves (especialmente em quantidade), do comunismo.

Não se trata, aqui, de comparar horrores, mas de questionar o relativo silêncio em torno a um em comparação com a ampla divulgação que se dá a outro. Só há relativização moral do extermínio humano, afinal, na mente de quem o instrumentaliza. É fato que praticamente todo o mundo que tem acesso à mídia já ouviu dizer que Hitler matou 6 milhões de judeus nos campos nazistas de concentração entre 1933 e 1945 (embora se dê menos atenção ao fato de que esse extermínio também se estendeu a outras minorias, como ciganos, poloneses, prisioneiros de guerra soviéticos, deficientes físicos e mentais, homossexuais, além de minorias clamorosamente 'esquecidas', como as vítimas católicas – São Maximiliano Kolbe e Santa Teresa Benedita da Cruz são exemplos ilustres dentre muitíssimos outros, ignorados, que bastam para questionar a campanha de desinformação orquestrada por quem acusa a Igreja de ter sido 'cúmplice' daquela carnificina).

Sem que se diminua em nada, portanto, a necessidade imperiosa de reconhecer o horror a que foram submetidos covardemente o povo judeu e as outras minorias perseguidas pelo nazismo, é preciso observar igualmente que, em comparação, muitíssimo menos gente já ouviu dizer que Stalin matou, pouco antes, 6 milhões de ucranianos, cazaques e outras minorias soviéticas mediante a imposição da fome massiva. Do mesmo modo são pouquíssimos os que sabem dos outros 14 milhões de pessoas assassinadas pelo comunismo apenas na União Soviética, sem falar do restante de vítimas em uma lista estarrecedora de seres humanos exterminados no mundo todo ao longo do século passado: foram 65 milhões na República Popular da China; 1 milhão no Vietnã; 2 milhões na Coreia do Norte; 2 milhões no Camboja; 1 milhão nos países comunistas do Leste Europeu; 1,7 milhão na África; 1,5 milhão no Afeganistão; 150 mil na América Latina; 10 mil como resultado das ações do movimento internacional comunista e de partidos comunistas fora do poder.

Esta soma petrificante de quase 100 milhões de seres humanos exterminados pelos regimes comunistas é estimada, com fundamento e propriedade, pelos respeitados autores de "O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror, repressão", obra coletiva encabeçada por Stéphane Courtois, em 1997. De lá para cá, nas regiões que continuaram sujeitas ao regime comunista e seus métodos intrinsecamente opressivos (comunismo e ditadura são irmãos gêmeos, já que a almejada 'igualdade' precisa sempre, necessariamente, ser imposta à força), como a China, a Coreia do Norte e outras nações que retrocederam em sua trajetória democrática para reeditar essa aberração histórica, como é o caso da Venezuela de Chávez, Maduro e seus parceiros do Foro de São Paulo, uma multidão de novos cadáveres veio aumentar a cifra já assustadora.

Numa época em que as farsas de viés socialista desgraçadamente voltam a ganhar força, apresentando-se ao mundo como "libertadoras do povo" ou as eternas "salvadoras dos pobres" (novamente, vide Venezuela, e regimes de 'fatiamento da riqueza' praticado por governos de ideologia socialista em países como Cuba, Argentina e Brasil), a verdade sobre o comunismo costuma ser "evitada" nos noticiosos de TVs e nos grandes jornais e revistas a serviço desse mesmo projeto de poder (que perfazem a quase totalidade). Este poder, desnecessário seria dizer, não é nunca, exatamente, o poder "do proletariado", como prega a propaganda, mas sim dos partícipes do governo, que invariavelmente vivem no luxo enquanto a população é nivelada por baixo. A este propósito, nunca é demais recordar o magistral resumo feito por George Orwell sobre a 'igualdade' realizada pelo comunismo, em sua obra genial "A Revolução dos Bichos": "Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros".

Dentro desse contexto ideológico e da tergiversação dos fatos que é uma sua característica indissociável, é digno de aplausos que o Papa Francisco tenha dado nome aos bois – assim como já deu a outro genocídio amplamente “esquecido” pelo mundo até recentemente: aquele que a Turquia otomana perpetrou contra a Armênia cristã em 1915.

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1. No dizer de Pierre Joseph Proudhon (1809 – 1865), pensador revolucionário francês autoproclamado anarquista e tido como um dos mais influentes teóricos e autores do chamado socialismo utópico.
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Adaptado de:
VÊNETO. Francisco. Papa Francisco toca em um assunto quase proibido – a mídia fingiu que nem ouviu, Aleteia, disp. em:
pt.aleteia.org/2017/11/28/papa-francisco-tocou-em-assunto-quase-proibido-e-a-midia-fingiu-que-nem-ouviu/
Acesso 29/11/2017
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Novela da Record blasfema contra a Igreja Católica: alguma surpresa?


ALGUNS LEITORES VÊM nos pedir que comentemos sobre uma certa novela televisiva estreada recentemente, da TV Record do mercenário da fé e reconhecido falso profeta Edir Macedo. Pelo que pudemos apurar por meio de imagens e matérias disponibilizadas por veículos noticiosos (veja), o tal folhetim coloca o Anticristo como fundador da Igreja Católica (ou um espantalho da Igreja) e outras blasfêmias parecidas com esta.

Mas... o que poderíamos nós esperar de um falso profeta? O que poderíamos dizer sobre ele, além daquilo que as suas ações já não digam (bem melhor do que nós poderíamos) por si próprias?

Que esperar de um homem que, como todo fiel católico pode ver tão claramente, é de fato um servidor de Satanás agindo no mundo? Entendam, meus irmãos, que se alguém receia dizer estas coisas, assim claramente, não é um bom cristão católico.

Que esperar de um promotor do aborto fantasiado de rabino judeu? Um homem que ensina que Deus "é obrigado" a atender os pedidos daqueles que lhe dão dinheiro? Alguém que pretendeu reerguer o Templo de Salomão e trazer de volta a Arca da Antiga Aliança, quando as Sagradas Escrituras –, que ele afirma observar –, dizem que, no tempo da Nova e Eterna Aliança em Cristo, estas coisas teriam passado e nunca mais se falaria delas (conf. Jr 3, 14-17)? Um enganador de almas que, em Nome de Cristo, prega o oposto daquilo que diz o Evangelho?

Nossa única resposta está nas perguntas retóricas feitas por Nosso Senhor: "Acaso pode, de uma mesma fonte, jorrar água potável e água salobra? É possível que uma figueira produza azeitonas, ou uma videira, figos? É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas?" (Tg 3,11-12; Mt 7,16).

Edir Macedo é o que é: uma árvore podre, de frutos venenosos. Ele não pode fazer o bem, pois "as pessoas boas produzem, do bom tesouro do seu coração, o bem, mas as pessoas más produzem toda sorte de coisas ruins a partir do mal que está em seu íntimo" (Lc 6,45). Quanto pior, então, será o caso daqueles que venderam suas almas a Satanás em troca de riquezas materiais?

Não satisfeito em desviar almas para o Inferno, afastando-as do autêntico Evangelho, Macedo sempre fez questão de atacar ferozmente o Corpo de Cristo, que é a verdadeira Igreja; esta mesma Igreja que ele procura copiar nos vitrais, no nome (Igreja Católica quer dizer, exatamente, 'Igreja Universal'), nas suas falsas "novenas"... E ele não começou agora, como pensam alguns desinformados; ele fez isso desde sempre, nas suas pregações, em suas publicações, no jornal da sua falsa igreja, que é impresso e distribuído aos milhões.

O demônio odeia a Igreja Católica mais do que tudo, porque a Igreja é Cristo e Cristo é a Igreja. Edir Macedo, servo do demônio, faz o trabalho do demônio, em troca de poder e luxo. Que surpresa pode haver nisto?

Por fim, quero perguntar aos que nos pedem que conclamemos os fiéis católicos a boicotar a tal novela: será mesmo preciso pedir a um católico que não assista tal espécie de imundície? Será preciso pedir ou mover uma campanha para que os verdadeiros fiéis católicos não assistam uma emissora que blasfema desta maneira contra o Corpo de Cristo?


Algumas "pérolas" de Macedo







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São João Paulo II profetizou a invasão da Europa pelos islâmicos em nossos tempos

Por Valerio Pece, La Nuova Bussola Quotidiana
Tradução: Fraternidade Laical São Próspero


A islamização da Europa segue em pleno curso e a ritmo acelerado

Vejo a Igreja do terceiro milênio afligida por uma praga mortal. Chama-se Islã. Invadirão a Europa. Vi hordas marcharem do Ocidente para o Oriente, do Marrocos para a Líbia, do Egito para os países orientais.

