Ataques a igrejas e hotéis matam 360, sendo 45 crianças, e ferem mais de 400 no Sri Lanka


UMA SÉRIE DE pelo menos oito ataques à bomba contra três igrejas e quatro hotéis deixou um saldo de no mínimo 207 mortos (computados até agora) no Sri Lanka, neste domingo (21/4/2019), quando cristãos comemoravam a Páscoa. Das vítimas, há pelo menos 35 cidadãos estrangeiros, além de 400 feridos.

Na igreja destruída, permanece intacto o Círio Pascal, símbolo da Luz de Cristo

Fotos: DeranaTV / Reuters

As primeiras seis explosões ocorreram às 8h45 local (23h30 dos sábado, em Brasília), em três hotéis de luxo e em uma igreja da capital do Sri Lanka, Colombo. Em seguida, ocorreram explosões em igrejas das cidades de Katana e Batticaloa. O sétimo atentado ocorreu no começo da tarde local, em uma pousada no centro de Colombo. O oitavo ataque foi contra um condomínio residencial, também na capital do país.

As autoridades do Sri Lanka recomendaram que as pessoas se trancassem dentro de suas casas até que a situação seja controlada. Também foi declarado estado de emergência e o governo impôs toque de recolher, além de anunciar que bloquearia temporariamente o uso das principais redes sociais no país.

De acordo com o ministro da Defesa, Ruwan Wijewardane, sete pessoas foram presas sob suspeita de ligação com os atentados. Nenhum grupo ou organização, porém, reivindicou os atentados até o momento. A polícia afirma que a maioria dos ataques foi suicida.

No Sri Lanka, os cristãos representam apenas 7% da população, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas , 15% e os muçulmanos, 11%. Mesmo assim, os covardes atentados ocorreram no Domingo de Páscoa da Ressurreição, o dia mais importante do calendário para os cristãos. 

Três países do Golfo, o Bahrein, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, condenaram os atentados através de comunicados emitidos pelos respectivos Ministérios de Relações Exteriores. Outras nações também demonstraram pesar. No Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que envia "as mais sentidas condolências ao grande povo do Sri Lanka. (...) Estamos prontos a ajudar", ressaltou.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, destacou que "condena com força as horríveis explosões no Sri Lanka". "Não há espaço para barbáries similares na nossa região. A Índia exprime solidariedade ao povo do Sri Lanka", comentou.

Por sua vez, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, condenou o que chamou de "insensata violência". "Nessas horas dramáticas, interpretando os sentimentos dos italianos, desejo enviar ao povo amigo do Sri Lanka as mais sinceras expressões de pesar e condenação a este gesto de insensata violência", disse.

O presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, corajoso, disse:

"Os ataques contra as igrejas do Sri Lanka confirmam que isso é um verdadeiro genocídio contra os cristãos. (...) Mesmo no dia de Páscoa, há quem semeie o ódio e a morte. Rezemos pelas vítimas inocentes e nos mobilizemos pela liberdade religiosa em todo o mundo."

O papa Francisco, na tradicional mensagem "Urbi et Orbi" de Páscoa, no Vaticano, declarou a respeito que deseja "manifestar afetuosa proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto rezava, e a todas as vítimas desta cruel violência".

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