Cardeal Raymond Burke fala sobre divisão, o fim dos tempos e o que ele faria se fosse eleito Papa
Por Paolo Gambi
Tradução: Fraternidade Laical São Próspero
Tradução: Fraternidade Laical São Próspero
Sua Eminência, Raymond L. Cardeal Burke, e Henrique Sebastião, diretor de O FIEL CATÓLICO e da Fraternidade Laical São Próspero |
O CARDEAL RAYMOND BURKE tem estado presente em muitas notícias desde o ano passado. Em novembro de 2016, ele e outros três cardeais presentearam o Papa Francisco com o famoso documento Dubia – contendo cinco questões a respeito da exortação apostólica de Francisco sobre a Família, a Amoris Laetitia.
Desde então, o Cardeal norte-americano viu-se envolvido em uma luta pelo poder dentro da Ordem de Malta, da qual é patrono. Isso foi seguido por sua nomeação surpresa para membro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, o tribunal mais elevado da Igreja. Ele foi prefeito da mesma Signatura de 2008 a 2014, quando foi removido pelo Papa Francisco.
Cardeal Burke tem falado frequentemente contra o que ele vê como uma crescente confusão dentro da Igreja em relação à Liturgia, à identidade Católica e até mesmo a Fé em si. Eu o encontrei um pouco antes do primeiro aniversário do Dubia, em uma celebração na Basílica de Sto. Apolinário em Classe, em Ravenna, organizado pelo Coordinamento Nazionale del Summorum Pontificum e pela associação cultural São Miguel Arcanjo [Segue a entrevista concedida por Sua Eminência Revma. ao jornalista Paolo Gambi, pelo noticioso Catholic Herald].
Paolo Gambi – Sua Eminência, recentemente o senhor se referiu aos nossos tempos como “realisticamente apocalípticos”. E o senhor adicionou que a “confusão, divisão e erro” dentro da Igreja Católica, vindo dos “pastores” que se encontram até mesmo nas mais altas posições indica que nós “talvez” estejamos no Fim dos Tempos. O senhor nos ajudaria a compreender o que quis dizer com isso?
Cardeal Burke – No momento atual há confusão e erro sobre os mais fundamentais ensinamentos da Igreja, por exemplo em relação ao casamento e à família. Exemplifico com o seguinte, a ideia de que as pessoas que estão vivendo em uma união irregular podem receber Sacramentos é uma violação da verdade quanto à indissolubilidade do Matrimônio e a santidade da Eucaristia. S. Paulo nos diz em sua Primeira Carta aos Coríntios que antes de nos aproximarmos para receber o Corpo de Cristo, nós temos que nos examinar, ou então comeremos da nossa própria condenação, por recebermos a Eucaristia de modo indigno.
Agora, a confusão na Igreja vai ainda mais longe que isso, porque existe hoje uma confusão sobre se existem atos que são intrinsecamente maus e isso, é claro, é o próprio fundamento da lei moral!
Quando este fundamento começa a ser questionado dentro da Igreja, então toda a ordem da vida humana e a ordem da própria Igreja estão em perigo. Então, há um sentimento de que no mundo de hoje, que é baseado no secularismo com uma aproximação completamente antropocêntrica, pelo qual pensamos ser capazes de criar os nossos próprios significados da vida e o significado da família, e assim por diante, a própria Igreja parece estar confusa. Neste sentido, alguém pode ter a sensação de que a Igreja nos dá a aparência de não querer obedecer aos Mandatos de Nosso Senhor. Então, talvez tenhamos mesmo chegado ao Fim dos Tempos.
Paolo Gambi – O senhor poderia, por favor, nos dar uma atualização sobre a “correção formal” [de Amoris Laetitia]?
Cardeal Burke – Eu não posso dizer muito. Em 14 de novembro, completará um ano desde que o Dubia foi publicado. Toda a questão ainda está por ser determinada sobre como proceder, visto que não recebemos nenhuma resposta, nem mesmo um reconhecimento do Dubia, que são questões muito sérias. Penso que não posso dizer mais nada além disso no momento.
Paolo Gambi – Qual é a correta interpretação de sua recente nomeação para a Signatura Apostólica?
Cardeal Burke – Como cardeal, eu tenho servido muitos dicastérios da Cúria Romana. Como questão de fato, eu estou agora servindo somente dois dicastérios, a Congregação para as Causas dos Santos e o Concelho Pontifício para Textos Legislativos. Certamente, eu tenho preparo em Lei Canônica e especialmente em Jurisprudência, então, de algum modo, minha nova nomeação é algo lógico. Além disso, eu não gostaria de especular sobre o que isso significa.