EIS A CHOCANTE visão de S. João Paulo II, até agora desconhecida do público. Mons. Mauro Longhi, sacerdote da Prelazia Opus Dei, testemunha uma confissão alarmante, que deve nos deixar a todos muito atentos e tem potencial para provocar convulsões. O Monsenhor, que esteve muitas vezes em contato pessoal com o Papa polonês, durante seu longo pontificado, tornou público o episódio ocorrido no Eremo dei Santi Pietro e Paolo, em Bienno (norte da Itália), durante uma conferência organizada para celebrar João Paulo II, aos 22 de outubro deste 2017, dia em que a Igreja celebra a memória litúrgica do novo santo.

Para fazer os devidos esclarecimentos e dar o contexto da visão profética de Karol Wojtyla, relatada por um sacerdote acima de toda suspeita (Mons. Longhi gozou da estima pessoal não só de João Paulo II, mas também de Bento XVI, a ponto de ter sido chamado, em 1997, para integrar o Dicastério da Congregação para o Clero), precisamos de algumas referências geográficas e cronológicas.

Importante notar que a confissão do Papa Wojtyla remonta a março do ano 1993, duas décadas e meia passadas, quando a situação e a presença islâmica na Europa era, social e numericamente, muito diferente da atual.

Entre 1985 e 1995, o jovem economista da Universidade milanesa Luigi Bocconi, Mauro Longhi (ordenado sacerdote em 1995), acompanhou e hospedou regularmente, de quatro a cinco vezes por ano, ao longo de uma década, o Papa Wojtyla em seus famosos passeios de esqui pelas montanhas. Mons. Longhi o hospedava no que hoje em dia corresponde à casa de veraneio do Seminário Internacional da Prelazia do Opus Dei; na época, porém, tratava-se de uma simples casa de campo, reservada aos membros da Obra em preparação para o sacerdócio e o ensino de Teologia. Encontramo-nos na província de Áquila, na direção de Piana delle Rocche, Ocre:

O Santo Padre saía de Roma de forma bem discreta, acompanhado geralmente de outro carro, o de seu secretário, Mons. Stanislaw Dziwisz, ou de algum outro amigo polonês. Ao chegar ao pedágio da rodovia, o único lugar em que poderia ser reconhecido, ele costumava fingir uma leitura, escondendo-se atrás de um jornal.

Assim começou a conferência de Mons. Longhi, dando início a uma série infinita de histórias interessantíssimas (quase sempre acompanhadas, já que contadas por um zeloso pastor, das oportunas explicações teológicas). Mas foi sem dúvida nenhuma com o Karol Wojtyla místico, de quem pouquíssimo que se sabe, que Mons. Longhi conseguiu a atenção dos que foram a Bienno participar do evento. Trata-se do Papa que Mons. Longhi encontrou à noite, na capela da casa da montanha, ajoelhado por horas num banco de madeira desconfortável em frente ao Tabernáculo. É o Papa a quem surpreendia, sempre de noite, falando, às vezes com entusiasmo, com o Senhor ou com sua Mãe amada, a Virgem Maria.

Mons. Longhi contou o que certa vez lhe confidenciou o cardeal polaco Andrzej Deskur, que foi companheiro de João Paulo II no seminário clandestino da Cracóvia: “Ele tem o dom da visão”. Quando perguntado sobre o que isso queria dizer, respondeu: “Ele fala com Jesus, Deus encarnado; vê-lhe o rosto e também o de sua Mãe”. “Desde quando?”, retorquiu Longhi. “Desde a sua primeira Missa, no dia 2 de novembro de 1946, durante a elevação da Hóstia. Ele estava na cripta de São Leonardo, na Catedral de Wawel, em Cracóvia, onde celebrou sua primeira Missa, oferecida em sufrágio pela alma de seu pai”.

Andrzej Maria Cardeal Deskur,
amigo íntimo de S. João Paulo II
Mons. Longhi acrescenta que o segredo revelado pelo cardeal Deskur – e aqueles olhos fixos de Wojtyla cada vez que levantava o Cálice e a Hóstia – pode ser entendido lendo-se a última Encíclica de João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia. No número 59 da conclusão, o Papa polonês recorda sua primeira Missa e acaba por revelar o mistério que o acompanhou durante toda a vida: “Meus olhos concentram-se sobre a Hóstia e sobre o Cálice onde o tempo e o espaço de certo modo estão ‘contraídos’ e o drama do Gólgota é representado ao vivo, desvendando a sua misteriosa ‘contemporaneidade’”.

Entre os muitos relatos de Mons. Longhi, porém, o que mais impactou seus ouvintes, e que se insere numa das das tantas caminhadas que fizeram juntos pelo Maciço do Gran Sasso, é sem dúvida o que se refere ao Islã e à Europa. Estavam os dois estão encostados em uma rocha, comendo um sanduíche e esperando a chegada do grupo que integravam, quando S. João Paulo II confidenciou sua visão. Segue abaixo o relato textual o relato do revmo. mons. Longhi:

Olhei para ele pensando que talvez precisasse de algo; ele percebeu que eu o fitava enquanto sua mão tremia: era o início do Parkinson. 'Meu caro Mauro, é a velhice', disse-me. Respondi-lhe: 'Não, Santidade, o senhor ainda é jovem'. Quando o contradizia assim em nossas conversas familiares, ele ficava furioso: 'Não é verdade! Se digo que estou velho é porque estou velho!'...

[Segundo o Mons., foi precisamente o passar do tempo e o início da doença que levaram o Papa polonês a sentir a urgente necessidade de comunicar a alguém aquela visão mística]

Wojtyla mudou então o tom de voz e, confiando-me uma de suas visões noturnas, disse: 'Lembre aos que você encontrará na Igreja do terceiro milênio: vejo a Igreja afligida por uma praga mortal, mais profunda, mais dolorosa do que a deste milênio' –, disse-o em referência ao comunismo e ao nazismo –, 'chama-se islamismo. Invadirão a Europa. Vi hordas marcharem do Ocidente para o Oriente', e descreveu-me um a um os países, do Marrocos à Líbia e daí ao Egito, até chegar ao Oriente.

O Santo Padre acrescentou: 'Invadirão a Europa, a Europa será arruinada, uma sombra do que foi outrora, como uma lembrança de família. Vocês, Igreja do terceiro milênio, têm o dever de conter esta invasão. Mas não com armas: elas não são suficientes; antes, com a sua fé, vivida integralmente'.








Em grandes passeatas no Reino Unido (você não leu errado), muçulmanos berram frases como as dos seus cartazes: "A Europa é um câncer, o Islã é a resposta!"; "Para o inferno com a liberdade, não à democracia, queremos só o Islã!"; "Sharia para o Reino Unido!" e "Massacrem quem insulta o Islã!" ou "Decapitem quem insulta o Islã!"...

Eis o precioso testemunho de alguém que durante anos esteve em contato direto e estreito com o Santo Padre, com quem concelebrou inúmeras vezes. Não por acaso, hoje em dia está esquecida a Exortação Apostólica Ecclesia in Europa, de 2003 (leia), na qual S. João Paulo II fala claramente de uma relação com o Islã que deveria ser, ao mesmo tempo, “correta” e conduzida com “prudência, mas com clareza de ideias acerca das suas possibilidades e dos seus limites” (n.57). Apesar da linguagem típica de um documento magisterial, sóbrio e contido por natureza, o Santo Padre parecia advertir para que os cristãos conhecessem o islamismo “de modo objetivo” (n. 57).

Estamos diante de uma leitura e de verdades que precisam ser ditas, que nos foram dadas por um Papa santo, canonizado, mas não são, já que hoje todo tema considerado "politicamente incorreto" é evitado –, inclusive, e talvez até principalmente, pela alta hierarquia da Igreja, muito empenhada na promoção de um "ecumenismo" que não raras vezes omite a própria proclamação da Verdade.

Trata-se, portanto, de um paradigma, sobretudo quando se considera outro trecho da Exortação Ecclesia in Europa, no qual S. João Paulo II, após estigmatizar “o sentimento de frustração dos cristãos que acolhem, por exemplo na Europa, crentes de outras religiões dando-lhes a possibilidade de exercerem o seu culto, e [...] se vêem proibidos de exercer o culto cristão nos países onde tais crentes são a maioria” (n.57), afirma, a respeito dos fluxos migratórios, ser imprescindível “a firme repressão dos abusos” (n.101).

