Esta semana, Francisco recebeu com festa a Afineevsky, diretor do documentário 'Francesco' |
RECENTEMENTE TEMOS VISTO os incansáveis – e até admiráveis, em certo sentido – esforços de um verdadeiro batalhão de "youtubers", blogueiros e muitos "formadores de opinião" católicos que tentam de todas as maneiras convencer o grande público (talvez, no fundo, tentem convencer a si mesmos) de que o Papa "não quis dizer" o que ele de fato disse no polêmico documentário "Francesco" (saiba mais aqui). Mas a verdade é que a vida desse pessoal – em sua maioria, trata-se de gente bem intencionada, que isso fique claro – está muito difícil ultimamente.
Primeiro, apenas dois dias depois da grande polêmica, chegaram-nos as imagens do Papa recebendo com festa a Eugeny Afineevsky (o diretor do documentário em questão), divulgadas pela agência de notícias oficial do Vaticano no Instagram (confira antes de dizer que é 'fake').
Difícil, não é, bombeiros e sabichões de internet? Difícil, meninos do blog "O Catequista"? Pois é...
Ora, é claro que se esse homem tivesse mesmo deturpado as palavras de Francisco, tirando-as de contexto e editado o vídeo para fazer parecer que Francisco disse algo que ele não disse, no mínimo o Papa deveria ter denunciado tal desonestidade, e mesmo processar o diretor: isso resolveria tudo e dissiparia toda a confusão e toda a polêmica. Mas o que Francisco fez foi exatamente o contrário: festivamente, ele recebeu e parabenizou esse homem.
Não há, portanto, como se dizer que seja o caso de alguém mal intencionado estar adulterando o que o Papa falou. Os dois são amigos e o Papa admira e incentiva o trabalho de Afineevsky. Com tal gesto, subscreve o tal documentário. Ponto.
Como se não bastasse, veio agora o assessor teológico do Papa Francisco, Dom Victor Manuel Fernández – que é também o Arcebispo de La Plata (Argentina) – esclarecer que SIM, para o Papa os termos “convivência civil” (que ele usa no vídeo polêmico) e “união civil” são sinônimos e têm o mesmo reconhecimento legal no idioma e no país de Francisco, com o sentido de “união entre pessoas do mesmo sexo”. Ponto dois.
Está jogada a "última pá de cal" sobre os argumentos dos que tentam nos convencer de que o Papa não disse o que de fato ele disse.
O argentino Dom Victor Manuel Fernández, Arcbispo e acessor teológico do Papa Francisco |
Através de seu perfil de Facebook, no dia 21 de outubro, Dom Fernández assinalou que “o que diz o Papa sobre o tema é o que já sustentava também quando era Arcebispo de Buenos Aires”: a saber, que é a favor da união civil entre pares homossexuais, assumindo uma postura e um juízo prudencial que contraria tudo aquilo que a Igreja sempre ensinou a respeito e tudo o que disseram sobre o mesmo assunto todos os 265 Papas anteriores a ele.
'Mas eu vi em tal lugar que o Papa disse outra coisa'...
Sim, é verdade que em um primeiro momento do vídeo, quando Francisco diz que os homossexuais têm direito a uma família, estava se referindo a acolhida que merecem no seio de suas próprias famílias, e parece ter havido alguma deturpação ali. Mas ocorre que, em um segundo momento, na mesma entrevista, ele insiste dizendo: “O que temos que fazer é uma lei de convivência civil. Eles têm direito a estar talheres legalmente”. E acrescenta: “Eu defendi isso”.
Ocorre que na versão original do documentário, em inglês, a expressão “lei de convivência civil” foi legendada como “civil union law” ('lei de união civil'), e com isso alguns quiseram entender que o Papa, na verdade, não se referia às leis específicas de uniões civis para casais do mesmo sexo, mas a alguma coisa diferente, e que o seu sentido, portanto, tinha sido “distorcido” pelos meios de comunicação.
Porém vem agora Dom Fernández, assessor direto do Papa, derrubar essa tese, esclarecendo o que já sabíamos: a expressão "convivência civil", para o Papa, tem SIM o mesmo sentido de união civil legalizada, que é o que nós, juntamente com outros canais internacionais, dissemos desde o início.
Prossegue Dom Fernández, arcebispo que também participou nos dois Sínodos sobre a Família convocados por Francisco no início de seu pontificado: “Vemos [essa postura acolhedora] claramente nos principais documentos magisteriais do Papa Francisco (Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia, Laudato Si)”. – “...Pode ocorrer que eles [homossexuais] prefiram que essa união esteja contemplada na lei, e se chama ‘união civil, ou ‘lei de convivência civil’, mas não matrimônio”, acrescentou.
De acordo com Fernández, “Bergoglio sempre teve esta opinião, e inclusive anos atrás houve uma discussão no Episcopado argentino, onde Bergoglio defendia esse ponto de vista, mas perdeu. A maioria dizia que tal coisa levaria o povo a confundir união com matrimônio, e preferiram não inovar”.
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ACI Digital, "'Convivência' e 'união civil' são a mesma coisa para o Papa, explica Arcebispo assessor de Francisco", disp. em:
https://www.acidigital.com/noticias/convivencia-e-uniao-civil-sao-a-mesma-coisa-para-o-papa-explica-arcebispo-assessor-de-francisco-78643?fbclid=IwAR0qZm4CrHfSLiZwunWaEDu_qH2qD9VwrZ7X1V3aUv2s_6QATxaHWP7dyTk
Acesso 24/10/2020
Acompanho o blog O Catequista, mas tá difícil o casal lá querer enxugar gelo com relação a isto. Se fosse tudo treta como ele afirmaram, então, porque o Papa e o Vaticano não vieram a público desmentir isto tudo?, e porque ao invés disto, o próprio acessor teológico do Papa confirma que sim o Papa apoia a união civil gau e ainda fazer festa de aniversário ao produtos do documentário confirmando isto tudo?.