Paolo Gambi – O secretário-geral da Conferência Episcopal dos Bispos Italianos, Bispo Nunzio Galantino, recentemente declarou que a "Reforma" [ou revolução protestante] foi “um evento do Espírito Santo”[!], e todo dia nós lemos sobre prelados lançando piscadelas de olho [em sentido de aprovação] para o mundo protestante. Enquanto isso, nós lemos sobre uma comissão que está trabalhando com a hipótese de uma interpretação sacramental comum da Eucaristia [um rumor posteriormente negado pelo Vaticano]. Todos nós morreremos protestantes?
Cardeal Burke – Bem, eu não vejo como alguém pode dizer que a divisão da Igreja foi uma ação do Espírito Santo. Isso simplesmente não faz sentido. E eu não conheço qual é a natureza dessa comissão, mas não é possível ter uma celebração Eucarística comum com os luteranos, porque eles não creem na Eucaristia como a Igreja Católica ensina, e, muito significantemente, eles não creem na doutrina da Transubstanciação, que diz que a substância do pão e do vinho, no momento da Consagração da Missa, é modificada na Substância do Corpo e Sangue de Cristo.
Para os católicos se empenharem em algum tipo de "Eucaristia ecumênica" seria necessário abandonar a Fé Católica! Isso é um ecumenismo profundamente falso, que faria graves danos à Fé e às almas.
Paolo Gambi – Em uma homilia o senhor pontuou: “A natureza da reforma do Rito da Missa escureceu significativamente em certo sentido; a Ação divina na Santa Missa, que é a união do Céu e da Terra, tem levado alguns a erroneamente pensarem que a Santa Liturgia é uma ação que nós temos fabricado de certo modo e com a qual podemos, portanto, fazer experiências”. É verdade, como muitas pessoas pensam e dizem, que essa nova maneira de celebrar a Missa é uma consequência necessária do Vaticano II?
Cardeal Burke – A forma precisa do Rito da Missa revisado não é necessariamente uma consequência do Segundo Concílio Vaticano (CVII). De fato, a reforma do Rito da Missa como foi realizada não seguiu tão fielmente quanto deveria ter seguido aquilo que o CVII nos ensinou e queria. É por isso que estamos falando hoje em dia sobre a “reforma da reforma”: em outras palavras, nós devemos examinar de novo como o Rito da Missa deve ser mais fielmente reformado de acordo com o Concílio.
Certamente, o Concílio ordenou alguma reforma do Rito da Missa. Entretanto, alguns condenaram a reforma por ter sido feita de modo muito violento, de certa forma, em termos de remover muitos aspectos do rito, o que fez com que ficasse muito difícil de enxergar a continuidade entre os ritos antes e depois do Concílio.
É claro que a continuidade é essencial, porque o Rito da Missa veio até nós desde os primeiros séculos cristãos, como uma realidade organicamente viva; você não pode simplesmente ter uma Missa "nova", no sentido de um Rito da Missa totalmente novo. De alguma forma, nós devemos expressar a Tradição Apostólica como ela veio até nós.
Paolo Gambi – É possível, hoje em dia, pedir pela Liturgia tradicional e não ser considerado, por essa razão, um “inimigo” do Papa Francisco e talvez até mesmo da Igreja inteira?
Cardeal Burke – Sim. De fato, as celebrações de ambas as formas do Rito Romano – a forma mais antiga ou tradicional e a forma ordinária – devem ser consideradas normais na Igreja. Desde o motu proprio Summorum Pontificum de Bento XVI em 2007, os padres são livres para celebrar a forma extraordinária do Rito Romano. Portanto, não deve haver razão para acreditar que celebrá-la é sinal de ser, de algum modo, um manifestante ou um inimigo do Papa.
Paolo Gambi – Mas como podemos usar a palavra “católico” para descrever um cardeal que celebra a antiga Missa e defende os valores da família e, por exemplo, um bispo como François Fonlupt de Rodez et Vabres, que recentemente ordenou um padre seguindo um rito com elementos do hinduísmo? O que pode manter a todos nós juntos?
Cardeal Burke – Melhor do que “o que” é “quem”. Quem nos mantém juntos é Jesus Cristo, que vem a nós na inquebrável Tradição da Igreja, em seu Ensinamento, em sua Oração sagrada, em seus discípulos e em seu Governo. Eu não ouvi sobre o episódio que você mencionou, mas um bispo que finge ordenar um padre de acordo com um rito estranho rompeu a comunhão com a Igreja.
Paolo Gambi – O senhor, como patrono da Ordem de Malta, tem alguma novidade sobre a situação incomum da ordem?
Cardeal Burke – Não. O Papa anunciou que seu único representante na ordem é o Arcebispo Becciu [da Secretaria de Estado do Vaticano]. Ele me deixou com o título de “Cardeal Patrono”, mas eu não tenho nenhuma função no momento. Portanto, não recebo nenhuma comunicação da Ordem de Malta ou do Papa.