Estamos, insistimos, diante de uma leitura politicamente incorreta do Islã, feita aliás por um Papa santo: uma leitura “profética”, num primeiro momento, convertida depois em ensinamento magisterial (aquela chocante visão deve tê-lo influenciado a escrever a Exortação Ecclesia in Europa).

“Seremos invadidos pelo Islã”. Certamente esta profecia já está se concretizando. Enquanto políticos, mídia e "artistas" europeus, a título de "chamar ao debate e à reflexão", continuam massacrando sem dó nem piedade a religião cristã, nos seus valores e seus símbolos, o Islã cresce e ganha cada vez mais e mais espaços. De maneira aparentemente inexorável, vai-se apagando a Luz na Europa, enquanto se reduz a pó e a meras recordações. S. João Paulo II o previu, alertou. Ainda hoje, convida -nos a resistir à invasão dos anticristãos de toda espécie (e são muitos), simplesmente, com a fé vivida na sua integridade.

* * *

O testemunho de Mons. Longhi (com sua referência à proximidade da terrível visão mística do Papa) merece ser conhecido na íntegra. Sua conferência está disponível no vídeo abaixo (a partir do minuto 48 pode-se ouvir o relato de que falamos aqui).




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Fonte:
PECE, Valerio. La visione di Giovanni Paolo II: 'L'islam invaderà l'Europa', em:
http://www.lanuovabq.it/it/la-visione-di-giovanni-paolo-ii-lislam-invadera-leuropa
Acesso 21/11/2017
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Blasfêmia na Bélgica: vaca crucificada no lugar de Cristo... em capela católica!




UMA VACA FEITA de poliéster branco, em tamanho natural, crucificada em uma cruz, diante de uma piscina cheia de leite, dentro de uma igreja, bem defronte ao Altar. Esta é a instalação artística “holy cow” ('vaca sagrada'), apresentada pelo “artista” plástico Tom Herck (foto), no interior de uma capela católica da cidade de Borgloon, Bélgica. Católicos e até protestantes daquele país, revoltados, têm protestado contra mais esta blasfêmia e vilipêndio à fé dos cristãos, mas até agora foram solenemente ignorados, até pela diocese local.

O site "L'Observatoire de la Cristianophobie" ('Observatório da Cristofobia') foi um dos primeiros a denunciar o crime. Houve protestos na porta da capela no último domingo (19/7/2017). Nos últimos anos, a capela estava fechada, mas continua sendo um templo cristão e ainda pertence à diocese de Hasselt. O local foi temporariamente alugado(!) para funcionar como galeria de arte, mas, aparentemente, não se sabia o que seria exposto naquele solo sagrado. Ainda assim, não se justifica a inércia do clero diante de tamanha profanação. Onde estarão nossos pastores e autoridades eclesiásticas, tão empenhados em questões secundárias como combater o fumo e promover a ecologia, quando nossa fé é assim atacada?

O povo católico daquela cidade invoca o que consideram o cumprimento de uma “profecia” de S. João Maria Vianney, que no século 19 viveu naquela região: “Deixem uma paróquia vinte anos sem um sacerdote e acabaremos adorando animais”.

Como sempre acontece nesses casos de vilipêndio aos símbolos sagrados –, que vêm ocorrendo maciçamente nos últimos tempos –, o "artista" em questão se defende das críticas dizendo que seu objetivo é "gerar um debate" e "provocar a reflexão", neste caso, sobre o desperdício de comida... Contudo, é possível ver nas outras esculturas da exibição que se trata de uma clara provocação ao cristianismo. Uma outra peça é uma cabeça de vaca com uma coroa de espinhos na cabeça e uma cruz no focinho.

Em seu site, Herck afirma que gosta de “questionar o papel da religião”, e é fácil ver, em seu histórico, que a maior parte de suas obras ridiculariza os símbolos cristãos católicos. Numa escultura que instalou em uma praça de Bruxelas, no ano passado, a imagem de Cristo foi pintada em uma “carta” de concreto que fazia parte de um grande castelo de cartas, ao lado de figuras de tiranos como Hitler e Napoleão.

A exibição, que vergonhosamente continuará no local até o dia 3 de dezembro, está sendo celebrada pelos críticos de arte belgas como "provocante" e "desafiadora". Talvez alguém já tenha sugerido ao intrépido "artista" que –, já que gosta tanto de questionar a fé e "desconstruir" os valores religiosos das pessoas –, numa próxima oportunidade experimente ridicularizar a figura de Maomé, pois os islâmicos estão literalmente invadindo a Europa. O fato é que, até agora, ele continua firme no seu "corajoso" ataque à fé... exclusivamente católica. Na Europa, poderíamos dizer que ele está fazendo algo semelhante àquilo que se chama, popularmente, "chutar cachorro morto", já que o catolicismo vive uma fase de franca decadência em praticamente todo aquele Continente.

Enquanto alguns continuam perdendo tempo discutindo se tal barbaridade é ou não é "arte", os inimigos da Igreja fazem a festa. Como percebeu com grande lucidez o jornalista carioca Luciano Trigo, em casos como este não importa saber se é ou se não é "arte". Importa denunciar o crime.


Abaixo o vídeo belga sugerido pelo leitor Bastos, que mostra em detalhes a instalação supostamente artística e certamente criminosa.



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GospelPrime

Observatoire de la christianophobie
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'Bebê milagre', nascida com 21 semanas, completa 3 anos de vida


UMA MENINA NASCEU, no ano 2014, nos EUA, com apenas 21 semanas e 4 dias de gestação(!). Incrivelmente pequena, cabia na palma de uma mão e pesava pouco mais de 400 gramas, mas foi capaz de desafiar a ciência: segundo a medicina, a sobrevivência nesses casos é inviável, e a mãe foi aconselhada pelo médico a não tentar reanimar a criança e nem a empreender esforços para sustentar a sua frágil vida, pois isso não passaria de um sofrimento inútil. 

O fato é que aquele "pinguinho de gente" acaba de completar 3 anos de idade, é hoje uma criança saudável e perfeitamente normal! É chamada por seus pais, até hoje, de "bebê milagre".

A idade fetal recomendada para o parto é entre 39 e 40 semanas. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), “bebês nascidos muito cedo (especialmente antes da 32ª semana) têm índices altíssimos de morte e deficiência”. Há registros de casos raros de bebês que sobreviveram nascidos após a 22ª semana, mas a caçulinha da família Stensrud não tinha completado sequer esse período de gestação quando nasceu. O caso é tão peculiar que a revista da Academia Americana de Pediatria afirmou que a bebê Stensrud “pode ser a sobrevivente mais prematura já registrada até hoje”.

O Dr. Kaashif Ahmad, neonatologista que atendeu a mamãe Courtney Stensrud e sua filhinha no Methodist Children’s Hospital, em San Antonio, Texas, é o principal autor do estudo publicado pela revista pediátrica. Ele chegou a consolar Courtney “pela sua perda”, em referência à bebezinha nascida na 21ª semana de gestação, mas Courtney não se deu por vencida e perguntou ao médico com veemência: “Você vai tentar?“. O Dr. Kaashif respondeu que sim. “Três anos depois, temos o nosso pequeno bebê milagre”, resume a mamãe, que completa: “Se alguma mulher, antes do parto, for pesquisar no Google, ela vai poder encontrar essa história e um pouquinho de esperança e fé”.

Sobre o momento em que o médico lhe falou das pequenas chances de sobrevivência da bebê, Courtney comenta:

Só senti algo dentro de mim, só tive fé e esperança. Eu não me preocupava que ela tivesse apenas 21 semanas e quatro dias. Eu não me preocupava (...). A partir do momento em que ela entrou neste mundo, ela sempre quis viver. E ela está até agora vivendo a vida!

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CNN e ACI Digital

Com Aleteia

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Por que não temos mais abundantes sinais milagrosos na Igreja?


São Gregório Magno foi Papa no final do século VI, e um dos maiores Papas da história da Igreja. Em um de seus sermões, tratou dos pretensos carismas, palavras de esclarecimento que parecem ser de grande utilidade nos nossos tempos. O referido sermão, que publicamos abaixo, foi proferido no dia da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo, ais 24 de Maio do ano 591, na Basílica de São Pedro.

Eis os sinais que acompanharão aqueles que terão acreditado: em meu nome, eles expulsarão os demônios, eles falarão em línguas novas, eles pegarão em serpentes, e se tiverem bebido algum veneno mortal, ele não lhes fará nenhum mal. Eles imporão suas mãos aos doentes e estes serão curados(Evangelho segundo S. Marcos, 16,16)

SERÁ QUE, MEUS caros irmãos, pelo fato de que vós não fazeis nenhum destes milagres, é sinal de que não tendes nenhuma fé?

