A SITUAÇÃO DA IGREJA e do mundo está muito, muito longe do que poderíamos chamar "fácil", não é de hoje; mas também é cada vez mais difícil negar que tudo veio a se complicar ainda mais nestes tempos do reinado de Francisco. Com isso não estamos afirmando que tal aconteça necessariamente por culpa direta ou exclusiva do Papa, mas é fato que uma divisão que já existe há décadas vem se tornando cada vez mais difícil de disfarçar – entre os católicos ditos conservadores ou tradicionais e os modernistas.
De fato, por algum tempo a divisão foi atenuada, mas nos últimos tempos a convivência fraterna entre esses dois lados antagônicos vem se tornando nada menos que insuportável. Uma reconciliação parece cada vez mais improvável e, no meu entender, com o passar do tempo vai se tornando evidente que, se nada mudar, a situação deverá culminar e um novo cisma na Igreja.
É triste e profundamente lamentável, mas já não se pode negar que esses dois grupos de católicos já adotam religiões diferentes (sim!), não só com praxis religiosas diferentes (nos valores morais, no modo de rezar, na maneira de entender e celebrar a própria Missa) mas até mesmo no modo de crer naquilo que a Igreja ensina(!).
São dois lados, duas frentes, duas correntes que divergem, e vai ficando impossível não notar ou fingir que tal não ocorre. Também não é difícil encontrar radicalismos, falta de caridade e muitas falhas humanas em ambos os lados, mas é nítido que um desses grandes grupos vem aprendendo uma espécie de "novo catolicismo": uma nova religião que tem muito pouco a ver com aquilo que constituía a religião dos santos e até dos nossos avós.
Não só entre os fiéis católicos, mas também entre os membros do clero essa divisão vem se intensificando; ainda que a maioria integre uma massa mais ou menos coesa – favorável às ideias modernistas – há também um grupo de sacerdotes, padres e bispos conservadores, que vêm tomando posição cada vez mais marcada nos últimos tempos, e que sente que é preciso tomar coragem para lutar pelo resgate da sagrada Tradição. Um movimento que vem sendo chamado por alguns de "resistência" e que abriga desde membros realmente radicais (alguns dos quais já cindiram com Roma) até outros que ainda buscam uma conciliação, um meio termo, a reivindicação de suas razões por meio do diálogo e não do protesto – ainda que venham estes últimos, como dissemos, manifestando-se com cada vez maior clareza e ousadia.
Depois das "Dubia", da "Carta de Correção Filial", das várias declarações de Dom Athanasius, do Cardeal Burke e do Cardeal Sarah sobre a Magnum Principium, do pedido de renúncia do Papa pelo Cardeal Veganò, etc, etc, o caso mais recente é o do Arcebispo da Filadélfia, EUA, Dom Charles Chaput, que pediu ao papa Francisco que cancele o Sínodo dos Jovens, programado para outubro deste ano, e em vez disso ordene um encontro parecido para os bispos – para fazer com que estes reflitam sobre sua obrigação sagrada e sobre o que é preciso para que a Igreja retome o seu caminho no seguimento do Evangelho[1].
Dom Charles Chaput |
Depois das "Dubia", da "Carta de Correção Filial", das várias declarações de Dom Athanasius, do Cardeal Burke e do Cardeal Sarah sobre a Magnum Principium, do pedido de renúncia do Papa pelo Cardeal Veganò, etc, etc, o caso mais recente é o do Arcebispo da Filadélfia, EUA, Dom Charles Chaput, que pediu ao papa Francisco que cancele o Sínodo dos Jovens, programado para outubro deste ano, e em vez disso ordene um encontro parecido para os bispos – para fazer com que estes reflitam sobre sua obrigação sagrada e sobre o que é preciso para que a Igreja retome o seu caminho no seguimento do Evangelho[1].
Em uma coletiva realizada no Seminário São Carlos Borromeu, em 30 de agosto, segundo informa o ‘Catholic Philly’ (publicação oficial da Arquidiocese de Filadélfia), Dom Chaput disse: "Eu escrevi ao Santo Padre e pedi para que cancele o próximo Sínodo dos Jovens (...) Neste momento, os bispos não teriam absolutamente nenhuma credibilidade ao se referir a este tema". O Prelado também pediu ao Papa Francisco que comece “a fazer planos para um Sínodo sobre a vida dos bispos".
De acordo com ‘Catholic Philly’, o porta-voz da Arquidiocese, Kevin Gavin, confirmou que o prelado enviou a carta ao Papa Francisco, mas não fez comentários adicionais.
Francisco, como já se tornou praxe nesses casos, parece que preferirá não comentar o caso. Dom Chaput, presidente da Comissão sobre os Leigos, Matrimônio, Vida, Família e Jovens da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), já foi confirmado recentemente pelo Papa como um dos cinco prelados norte-americanos que participarão do Sínodo dos Jovens, a ser realizado de 3 a 28 de outubro no Vaticano.
Francisco, como já se tornou praxe nesses casos, parece que preferirá não comentar o caso. Dom Chaput, presidente da Comissão sobre os Leigos, Matrimônio, Vida, Família e Jovens da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), já foi confirmado recentemente pelo Papa como um dos cinco prelados norte-americanos que participarão do Sínodo dos Jovens, a ser realizado de 3 a 28 de outubro no Vaticano.
Também participarão do Sínodo o Arcebispo de Galveston-Houston e presidente da USCCB, Cardeal Daniel DiNardo, o Arcebispo de Los Angeles e vice-presidente da UCCB, Dom José Gomez, o Bispo de Bridgeport e membro do Comitê dos Leigos, Matrimônio, Vida, Família e Jovens, Dom Frank Caggiano, e o Bispo Auxiliar de Los Angeles e presidente do Comitê sobre Evangelização e Catequese da USCCB, Dom Robert Barron.
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1. A Igreja dos Estados Unidos está passando por uma crise profunda, em meio às acusações de diversos bispos e sacerdotes de cumplicidade com os abusos sexuais dos quais é acusado o ex-cardeal Theodore McCarrick, Arcebispo emérito de Washington. No último dia 25 de agosto, o ex-núncio dos Estados Unidos, Dom Carlo Maria Viganò, acusou cardeais, bispos e sacerdotes de encobrir McCarrick. O ex-diplomata do Vaticano também responsabilizou o Papa Francisco de não agir diante das denúncias contra o Arcebispo Emérito de Washington e retirar as sanções que haviam sido impostas por Bento XVI. Diversos bispos dos Estados Unidos, incluindo o Cardeal DiNardo, presidente da USCCB (sigla em inglês para a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos), encorajaram uma investigação profunda sobre o caso McCarrick e as denúncias de Viganò: "Sem oferecer respostas concretas a estas acusações", disse DiNardo numa clara crítica à decisão de Francisco de não se manifestar, "homens inocentes poderiam ser manchados por falsas acusações e os culpados poderiam ser libertados para repetir os pecados cometidos no passado".
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Ref.:
ACI Digital, 'Arcebispo pede ao Papa que cancele Sínodo dos Bispos', em:** Assine a revista O FIEL CATÓLICO e tenha acesso a muito mais!
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Ref.:
https://acidigital.com/noticias/arcebispo-pede-ao-papa-que-cancele-sinodo-dos-bispos-94634
Acesso 3/9/2018
www.ofielcatolico.com.br
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