Paolo Gambi – Perdoe-me uma última pergunta tola: o que o senhor faria, como primeiro ato, se fosse eleito papa?
Cardeal Burke – Não creio que haja algum risco de isso acontecer. Penso que, não me referindo a mim mesmo, a primeira coisa que qualquer Papa deve fazer é simplesmente a profissão de fé junto com toda a Igreja, como Vigário de Cristo na Terra [algo que Francisco não fez, optando por um secular 'boa noite' e, logo a seguir, um pedido pelas orações do povo]. A maioria dos Papas fez isso, geralmente por uma primeira Carta Encíclica, como o Papa S. Pio X com sua encíclica E Supremi. Também, a Redemptor Hominis, do Papa S. João Paulo II, é uma espécie de profissão de fé, lembrando novamente que a Igreja é o Corpo de Cristo, que a Igreja pertence a Cristo e que somos todos obedientes em seu serviço.
Paolo Gambi |
Cardeal Burke – No momento atual há confusão e erro sobre os mais fundamentais ensinamentos da Igreja, por exemplo em relação ao casamento e à família. Exemplifico com o seguinte, a ideia de que as pessoas que estão vivendo em uma união irregular podem receber Sacramentos é uma violação da verdade quanto à indissolubilidade do Matrimônio e a santidade da Eucaristia. S. Paulo nos diz em sua Primeira Carta aos Coríntios que antes de nos aproximarmos para receber o Corpo de Cristo, nós temos que nos examinar, ou então comeremos da nossa própria condenação, por recebermos a Eucaristia de modo indigno.
Agora, a confusão na Igreja vai ainda mais longe que isso, porque existe hoje uma confusão sobre se existem atos que são intrinsecamente maus e isso, é claro, é o próprio fundamento da lei moral!
Quando este fundamento começa a ser questionado dentro da Igreja, então toda a ordem da vida humana e a ordem da própria Igreja estão em perigo. Então, há um sentimento de que no mundo de hoje, que é baseado no secularismo com uma aproximação completamente antropocêntrica, pelo qual pensamos ser capazes de criar os nossos próprios significados da vida e o significado da família, e assim por diante, a própria Igreja parece estar confusa. Neste sentido, alguém pode ter a sensação de que a Igreja nos dá a aparência de não querer obedecer aos Mandatos de Nosso Senhor. Então, talvez tenhamos mesmo chegado ao Fim dos Tempos.
Paolo Gambi – O senhor poderia, por favor, nos dar uma atualização sobre a “correção formal” [de Amoris Laetitia]?
Cardeal Burke – Eu não posso dizer muito. Em 14 de novembro, completará um ano desde que o Dubia foi publicado. Toda a questão ainda está por ser determinada sobre como proceder, visto que não recebemos nenhuma resposta, nem mesmo um reconhecimento do Dubia, que são questões muito sérias. Penso que não posso dizer mais nada além disso no momento.
Paolo Gambi – Qual é a correta interpretação de sua recente nomeação para a Signatura Apostólica?
Cardeal Burke – Como cardeal, eu tenho servido muitos dicastérios da Cúria Romana. Como questão de fato, eu estou agora servindo somente dois dicastérios, a Congregação para as Causas dos Santos e o Concelho Pontifício para Textos Legislativos. Certamente, eu tenho preparo em Lei Canônica e especialmente em Jurisprudência, então, de algum modo, minha nova nomeação é algo lógico. Além disso, eu não gostaria de especular sobre o que isso significa.
Paolo Gambi – O secretário-geral da Conferência Episcopal dos Bispos Italianos, Bispo Nunzio Galantino, recentemente declarou que a "Reforma" [ou revolução protestante] foi “um evento do Espírito Santo”[!], e todo dia nós lemos sobre prelados lançando piscadelas de olho [em sentido de aprovação] para o mundo protestante. Enquanto isso, nós lemos sobre uma comissão que está trabalhando com a hipótese de uma interpretação sacramental comum da Eucaristia [um rumor posteriormente negado pelo Vaticano]. Todos nós morreremos protestantes?
Cardeal Burke – Bem, eu não vejo como alguém pode dizer que a divisão da Igreja foi uma ação do Espírito Santo. Isso simplesmente não faz sentido. E eu não conheço qual é a natureza dessa comissão, mas não é possível ter uma celebração Eucarística comum com os luteranos, porque eles não creem na Eucaristia como a Igreja Católica ensina, e, muito significantemente, eles não creem na doutrina da Transubstanciação, que diz que a substância do pão e do vinho, no momento da Consagração da Missa, é modificada na Substância do Corpo e Sangue de Cristo.
Para os católicos se empenharem em algum tipo de "Eucaristia ecumênica" seria necessário abandonar a Fé Católica! Isso é um ecumenismo profundamente falso, que faria graves danos à Fé e às almas.