Estes sinais foram necessários no começo da Igreja. Para que a Fé crescesse, era preciso nutri-la com milagres. Também nós, quando plantamos árvores, as regamos até que as vemos bem implantadas na terra. Uma vez que se enraizaram, cessamos de regá-las.

Eis porque São Paulo dizia:”O dom das línguas é um milagre não para os fiéis, mas para os infiéis” (I Cor, 14,22).

Sobre esses sinais e esses poderes, temos nós que fazer observações mais precisas?

A Santa Igreja faz, todo dia, espiritualmente, o que ela realizava então nos corpos, por meio dos Apóstolos. Porque, quando os seus padres, pela graça do exorcismo, impõem as mãos sobre os que creem, e proíbem aos espíritos malignos de habitar sua alma, faz outra coisa que expulsar os demônios?

Todos esses fiéis que abandonam o linguajar mundano de sua vida passada, cantam os santos mistérios, proclamam com todas as suas forças os louvores e o poder de seu Criador, fazem eles outra coisa que falar em línguas novas?

Aqueles que, por sua exortação ao bem, extraem do coração dos outros a maldade, agarram serpentes.
Os que ouvem maus conselhos sem, de modo algum, se deixar arrastar por eles a agir mal, bebem uma bebida mortal, sem que ela lhes faça mal algum.

Aqueles que todas a vezes que vêem seu próximo enfraquecer, para fazer o bem, e o ajudam com tudo o que podem, fortificam, pelo exemplo de suas ações, aqueles cuja vida vacila, que fazem eles senão impor suas mãos aos doentes, a fim de que recobrem a saúde?

Estes milagres são tanto maiores pelo fato de serem espirituais, são tanto maiores porque repõem de pé, não os corpos, mas as almas.

Também vós, irmãos caríssimos, realizais, com a ajuda de Deus, tais milagres, vós os realizais, se quiserdes.

Pelos milagres exteriores não se pode obter a vida. Esses milagres corporais, por vezes, manifestam a santidade.Eles não criam a santidade.

Os milagres espirituais agem na alma. Eles não manifestam uma vida virtuosa. Eles fazem vida virtuosa.

Também os maus podem realizar aqueles milagres materiais. Mas os milagres espirituais só os bons podem fazê-los.

É por isso que a Verdade diz, de certas pessoas: “Muitos me dirão, naquele dia: “Senhor, Senhor, não foi em teu nome que nós profetizamos, que nós expulsamos os demônios e que realizamos muitos prodígios? E Eu lhes direi:”Eu não vos conheço. Afastai-vos de Mim, vós que fazeis o mal” (Mt 7,22-23).

Não desejeis, ó irmãos caríssimos, fazer os milagres que podem ser comuns também aos réprobos,, mas desejai esses milagres da caridade e do amor fraterno dos quais acabamos de falar: eles são tanto mais seguros pelo fato de que são escondidos, e porque acharão, junto a Deus, uma recompensa tanto mais bela quanto eles dão menor glória diante dos homens


SÃO GREGÓRIO MAGNO, Papa
Sermões sobre o Evangelho, Lv II,
Les éditions du Cerf, Paris,
2008, vol. II, pp. 205 a 209


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Indicação de leitura: '1964 - O Brasil nos arquivos do serviço secreto comunista'


HÁ EXATOS CEM anos, o poder na Rússia era tomado pelos bolcheviques. Iniciava-se um dos mais pavorosos regimes de governo da História, impondo o terror tanto contra os seus inimigos quanto também, posteriormente, contra suas próprias fileiras revolucionárias. 

O executor deste terror, a temível polícia política russa, a Cheka, com o passar dos anos transformou-se em NKVD e, finalmente, no notório serviço secreto soviético, a KGB. No final dos anos 1940, o serviço de segurança estatal tchecoslovaco, a StB, discípulo fiel das tradições do Cheka, adotou o mesmo mecanismo de terror. 

A StB, como um punho do partido comunista, primeiramente perseguiu todos aqueles que foram arbitrariamente declarados inimigos da “ditadura do proletariado”; depois, perseguiu também os próprios adeptos do comunismo. 

Uma parte essencial de toda a StB foi o seu serviço de inteligência político: o Diretório I, que realizava suas operações fora das fronteiras da Tchecoslováquia, incluindo o Brasil. Os leitores brasileiros têm o direito de conhecer a verdade de uma história até agora cuidadosamente omitida, a de que os serviços de inteligência dos países comunistas atuaram em nosso país nos anos 1950 e 1960. Os primeiros passos na divulgação desse conhecimento foram dados nas redes sociais, especialmente na página documental StBnoBrasil.Com. Agora, esse conhecimento está organizado e disponível em forma de livro impresso. A obra intitula-se "1964, O Elo Perdido. O Brasil nos arquivos do serviço secreto comunista".

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Famílias exigem que o Congresso remova a promoção da ideologia do gênero da BNCC, mas são ignorados

Não deixe de assistir este vídeo

ABAIXO-ASSINADO PEDINDO a aprovação do regime de urgência na análise do Projeto de Lei nº 4.486/2016, que determina que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) seja avaliada pelo Congresso Nacional, já conta com 76 mil assinaturas até este momento (17/11/2017). Como o professor Felipe Nery explica no vídeo acima (é importantíssimo que você assista), a BNCC pode afrontar o debate e a vontade popular expressas no Plano Nacional de Educação, especialmente no que diz respeito à imposição da ideologia de gênero.

O texto da BNCC traz determinações perigosas para a formação das crianças, tais como “Discutir as experiências corporais pessoais e coletivas desenvolvidas em aula, de modo a problematizar questões de gênero e corpo”(!). Temos hoje uma enorme quantidade de denúncias de situações de crianças sendo constrangidas por professores de modo a aceitar esta ideologia, mesmo contra a vontade expressa dos pais. O constante incentivo a questionar a relação entre "gênero" e corpo pode fazer com que as crianças entrem em conflito consigo mesmas e resultar em sofrimento psíquico pela dissociação da identidade e do corpo.

O texto da BNCC foi entregue em abril de 2017 pelo Ministério da Educação, chefiado pelo ministro Mendonça Filho (DEM), ao Conselho Nacional de Educação, a quem, segundo a legislação atual, cabe aprová-lo. O projeto de lei nº 4.486/2016 é de autoria do deputado Rogério Marinho (PSDB/RN) e o requerimento de urgência, do deputado Diego Garcia (PHS/PR).

** O abaixo-assinado está disponível pelo Citizen GO. Vote aqui, você também, fiel católico!

Enquanto isso, a grande mídia, sem nenhuma vergonha, veicula a informação absolutamente falsa e enganosa de que a visita de Judith Butler, a inventora da ideologia do gênero, teve "manifestações pró e contra"... Assim como na época das maiores manifestações populares da história do nosso país, contra o governo do PT, tentavam de todas as manerias convencer a população de que se tratavam, simplesmente, de manifestações "contra a corrupção", até que a profusão de cartazes e brados de "Fora PT!" não pode mais ser ignorada e eles foram obrigados a reconhecer o óbvio, agora tentam nos convencer de que a população está "dividida" entre os que são contrários e os que são favoráveis à ideologia de gênero. Nada mais falso. Foram mais de 300 mil manifestações contrárias à visita de Butler, contra grupelhos de poucas dezenas que se postaram às portas do SESC para apoiá-la. Não há divisão. A população brasileira, em sua esmagadora maioria, sabe bem o que queer, e não quer ver seus filhos doutrinados nesta ideologia perniciosa. Sigamos o exemplo do Paraguai e expurguemos de nossa nação esta influência "demoníaca", assim como foi chamada, com todas as letras, pelo papa Francisco.

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Ref.:

Visão Católica, 'BNCC: 40 mil querem que congresso analise', disp. em:
http://www.visaocatolica.com.br/2017/10/bncc-40-mil-querem-que-congresso-analise/
Acesso 15/11/2017
www.ofielcatolico.com.br

Quem ama, corrige


COMO DEVE O CRISTÃO católico proceder diante de um familiar, um amigo ou mesmo algum colega de estudos ou do trabalho que erra, que está em pecado ou, melhor seria dizer, um que persista no erro, imaginando que acerta (já que errar todos nós erramos, pecar todos pecamos).

Corrigir os erros alheios pode ser muito difícil. Exige coragem, boa vontade, paciência... e principalmente verdadeiro amor fraterno, que é a autêntica caridade cristã.

