O VATICANO APRESENTOU ao público esta semana, no dia 17 de junho, o "Instrumentum laboris", documento que irá auxiliar os bispos e participantes do Sínodo da Amazônia, que acontece entre os dias 6 e 27 de outubro deste ano 2019[1].
A expectativa, desde o anúncio do Sínodo, ficou centrada em dois pontos: a possibilidade da adoção de
novas regras para o celibato e a ordenação de mulheres.
Muito se especulou, e os que ousaram alertar sobre possíveis manobras partindo de grupos ideológicos, com seus riscos e perigos, foram logo descartados e rotulados como histéricos. Estarão esses temores agora se confirmando?
Sobre o celibato, o documento estabelece o seguinte: "Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, estude-se a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã" (129, a, 2).
Qualquer proposta de mudança sobre o celibato não seria colocada de forma radical, algo que escandalizasse os fiéis, sobretudo com a polêmica que se arrasta, inclusive envolvendo autoridades eclesiásticas, levantando-se veementemente para defender a tradição da Igreja. Se é verdade que se quer mudar a regra, a mudança teria que ser gradativa, e o passo inicial pode estar aí: "Para as áreas mais remotas da região, estude-se a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas" [...].
Acontece que o interesse alegado – "assegurar os Sacramentos", acompanhar e sustentar a "vida cristã" – fica sob suspeita com a própria redação do documento, e contradiz toda a argumentação da qual seus proponentes e entusiastas têm se utilizado para justificar a ordenação de homens casados. Pregavam sobre a necessidade de atender as tais "áreas remotas", percorrendo todas as comunidades e tribos; como "pessoas idosas" darão conta de um trabalho assim extenuante? Ademais, como farão com o cuidado, a atenção e o sustento de suas próprias famílias com as novas e rigorosas atribuições?
No que se refere à ordenação de mulheres, o "Instrumentum Laboris" não é claro: "Identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica" (129, a, 3).
A palavra final do Papa São João Paulo II, na Carta Apostólica
"Ordinatio Sacerdotalis", sempre foi levantada para frear os intentos de ordenar "sacerdotisas". O diaconato feminino, contudo, nunca saiu da pauta. Em 2016, o próprio Papa Francisco ordenou a criação de uma comissão de estudos sobre o assunto e, embora tenha recentemente tergiversado sobre a conclusão dos estudos, na coletiva de Imprensa dada a bordo do voo que o trouxe de volta da Macedônia a Roma, o
"Intrumentum Laboris" parece sugerir que a possibilidade de ordenação de diaconisas está aberta, ao menos "para discussão". A propósito, a ordenação de "diaconisas" e/ou "sacerdotisas" foi um pedido da própria Regional Norte 1 da CNBB, com a publicação de uma carta da "Assembleia territorial pré-sinodal", que se reuniu exatamente em Manaus, capital do Estado do Amazonas. Regional Norte 1 que tem como presidente Dom Mário Antônio da Silva, agora o segundo vice-presidente da mesma CNBB[2].
Adaptado de nota de Bruno Braga – Blog Bruno Braga
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[1]. Cf. [http://www.sinodoamazonico.va/content/sinodoamazonico/pt/documentos/instrumentum-laboris-do-sinodo-amazonico.html].
[2]. Cf. "A 57a. Assembleia Geral dos Bispos e a militância cnbbista", nota IV [https://b-braga.blogspot.com/2019/05/a-57a-assembleia-geral-dos-bispos-e.html].
Será que essa é a vontade de Deus?
ResponderExcluirNÃO
ExcluirSó Deus prá cuidar da sua igreja
ResponderExcluirEntão já existe uma igreja amazônica.
ResponderExcluirDiaconisa, sacerdotisa, pitonisa. Vamos que vamos.
A paz de Jesus Cristo. Oportuno texto extraído do blog de Bruno Braga. Não conhecida este blog, fui olhar e gostei. Vou lê-lo com constância. Absurdo os argumentos deste "Sínodo da Amazônia", nem vou opinar mais sobre as propostas no mínimo ridículas, parcialmente expostas no texto. Oremos para que não aconteçam os "avanços" propostos pelo Sínodo. Maria Santíssima, ajudai-nos! Abraços fraternos. PS: hoje, dia de Corpus Christi, oremos com fervor para que a nossa Igreja mantenha-se fiel ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
ResponderExcluirDentre todos os documentos gerados pelos Sínodos da America Latina, tais como: Aparecida e outros, alguém poderia citar algo que mudou efetivamente o caminhar das Paróquias nos vários setores pastorais?
ResponderExcluirLi todo documento de Aparecida e nada até hoje, presencie ser feito de concreto nas comunidades em conformidade com o tal documento. O texto propunha novas ações para a religião, que deveria se voltar mais para a evangelização, ao “contrário dos rumos que o Vaticano vinha tomando”. O documento mostrou a necessidade de aproximar mais a igreja de seus fiéis. E o que mudou até os dias de hoje? O que falta ser feito para que se cumpra o documento que teve como principal redator o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio?
Inúmeras ações pastorais precisam ser feitas nos rincões do nordeste brasileiro. Quanto isto tudo vai custar para a Igreja do Brasil com o advento do Sínodo da Amazônia? De onde vai sair as despesas para custear passagens áreas, passeios de barcos, hospedagens para todos os bispos, sacerdotes e acompanhantes? E são muitos acompanhantes...
A meu ver, trata-se de um Sínodo totalmente interesseiro, a fim de puxar a sardinha, digo: o tucunaré para as ONG internacionais, ligadas a interesses que todos nós já sabemos.
É uma vergonha!!!
Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!
André
https://boletim.permanencia.org.br/2019/02/12/o-sinodo-da-amazonia-1/
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