Sociedade Internacional de Direitos Humanos pede a não renovação do pacto entre Santa Sé e China


A SOCIEDADE INTERNACIONAL de Direitos Humanos (ISHR) advertiu contra a extensão do acordo entre o Vaticano e a China. Na quinta-feira passada, a organização indicou que o conteúdo do pacto deve ser tornado público para que fiquem claras as intenções reais de ambas as partes.


Segundo a IRSH, é de se temer que a ditadura chinesa não adira às obrigações do acordo a longo prazo. “O governo de Pequim já demonstrou estar descumprindo descaradamente o que havia acordado com Hong Kong”, advertiu o presidente da organização, Edgar Lamm.


Silêncio do Vaticano

O silêncio do Vaticano sobre as violações dos direitos humanos cometidas pela China também deve ser condenado, segundo a ISHR. O acordo não só significa suavizar o caminho para que o governo de Pequim tenha um controle total sobre os cristãos católicos na China, também é um ataque a todas as pessoas perseguidas por sua religião, disse a organização.


Em setembro se cumprirão dois anos do acordo firmado entre a Santa Sé e o governo comunista chinês. Seu conteúdo não chegou ao público. A realidade é que a ditadura comunista segue acossando e perseguindo os católicos, assim como os cidadãos que professam outras crenças.


Há uns dias, o jornal estatal chinês Global Times deu por certo que o acordo se tornará definitivo. Segundo o periódico, as negociações atuais são “uma prova de que o acordo firmado funcionou bem durante os últimos dois anos”, e isto ajudará a “levar as relações bilaterais a um outro nível”.


Como fontes, o jornal cita, entre outros, o chanceler da Academia de Ciências do Vaticano, Monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, que haveria afirmado que Pequim e o Vaticano “renovarão o acordo, o que significa que a primeira experiência foi bem”. Cabe recordar que Mons. Sánchez Sorondo aprecia enormemente o regime ditatorial comunista chinês, do qual chegou a assegurar que ele é o que “melhor cumpria a doutrina social da Igreja” [sic].


O Jornal citou também o vice-presidente da Conferência Episcopal da ditadura, o bispo Zhan Silu de Mindong, dizendo que o acordo provisório, que expira em 22 de setembro, será permanente se prorrogado. Cabe ressaltar que Zhan foi um dos sete bispos cuja nomeação foi reconhecida pelo Papa em outubro de 2018, sendo previamente designado pela Associação Patriótica Católica estatal.


Voz inaudita

“Já se passou um ano desde a minha visita ao Papa Francisco, mas ainda não recebi nenhuma palavra dele. Não estou seguro de que minhas cartas possam chegar a ele, de modo que escrevo o que quero dizer em meu blog, esperando que, quem sabe, alguém lhe dê a oportunidade de lê-lo”, disse o Cardeal Zen.


O mesmo, por ocasião da XI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2005, disse: “A Igreja na China aparentemente é dividida em duas: uma oficial, reconhecida pelo governo; e uma clandestina, que recusa a ser independente de Roma. Em realidade, há uma só Igreja, porque todos querem ser unidos ao papa”. 


Até hoje a Igreja clandestina continua nas catacumbas, perseguida pelo governo. Mas, agora, com a bênção do pacto Sino-Vaticano.


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Com InfoCatolica; Press.Vatican; ACI Digital

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