Como diz o querido padre Francisco Faus em um de seus admiráveis livros (Tornar a Vida Amável, Cultor & Cleofas) "corrigir um amigo –,  com amor e ânimo de ajudar –, é uma das melhores maneiras de compreendê-lo". 

Antes de entrar na análise da questão, entretanto, importa contextualizá-la. Vivemos hoje o pleno apogeu da temível ditadura do relativismo, contra a qual tanto nos advertia o papa Bento XVI e que já foi também condenada por Francisco como "a pobreza espiritual dos nossos dias". 

Vivendo num mundo em que tudo é relativo e tudo se questiona, por todos, o tempo todo, fica muito difícil dizer a um irmão: "Cuidado, não vá cair em tal erro", porque o mundo grita intermitentemente aos nossos ouvidos que absolutamente tudo é relativo e que ninguém possui autoridade para dizer o que é certo e o que é errado.

Mais além, nossa geração é extremamente orgulhosa e pendente para o pecado da soberba. Nossos pais e avós aceitavam com mansidão a reprimenda dos pais, mestres e superiores hierárquicos, diferente de nós. Eu mesmo não podia reclamar dos meus professores do ensino fundamental ou médio para meus pais (a não ser que se tratasse de algum problema realmente grave), porque, se o fizesse, ganharia apenas uma nova reprimenda. Meu dever era respeitar sempre, e me esforçar ao máximo para aprender e me aperfeiçoar, e não criticar aquele(a) cuja função é justamente me ensinar e disciplinar.

Hoje, se um professor adverte uma criança ou adolescente em sala de aula, terá que responder aos pais, que via de regra já têm como premissa que o aluno, em tudo, está certo, e o professor errado (como aconteceu no caso do professor processado em juízo por ter proibido um aluno de usar o celular durante sua aula).

Temos assim, por um lado, que em nossos tempos é muito difícil corrigir alguém, mesmo quando o erro é flagrante. Por outro, que é muito importante saber corrigir. Ninguém gosta de ser repreendido, em especial se a reprimenda for feita publicamente. Ninguém gosta de se sentir desrespeitado e, a não ser que você mesmo seja perfeito, como poderia apontar o dedo para as falhas do seu próximo? Com que autoridade o faria?

Mesmo assim, é um erro comum pensar que, pelo fato de Nosso Senhor ter nos exortado a "não julgar", isto seria motivo para a omissão, isto é, deixar cada um cuidar da própria vida, sem se importar com o bem do próximo ou com a defesa do bem, da verdade, da justiça. Aliás, as passagens em que o Cristo ensina a "não julgar" estão entre as mais desvirtuadas das Sagradas Escrituras, que também nos mostram claramente como nosso Salvador (e antes d'Ele os profetas, até S. João Batista, e depois d'Ele os santos Apóstolos), apontava com clareza todo erro, onde quer que o encontrasse. Assim é que as Epístolas vão insistentemente nos orientar neste sentido:

Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos.
(1Ts 5,14)

Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.
(Gl 6,1)

A cautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se  ele se arrepender, perdoa-lhe.
(Lc 17,3-4)

Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão.
(Gl 6,1).

Especial atenção requer a exortação de S. Judas Apóstolo, por muito precisa: "Procurai convencer os hesitantes (compadecei-vos deles); procurai salvá-los, arrebatando-os do fogo (do Inferno); dos outros, tende misericórdia (sede compassivos), mas com temor, detestando até as vestes contaminadas pela carne" (Judas 22-23).

O resumo de tudo em 4 pontos bem claros. Nosso dever é: 1) proclamar a Verdade do Evangelho; 2) procurar salvar a todos 3); ter misericórdia dos que vagam sem direção, perdidos no erro, sendo compassivos para com eles; 4) mas nada disso exime de manter o temor de Deus, e nem nos desobriga de detestar radicalmente o pecado. Em resumo, devemos ser "imitadores de Deus", amando os pecadores e odiando o pecado.



Muitos confundem as duas coisas: uns são caridosos em excesso, entendendo equivocadamente que, por amarmos os pecadores, deveríamos tolerar também o pecado. Alguns vão tão fundo nesta compreensão espúria que caem no erro ainda mais grave de concluir que até o chafurdar no pecado seria "graça de Deus"...

Outros, seguindo no sentido contrário e igualmente equivocado, por muito odiar o pecado, confundem-no com o próprio pecador, e assim terminam por trocar o Caminho de Cristo por um caminho de ódio e intolerância. Esquecem-se que a Caridade é como que uma das pernas do caminhar do cristão, sendo a outra perna a própria Verdade: se uma das duas falhar, o andar torna-se manco, e em alguns casos o progresso vai se tornar finalmente impossível.

Não basta só a Caridade sem a Verdade. Também os hipócritas e os desonestos são capazes de amar. Já o conhecimento da Verdade, sem a Caridade, será estéril.

Assim como os "bonzinhos" e "politicamente corretos" de plantão dos nossos tempos entendem que seria mais próprio do bom católico "compreender" e concentrar todos os nossos esforços apenas e tão somente em perdoar, relevar e "não julgar"; considerando sempre exclusivamente o lado bom da pessoa, outros comportam-se como fariseus, assentados em seus tronos de hipocrisia e apontando seus dedos duros para todos os lados, como se tivessem já, eles próprios, atingido a perfeição cristã. A solução para o problema está no caminho reto, que não se desvia nem para a direita e nem para a esquerda (Pv 4,11,27).

Nosso Modelo máximo e perfeito, evidente, é o Cristo, e Ele resumiu tudo ao dizer:

Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e corrige-o a sós. Se ele te der ouvidos, terás ganho o teu irmão. (Mt 18,15)

Está tudo dito aí, numa única frase:

• Deve o cristão repreender o seu irmão, que caiu ou está em pecado;

• Deve corrigi-lo com caridade e misericórdia, a sós, sem a pretensão de humilhá-lo ou fazer-se superior a ele;

• "Se ele te der ouvidos...": é preciso compreender que aquele irmão pode simplesmente não querer ouvir, não considerar a correção, comportar-se com orgulho e persistir no erro. Nesse caso, não cabe querer forçá-lo e sim, simplesmente, deixá-lo seguir seu próprio caminho, pois quem o julgará é Deus, e não nós, que somos também imperfeitos. Jesus, depois de censurar a pessoa que só enxerga o cisco no olho do irmão, fala mais uma vez do dever de corrigir: "Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar o cisco do olho de teu irmão" (Mt 7,5);

• "...terás ganho o teu irmão". O objetivo do que corrige não é impor-se, disputar, mostrar que tem razão ou qualquer outra coisa desse tipo, mas sim o bem do outro. É ganhar a sua alma para Cristo e para a vida eterna.

Como vemos, o mesmo Cristo que nos ama e perdoa, sempre de novo e de novo, com infinita Misericórdia (louvado seja, por isto, Nosso Senhor!), manda-nos corrigir, exatamente porque quer sempre o nosso bem. Porque nos ama, não hesita em alertar, em corrigir, em repreender, ainda que isso doa, como fez tantas vezes com seus Apóstolos (cf. Mt 16,23 e 20,25-26), seus amigos mais caros.

Nunca é demais lembrar que identificar e acusar os erros é coisa diferente de julgar. Se eu testemunhasse um assassinato, estupro ou tortura, e dissesse que tudo isso é erro, pecado e crime, estaria "julgando"? Não, por certo. Estaria, isto sim, fazendo uso do discernimento racional mais elementar para identificar um comportamento condenável, e nestes casos extremos seria uma obrigação moral denunciar. Julgar tem mais a ver com condenar pessoas do que os atos cometidos por pessoas.

Quem não é capaz de alertar um irmão que se está a perder é o egoísta indiferente, que só pensa em si e prefere não se meter com os problemas alheios, repetindo o mantra maldito dos que não conhecem a caridade: "Cada um com os seus problemas"... E, quando o outro se complica de vez, naufragando em meio a mil dores e dificuldades, amortece a própria consciência repetindo para sim mesmo que não teve culpa, afinal, "cada um...".

Quem não corrige é porque não ama o suficiente, ou não sabe amar; são os frouxos, os covardes, os "mornos" de quem nos fala o Cristo (Ap 3,15-16). Acham que ser bom é aceitar tudo, porque corrigir pode magoar, provocar alguma dor, algum constrangimento... "Passa por cima" de tudo e tudo tolera. Nunca adverte nem corrige, por medo de magoar ou da reação do outro. É a atitude típica dos sentimentais e covardes, e contra estes disse o Espírito Santo no Livro dos Provérbios: "Melhor é a correção manifesta do que uma amizade falsa" (Pr 27,5).