Paolo Gambi – Em uma homilia o senhor pontuou: “A natureza da reforma do Rito da Missa escureceu significativamente em certo sentido; a Ação divina na Santa Missa, que é a união do Céu e da Terra, tem levado alguns a erroneamente pensarem que a Santa Liturgia é uma ação que nós temos fabricado de certo modo e com a qual podemos, portanto, fazer experiências”. É verdade, como muitas pessoas pensam e dizem, que essa nova maneira de celebrar a Missa é uma consequência necessária do Vaticano II?
Cardeal Burke – A forma precisa do Rito da Missa revisado não é necessariamente uma consequência do Segundo Concílio Vaticano (CVII). De fato, a reforma do Rito da Missa como foi realizada não seguiu tão fielmente quanto deveria ter seguido aquilo que o CVII nos ensinou e queria. É por isso que estamos falando hoje em dia sobre a “reforma da reforma”: em outras palavras, nós devemos examinar de novo como o Rito da Missa deve ser mais fielmente reformado de acordo com o Concílio.
Certamente, o Concílio ordenou alguma reforma do Rito da Missa. Entretanto, alguns condenaram a reforma por ter sido feita de modo muito violento, de certa forma, em termos de remover muitos aspectos do rito, o que fez com que ficasse muito difícil de enxergar a continuidade entre os ritos antes e depois do Concílio.
É claro que a continuidade é essencial, porque o Rito da Missa veio até nós desde os primeiros séculos cristãos, como uma realidade organicamente viva; você não pode simplesmente ter uma Missa "nova", no sentido de um Rito da Missa totalmente novo. De alguma forma, nós devemos expressar a Tradição Apostólica como ela veio até nós.
Paolo Gambi – É possível, hoje em dia, pedir pela Liturgia tradicional e não ser considerado, por essa razão, um “inimigo” do Papa Francisco e talvez até mesmo da Igreja inteira?
Cardeal Burke – Sim. De fato, as celebrações de ambas as formas do Rito Romano – a forma mais antiga ou tradicional e a forma ordinária – devem ser consideradas normais na Igreja. Desde o motu proprio Summorum Pontificum de Bento XVI em 2007, os padres são livres para celebrar a forma extraordinária do Rito Romano. Portanto, não deve haver razão para acreditar que celebrá-la é sinal de ser, de algum modo, um manifestante ou um inimigo do Papa.
Paolo Gambi – Mas como podemos usar a palavra “católico” para descrever um cardeal que celebra a antiga Missa e defende os valores da família e, por exemplo, um bispo como François Fonlupt de Rodez et Vabres, que recentemente ordenou um padre seguindo um rito com elementos do hinduísmo? O que pode manter a todos nós juntos?
Cardeal Burke – Melhor do que “o que” é “quem”. Quem nos mantém juntos é Jesus Cristo, que vem a nós na inquebrável Tradição da Igreja, em seu Ensinamento, em sua Oração sagrada, em seus discípulos e em seu Governo. Eu não ouvi sobre o episódio que você mencionou, mas um bispo que finge ordenar um padre de acordo com um rito estranho rompeu a comunhão com a Igreja.
Paolo Gambi – O senhor, como patrono da Ordem de Malta, tem alguma novidade sobre a situação incomum da ordem?
Cardeal Burke – Não. O Papa anunciou que seu único representante na ordem é o Arcebispo Becciu [da Secretaria de Estado do Vaticano]. Ele me deixou com o título de “Cardeal Patrono”, mas eu não tenho nenhuma função no momento. Portanto, não recebo nenhuma comunicação da Ordem de Malta ou do Papa.
Paolo Gambi – Perdoe-me uma última pergunta tola: o que o senhor faria, como primeiro ato, se fosse eleito papa?
Cardeal Burke – Não creio que haja algum risco de isso acontecer. Penso que, não me referindo a mim mesmo, a primeira coisa que qualquer Papa deve fazer é simplesmente a profissão de fé junto com toda a Igreja, como Vigário de Cristo na Terra [algo que Francisco não fez, optando por um secular 'boa noite' e, logo a seguir, um pedido pelas orações do povo]. A maioria dos Papas fez isso, geralmente por uma primeira Carta Encíclica, como o Papa S. Pio X com sua encíclica E Supremi. Também, a Redemptor Hominis, do Papa S. João Paulo II, é uma espécie de profissão de fé, lembrando novamente que a Igreja é o Corpo de Cristo, que a Igreja pertence a Cristo e que somos todos obedientes em seu serviço.
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Fonte:
Catholic Herald, ‘Perhaps we have arrived at the End Times’: an interview with Cardinal Burke, em:
http://catholicherald.co.uk/issues/december-1st-2017/perhaps-we-have-arrived-at-the-end-times-an-interview-with-cardinal-burke/
Acesso: 4/12/2017
www.ofielcatolico.com.br