É muito fácil cair na tentação de olhar só as qualidades, dizer sempre somente as coisas boas, os acertos e as virtudes de um parente, um amigo, um colega, um irmão de fé, e fingir que as falhas não existem. Uma falsa tolerância que mais prejudica do que ajuda. Os tolerantes de araque, que são moles de espírito, acham que corrigir alguém vai "traumatizar" ou "tirar a liberdade" do outro, e assim vão todos ficando igualmente moles. Isto é uma grande tragédia dos nossos tempos.

Lembro-me bem da primeira reunião que tive com Felipe Marques, um valoroso jovem que desempenha um belo papel em nosso apostolado. Num momento da conversa, perguntei a ele: "O que você acha de ser repreendido? Como reage quando alguém aponta alguma falha em alguma coisa que você fez? O que acharia de ter os seus textos corrigidos, ou mesmo parte deles reescritos?"; ao que ele prontamente, olhando nos meus olhos, com verdade e numa atitude de cavalheiro, respondeu: "É o que eu espero! Eu quero ser corrigido porque quero aprender, e tenho muito que aprender".

Naquele momento entendi que estava diante de um verdadeiro fiel católico, um guerreiro de Cristo, um jovem cruzado verdadeiramente disposto a fazer a diferença nesta Igreja combalida. E eu respondi: "Muito bem. Somos homens! Não tenha medo em também me corrigir, quando eu cometer alguma falha".

Já se foram alguns anos desta conversa, e de lá para cá a verdade é que temos aprendido um com o outro, sem falsos orgulhos nem vaidades, mas com o amor fraterno que deve existir entre os membros do Corpo de Cristo.

Lembremos, por fim, que para corrigir, antes é preciso dar exemplo, e é preciso cultivar um sincero afeto pela pessoa, além de saber perdoá-la no mais íntimo da alma, conscientes de que nós também erramos. É preciso que a motivação e a razão da correção seja sempre o querer o bem do próximo, como quem estende a mão para ajudar.

Pense que não é obstáculo para corrigir com eficácia o fato de sentir dificuldade em fazê-lo. Quase sempre custa falar de um defeito diretamente com o interessado; é natural que soframos com o receio de que – ainda que falemos com carinho – o outro não entenda e possa se melindrar. Rezemos, então, antes de falar, pedindo a Luz e a Fortaleza do Espírito Santo. Coragem! O mundo só terá a ganhar se nós, cristãos, nos corrigirmos fraternalmente, uns aos outros. Lembre-se: por mais difícil que seja, isto é melhor –, infinitamente melhor –, do que calar-se na presença daquela pessoa, para depois criticá-la pelas costas.

Referindo-se aos comodistas, que preferem calar do que corrigir quando é preciso, disse S. Josemaria Escrivá:

Talvez poupem desgostos nesta vida, mas põem em risco a Felicidade eterna – a própria e a dos outros – pelas suas omissões, que são verdadeiros pecados.
(Forja, n. 577)

Nós, Igreja, precisamos de homens e mulheres de verdade, guerreiros da fé valorosos e destemidos, que saibam respeitar, sim e sempre, mas igualmente saibam se posicionar e proclamar quem são, em que creem, pelo que lutam. Rogai por nós, São Miguel, São Jorge, São Sebastião, Santa Joana d'Arc!


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O 'Magnum Principium' da confusão?


Por Felipe Marques – Fraternidade São Próspero

Nota prévia do autor: Eu amo o Santo Padre, o Papa Francisco, como meu Pastor terreno e Cabeça Visível da Igreja. Que isto fique claro! Porém, a verdade deve ser sempre defendida e nós devemos orientar bem os católicos; assim, é com pesar que escrevo este artigo. Mas também tenho esperança de que aqueles que o lerem compreendam um pouco melhor certas situações que agora vivemos, e estejam também um pouco mais bem preparados para lidar com as grandes coisas que virão, visto que a maioria do povo de Deus "se perde por falta de conhecimento" (Os 4, 6).

Lembre-se de que vivemos na realidade do mundo e não em um mundo imaginário onde tudo é belo e os unicórnios existem. Muito ao contrário, a realidade objetiva é sofrida e árida –, um verdadeiro "vale de lágrimas" –, e nos mostra muito bem que a única razão da nossa esperança é nosso Senhor, Jesus Cristo. Fora d'Ele, as cruzes –, que existem tanto para os que creem quanto para os que não creem –, tornam-se insuportáveis! Por isso, não desconfie de Deus, nem da Santa Igreja Católica! Combata os inimigos de Deus e da Santa Igreja Católica, mesmo que, às vezes, eles ocupem altos cargos da hierarquia eclesiástica. Tenha coragem! Fique firme!

* * *

Antes de iniciar nossas análises e observações –, e externar nossas preocupações –, faz-se necessário definir algumas premissas dos temas tratados, as quais elencamos logo abaixo.

1) O que é um documento papal Motu Proprio? Os principais documentos usados por um Papa são: Cartas Apostólicas, Constituição, Bula, Breve, Rescrito, Encíclica e Motu Proprio. É sobre o último da lista que discorreremos aqui! Motu Proprio (do latim 'motivo próprio') é o documento que é escrito por iniciativa do próprio Papa. É um documento cujo conteúdo o Papa quer recomendar com particular empenho para toda a Igreja Católica. O Motu Proprio geralmente é publicado sem nome de destinatário, por isso tem alcance mais amplo. O Motu Proprio aborda temas importantes e pode, inclusive, introduzir novas disposições legislativas na Igreja, como por exemplo: alterações do Código de Direito Canônico.

Resumindo: o Papa por iniciativa e vontade próprias decide escrever um documento para abordar temas de suma importância e inclusive fazer alterações legislativas. Um exemplo magno de Motu Proprio que causou um bem gigantesco à Santa Igreja é o documento de nome Summorum Pontificum, escrito por Sua Santidade Bento XVI e que deu muito mais liberdade para que os sacerdotes celebrassem a Santa Missa Tridentina (Forma Extraordinária do Rito Romano). Esse documento pode ser lido aqui.

2) O que são as Conferências Episcopais? Uma Conferência Episcopal é, segundo o Código de Direito Canônico (cânone 447): “A Conferência Episcopal, instituição permanente, é o agrupamento dos bispos de uma nação ou determinado território, que exercem em conjunto certas funções pastorais a favor dos fieis do seu território, a fim de promoverem o maior bem que a Igreja oferece aos homens, sobretudo por formas e métodos de apostolado convenientemente ajustados às circunstâncias do tempo e do lugar, nos termos do direito”. 

Para deixar o conceito mais claro, cito aqui informações do site da Conferência Episcopal Portuguesa: "A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) não é o mesmo que a Igreja em Portugal. É, sim, uma das suas estruturas. A Conferência Episcopal Portuguesa não é o conjunto das Dioceses portuguesas, mas, sim, dos bispos das dioceses de Portugal, que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de acção e coordenam esforços".

Como diz o papa Bento XVI, então Cardeal Joseph Ratzinger, em seu livro "A Fé em Crise?" (p. 40): "Não devemos nos esquecer que as conferências episcopais não possuem base teológica e não fazem parte da estrutura indispensável da Igreja, assim como querida por Cristo, têm somente uma função prática e concreta."

As Conferências Episcopais não têm nenhum poder sobre os bispos. Toda autoridade das Conferências Episcopais e de seus documentos procede da autoridade dos Bispos presentes nessas mesmas Conferências Episcopais e também da participação destes no colegiado dos Bispos unidos ao Papa.

Temos um exemplo belo e claríssimo do exposto logo acima na pessoa do falecido Bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, sacerdote grandioso que deveria ser muito mais lembrado e amado pelo povo católico. Sozinho enquanto autoridade eclesiástica, unido aos seus fieis, no ano 2010, época da eleição, esse Bispo de venerável memória lutou contra o PT e seu programa de governo abortista distribuindo folhetos de conscientização para os católicos de sua diocese, por meio dos quais deixava clara, simplesmente a doutrina da Santa Igreja, que ensina que "católicos não podem votar em partidos que defendem o aborto".

Em grande parte devido aos esforços desse homem de Deus, junto aos seus fieis (um dos quais, para nosso orgulho, integra a nossa fraternidade São Próspero), conseguiu que a candidata petista não vencesse as eleições em primeiro turno. Um grande feito, pelo qual foi, desgraçadamente, perseguido e criticado mesmo dentro da própria Igreja, por seus pares, que deveriam incentivá-lo e mirar-se no seu exemplar zelo sacerdotal. Na época, a polêmica CNBB publicou recomendações que pediam a "neutralidade" da Igreja Católica no Brasil em relação às eleições, para escândalo de boa parte dos fiéis católicos. Com grande coragem, porém, Dom Luiz não seguiu essa recomendação absurda e preferiu seguir sua consciência em Cristo, e assim confeccionou e divulgou os folhetos. Em entrevista (leia excertos) concedida à Folha de São Paulo, declarou: "A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o Mandamento “não matarás”.

Entre autênticos filhos de Deus, não existe esse negócio de “meio termo”, “respeito humano” ou uma falsa “caridade” posta antes da Verdade.


Uma breve análise do documento

O Motu Proprio Magnum Principium do Papa Francisco tem por finalidade modificar o cânone 838 do Código de Direito Canônico (CDC), que dizia, em seu cânone 838, no seu parágrafo 1:

O ordenamento da sagrada liturgia depende unicamente da autoridade da Igreja, a qual se encontra na Sé Apostólica e, segundo as normas do direito, no Bispo diocesano. § 2. Pertence à Sé Apostólica ordenar a liturgia sagrada da Igreja universal, editar os livros litúrgicos e rever as versões dos mesmos nas línguas vernáculas, e ainda vigiar para que em toda a parte se observem fielmente as normas litúrgicas. § 3. Compete às Conferências episcopais preparar as versões dos livros litúrgicos nas línguas vernáculas, convenientemente adaptadas dentro dos limites fixados nos próprios livros litúrgicos, e editá-las, depois da revisão prévia da Santa Sé. § 4. Ao Bispo diocesano, na Igreja que lhe foi confiada, pertence, dentro dos limites da sua competência, dar normas em matéria litúrgica, que todos estão obrigados a observar.

Ficou assim o novo texto deste parágrafo (destaques nossos):

Regular a sagrada liturgia depende unicamente da autoridade da Igreja: isto compete propriamente à Sé Apostólica e, por norma de direito, ao Bispo diocesano.
§ 2. É da competência da Sé Apostólica ordenar a sagrada liturgia da Igreja universal, publicar os livros litúrgicos, rever as adaptações aprovadas segundo a norma do direito da Conferência Episcopal, assim como vigiar para que as normas litúrgicas sejam fielmente observadas em toda a parte.
§ 3. Compete às Conferências Episcopais preparar fielmente as versões dos livros litúrgicos nas línguas correntes, convenientemente adaptadas dentro dos limites definidos, aprová-las e publicar os livros litúrgicos, para as regiões de sua pertinência, depois da confirmação da Sé Apostólica.
§ 4. Ao Bispo diocesano na Igreja a ele confiada compete, dentro dos limites da sua competência, estabelecer normas em matéria litúrgica, as quais todos devem respeitar. Por consequência devem ser interpretados quer o art. 64 § 3 da Constituição Apostólica Pastor Bonus quer as outras leis, em particular as que estão contidas nos livros litúrgicos, acerca das suas versões. De igual modo disponho que a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos modifique o próprio 'Regulamento' com base na nova disciplina e ajude as Conferências Episcopais a desempenhar a sua tarefa e se comprometa a promover cada vez mais a vida litúrgica da Igreja Latina. 

Em resumo, o papa Francisco estabelece que a tradução de textos litúrgicos, aprovada pelas Conferências Episcopais nacionais, já não precisa mais ser submetida à revisão por parte da Santa Sé (recognitio), mas sim está sujeita apenas à sua própria confirmação (confirmatio).

O Papa reformula o cânone em questão, definindo em particular a distinção entre

a) “revisão” – avaliação das adaptações que cada conferência episcopal pode fazer aos textos litúrgicos, a fim de valorizar as legítimas diversidades de povos e etnias no culto divino,

b) e “confirmação” – das traduções preparadas e aprovadas pelos bispos -, tarefas de competência da Santa Sé.

“Para entendermos quão grave é a situação, coloco aqui trechos do Magnum Principium que me deixaram estarrecido, seguidos de alguns comentários pessoais:

(...) a Igreja estava ciente das dificuldades que se poderiam apresentar em relação a esta matéria. Por um lado, era preciso unir o bem dos fiéis de qualquer idade e cultura e o seu direito a uma participação consciente e ativa nas celebrações litúrgicas com a unidade substancial do Rito Romano; por outro, as mesmas línguas vulgares muitas vezes só de maneira progressiva teriam podido tornar-se línguas litúrgicas, esplendorosas não diversamente do latim litúrgico por elegância de estilo e pela gravidade dos conceitos a fim de alimentar a fé.

De fato, parece que o sentido de participação "ativa" que o documento insinua é bem distinto do sentido de participação verdadeiramente ativa conforme, por exemplo, o Cardeal Robert Sarah expõe no prefácio do livro "Amor Divino Encarnado" do também Cardeal Burke, onde o prelado Africano esclarece com grande propriedade:

Devo logo sublinhar com insistência que a participação ativa não pode ter como parâmetro de sucesso o entretenimento bem sucedido dos fieis: a verdadeira 'participação' é aquela que leva à interioridade, à relação íntima com Deus. É uma participação interiorizada, porque é uma participação na ação sacra da Missa, com a consciência de seu profundo significado para a nossa vida quotidiana.

Prossegue a Magnum Principium: 
Não nos devemos admirar que, durante este longo percurso de trabalho, tenham surgido dificuldades entre as Conferências Episcopais e a Sé Apostólica. Para que as decisões do Concílio acerca do uso das línguas vulgares na liturgia possam ser válidas também no futuro, é extremamente necessária uma constante colaboração cheia de confiança recíproca, vigilante e criativa, entre as Conferências Episcopais e o Dicastério da Sé Apostólica que exerce a tarefa de promover a sagrada Liturgia, ou seja, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Por isso, a fim de que a renovação de toda a vida litúrgica continue, pareceu oportuno que alguns princípios transmitidos desde o tempo do Concílio sejam reafirmados e postos em prática de maneira mais clara.

Não sem razão, As palavras "criativa" e "renovação", juntas e ditas num documento pontifício, nos nossos tempos, causam-nos grande alarme. Após todos esses 49 anos de reforma litúrgica pós-conciliar, é visível que não se pode absolutamente confiar em todos os padres e bispos para que cuidem da sagrada liturgia usando da sua livre criatividade. Muito pelo contrário.

Especialmente no Brasil, temos a liturgia sendo impiedosamente maltratada. Há pouco tempo, Dom Clemente Isnard, bispo, relatou com orgulho a maneira como enganou a Santa Sé para que a tradução do missal de um determinado rito, que já havia sido negado, fosse aprovada para o português do Brasil:

Apresentei em Roma, e a Congregação para o Culto Divino aprovou nossa versão. Nossa sorte é que no momento não havia na Congregação perito em língua portuguesa. Desta forma obtivemos aprovação da simplificação do Cânon Romano, que tinha sido apresentada pelos franceses e negada... Nós simplesmente havíamos copiado a proposta francesa.
(ISNARD, Clemente. Conferência pronunciada no Encontro dos Liturgistas do Brasil. in A Sagrada Liturgia 40 anos depois", estudos da CNBB n.87. São Paulo: Paulus, 2003)

O que pensar de um bispo que, maliciosa e assumidamente, enganou a Santa Sé para que fosse aprovado um documento já reprovado? Ora, é justamente devido à criatividade e a liberdade excessiva que temos hoje erros execráveis na tradução do Missal, que chegam mesmo a lançar confusão sobre o sentido próprio da celebração, como por exemplo o trecho que diz: "...será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados", quando o correto é: "...será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados".

Se, por um lado, sabemos que mesmo com graves erros litúrgicos a Santa Missa é válida, porque as palavras essenciais para a consagração do pão e do vinho estão presentes, é o caso de se perguntar: até onde devem ir essa "criatividade" e essa tão valorizada "renovação de toda a vida litúrgica"? Já não teremos criatividade e renovação demais? Não seria o caso de a Santa Sé se preocupar em preservar o pouco de fidelidade que ainda resiste ao verdadeiro tsunami modernista que devasta a Igreja, ao invés de trabalhar a favor do exato oposto?

De volta à Magnum Principium:

Para tornar mais fácil e frutuosa a colaboração entre a Sé Apostólica e as Conferências Episcopais neste serviço que deve ser prestado aos fiéis, disponho, com a autoridade a mim confiada, que a disciplina canônica atualmente vigente no cân. 838 do C.I.C. seja tornada mais clara, para que, segundo quanto expresso na Constituição Sacrosanctum concilium, em particular nos artigos 36 §§ 3.4, 40 e 63, e na Carta Apostólica Motu Proprio Sacram Liturgiam, n. IX, seja mais clara a competência da Sé Apostólica acerca das traduções dos livros litúrgicos e das adaptações mais profundas, entre as quais se podem incluir também eventuais novos textos a serem inseridos neles, estabelecidos e aprovados pelas Conferências Episcopais.

"Adaptações mais profundas"? "...as quais se podem incluir também eventuais novos textos"? Se mesmo sem que tivéssemos isto por escrito, e tão claramente, já vemos tanta barbaridade, o que está por vir?

A simples observação dos fatos faz ver que a legitimação dos erros e pecados que já ocorrem, com tanta frequência, é uma consequência praticamente certa. Um exemplo disso é o que aconteceu na Conferência de Religiosos do Brasil do Ceará.


O Papa Francisco e o Cardeal Sarah

Não vou colocar bispos contra bispos aqui. Pretendo apenas apresentar a postura que teve o Cardeal Sarah –, a quem muito admiramos –, de tentar colocar o Magnum Principium em uma interpretação que levasse em conta a sempre necessária hermenêutica da continuidade, tão valorizada pelo Papa Bento XVI. 

O Cardeal Robert Sarah é o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Após a publicação do Magnum Principium, escreveu um texto intitulado: "Humilde contribuição para uma melhor e justa compreensão do Motu Proprio Magnum Principium" (que pode ser lido aqui), onde interpreta o citado texto em continuidade com o Motu Proprio Liturgiam Authenticam do Papa João Paulo II. 

Na prática, Sarah defendia a ideia de que “reconhecimento” e “confirmação” seriam sinônimos na aplicação do Motu Proprio do Papa Francisco. Tentava fazer uma hermenêutica da continuidade e, ao mesmo tempo, salvar a competência de sua Congregação. Logo em seguida, porém, o próprio Papa Francisco –, tido como muito manso e humilde –,  adotou uma postura extremamente rígida e corrigiu publicamente o Cardeal Sarah, dizendo:

Antes de tudo, é importante destacar a importância da nítida diferença que o novo Motu Proprio estabelece entre recognitio e confirmatio, bem sancionada nos §§ 2 e 3 do cânon 838, para revogar a prática adotada pelo Dicastério seguindo a Liturgiam Authenticam (LA) e que o novo Motu Proprio decidiu modificar. Não se pode dizer, portanto, que recognitio e confirmatio são 'estritamente sinônimos (ou) são intercambiáveis', ou mesmo que 'são intercambiáveis ao nível de responsabilidade da Santa Sé'. Magnum Principium não sustenta mais que as traduções devem estar em tudo de acordo com as regras da Liturgiam Authenticam, como foi feito no passado. Por isso, cada um dos números da Liturgiam Authenticam devem ser relidos atentamente, incluindo os números. 79-84, a fim de distinguir o que é pedido pelo código para a tradução e o que é necessário para as legítimas adaptações. Fica, portanto, claro que alguns números da LA foram revogados ou caíram em desuso, nos termos em que eles foram reformulados pelo novo cânon do Motu Proprio (por ex. n. 76 e também o n. 80). Portanto, a confirmatio [da Santa Sé] não supõe mais um exame detalhado feito palavra por palavra, exceto em casos óbvios que podem ser fatos apresentados aos Bispos para a sua posterior reflexão.´
(Ler a íntegra da carta do Papa Francisco destinada ao Cardeal Sarah)

Com as informações acima, temos, muito claro, que as Conferências Episcopais ganharam ainda mais poder e força do que já tinham antes.


Os que são favoráveis ao Magnum Principium

Achei interessante ler, nos últimos dias, artigos favoráveis ao novo Motu Proprio. De modo geral, o seu principal argumento é o seguinte: a Reforma Litúrgica proposta pelo Concílio Vaticano II foi não uma reforma, mas a volta real às nossas origens, aos tempos dos primeiros cristãos. Por isso, o Motu Proprio Magnum Principium é tão importante. Agora o Papa Francisco está restituindo aos Bispos o que lhes foi tirado séculos atrás, principalmente com o Concílio de Trento. 

Fato é que a concentração do poder da Igreja na Santa Sé e na pessoa do Papa foi uma medida tomada para resolver, justamente, os problemas de confusão doutrinária nas várias dioceses. Creio que, se não fosse o Concílio de Trento, por mais doloroso e trabalhoso que tenha sido, hoje nós católicos estaríamos em situação ainda muito pior. Com o grande número de bispos e padres hereges que temos hoje, e que não para de crescer, também como efeito das infiltrações de agentes comunistas nos seminários e nas dioceses, como poderíamos agora crer que seria algo bom "devolver" à essas pessoas o poder e autoridade que foram concentrados na Santa Sé e no Papado exatamente para resolver problemas que surgiram por causa desses mesmos fatores

Sim, leigos e bispos têm grande responsabilidade na vida da Santa Igreja. Porém, devido ao pequeno número de bons padres e bispos que temos hoje, creio que é muito difícil simplesmente agendar uma reunião com o Arcebispo para apresentar-lhe os problemas vistos nas paróquias, nas catequeses, nas celebrações litúrgicas e em colégios católicos. Digo isso com propriedade, porque pessoalmente já tentei fazê-lo e não obtive resposta favorável. Na realidade, tudo que consegui foi uma mensagem padronizada, com palavras genéricas numa mensagem que é emitida automaticamente a todos os que procuram contato. 

Não que a culpa seja toda do Santo Padre; o problema não é só o Papa, com certeza. Os bispos e arcebispos que o cercam, além dos católicos infiéis, também devem ser cobrados. Porém, com a descentralização crescente e incessante da autoridade de Roma na pessoa do Santo Padre, é evidente que ficará cada vez mais difícil para um leigo conseguir conversar com seu bispo responsável, para que juntos busquem soluções para os problemas que assolam a Santa Igreja.


Conclusão

São tempos difíceis, os nossos... Caminhamos céleres e a passos cada vez mais largos para longe daquilo que o Papa Bento XVI desejava:

O Missal Romano promulgado por Paulo VI é a expressão ordinária da «lex orandi» («norma de oração») da Igreja Católica de rito latino. Contudo o Missal Romano promulgado por São Pio V e reeditado pelo Beato João XXIII deve ser considerado como expressão extraordinária da mesma «lex orandi» e deve gozar da devida honra pelo seu uso venerável e antigo. Estas duas expressões da «lex orandi» da Igreja não levarão de forma alguma a uma divisão na «lex credendi» («norma de fé») da Igreja; com efeito, são dois usos do único rito romano.

A forma ordinária do Rito Romano vem servindo de "tubo de ensaio" para experiências que modificam o comportamento e, pior, a fé dos católicos. Porém, não percamos a esperança! faz especialmente necessário, em momentos como este, que não percamos a esperança! Já passamos por tempos terríveis e creio que tempos ainda mais pavorosos virão. Todavia conclamo o leitor ao bom combate. Sim, ao combate! Se na sua paróquia há muita murmuração, seja você a pessoa que não murmura, e, mais ainda, corrige com brandura e caridade quem promove a murmuração. Se a catequese em sua paróquia é ruim, tente conseguir espaço e catequize você os seus irmãos.

Não desista do bom combate! A batalha é árdua, mas a lida do cristão é essa! Se fomos colocados por Deus nestes tempos sofríveis, é porque temos um papel a exercer na vida da Santa Igreja, aqui e agora. Temos uma missão sagrada. Seja fiel e abrace a responsabilidade que lhe foi dada, enquanto católico e cidadão brasileiro. Reze e lute, não fuja, confesse-se regularmente e seja santo!

Afinal, "ainda que os católicos fiéis a Tradição se reduzam a um pequeno punhado, serão estes a verdadeira Igreja de Cristo" (Santo Atanásio, Carta ao meu rebanho, séc. IV)


Oração pela santificação dos sacerdotes,
de Santa Teresinha do Menino Jesus

Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai vossos sacerdotes sob a proteção do Vosso Coração Amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder.

Conservai-os puros e desapegados dos bens da Terra os seus corações, que foram selados com o caráter sublime do Vosso Glorioso Sacerdócio.

Fazei-nos crer no seu amor e fidelidade para Convosco e preservai-os do contágio do mundo.

Dai-lhes também, juntamente com o poder que têm de transubstanciar o pão e o vinho em Vosso Corpo e Sangue, o poder de transformar os corações dos homens.

Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna.

Amém!

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