ResponderExcluirNão tem mais passar panos quentes, de enxugar gelo, o amu já foi feito, agora é só orar para que o Espírito Santo ilumine o Papa para que sem corrija desse erro que está implantando cada vez mais a confusão entre os católicos, pois esta não é a função do Papa de implantar a confusão e provocar a desunião entre os católicos, pois a função d Papa é justamente o contrário, e de esclarecer e promover maior unidade entre os católicos. Vemos o Papa Francisco fazer justamente o contrário. Que Deus tenha piedade dele e de todos nós. Amém.
Sidnei
Caro Padre Rodrigo Maria.
ResponderExcluirSempre o acompanhei e admiro demais. Maravilhoso e esclarecedor seu vídeo sobre esse documentário do "papa" Francisco sobre as leis para casais homossexuais. Concordo em 100% com o senhor, mas com uma ressalva apenas: o senhor chama este homem de papa. Ele não é papa, não por causa de suas heresias, nem blasfêmias e equívocos, mas porque não foi eleito canonicamente, além de a renúncia de Bento XVI não ter sido válida. O senhor conhece a Máfia de Saint Gallen, pois já citou em um de seus vídeos. Foram os que elegeram Bergoglio. Ele veio para destruir a Igreja, há muitas profecias, inclusive de La Salette, dizendo que um usurpador se sentaria no trono de São Pedro. Peço que ouça Don Minutella, um padre italiano, do canal do Youtube Radio Domina Nostra e que fique ao lado dele nessa luta pela nossa Santa Igreja. Um abraço.
1) É, realmente os argumentos em defesa do Papa se esgotam diante dessa descarada confirmação de Dom Victor Manuel Fernández. Quem dera fosse mesmo Fake News as palavras escandalosas do Papa, que não foram as primeiras. Desgraçadamente o Papa defende a união civil de homossexuais, indo contra a Sã Doutrina da Igreja, o que o torna de fato um herege. Os passadores de pano não têm mais esfregão para limpar tamanha sujeira que esse Papa diz. Qualquer emenda sairá pior que o soneto. Não tem mais desculpas.
ResponderExcluir2) O insensato ocupa os mais altos cargos, enquanto que os homens de valor estão colocados em empregos inferiores, diz Eclesiastes 10,6, que resume bem esse terrível pontificado, como os outros pós CVII. Os hereges, os sacrílegos, os imorais e os blasfemos são promovidos e recebidos de braços abertos --- a foto acima mostra o Papa recebendo com festa um cineasta ativista da sodomia, um pecador público!, que fez o filme "Oy Vey! My Son Is Gay!" ---, enquanto os fiéis à Sã Doutrina, à Missa de sempre, à comunhão na boca, são colocados de lado e até perseguidos, tendo seus mosteiros encerrados. O Papa ignora o cardeal Zen, os teólogos que o acusam de heresia, os 4 cardeais que lançaram o Dubia, contudo é próximo da escória do tipo Leonardo Boff, James Martin e de tudo quanto é herege público; beija o pé aos ditadores, é amigo de rabinos talmudistas (sic), de protestantes e imãs muçulmanos, ecumênico que é.
3) O Papa deve ter uma linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário seja confundido, não tendo a dizer de nós mal algum (Tt 2,8). Mas, infelizmente, não é o que vem acontecendo com Francisco. Quando vemos o herege charlatão e mercador da fé $ilas Malafaia dar pito no Papa a respeito do homossexualismo, aí é pra acabar! Por causa disso, tornamo-nos, para nossos vizinhos, objetos de desprezo, de escárnio e zombaria para os povos que nos cercam (Sl 78,4).
4) Jesus rogou por São Pedro, para que a sua confiança não desfalecesse (perceba que em João 21,15-17 Cristo interpela Pedro TRÊS VEZES, confirmando-o na fé); e pediu-lhe para confirmar os seus irmãos (Lc 22,32). Jesus conferiu a São Pedro que apascentasse as suas ovelhas (Jo 21,15-17). Mas esse Papa aí assentado no trono de São Pedro escandaliza e dispersa as ovelhas (Jr 23,1).
5) Por fim, C. S. Lewis disse o seguinte: "Sou um pagão convertido vivendo em meio a puritanos apóstatas." Muitos protestantes, vendo o rumo de suas seitas na aceitação do homossexualismo, enxergaram na Igreja um fort inabalável, e com um estudo aprofundado reconheceram que a Igreja Católica de 2000 mil anos e 266 Papas é de fato aquela fundada por Cristo (Mt 16,18-19). Protestante inteligente, católico futuramente. Mas agora eu penso como reagirão diante disso. Será que estão a par do que é a heresia modernista, como a Taylor Marshall (ex-anglicano) e o Bernardo Küster (ex-metodista)?
Eu estou muito triste. Mas enfim, oremos e resistamos! ''Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir (Lc 12,48)." Francisco deve muitas explicações.
Acredito que o papa Francisco tenha de fato se referido as uniões civis de pessoas do mesmo sexo. Mas, o que o papa tem haver com isso? Se é união civil, que as autoridades civis tratem do tema! A Igreja já tem tantos problemas com o clero, o próprio conceito do matrimônio religioso passa por uma crise enorme, com inúmeros casais se divorciando. O papa poderia ter pelo menos ressalvado que a vida conjugal de pessoas do mesmo sexo é pecado.
ResponderExcluirAcho que ninguém é contrário que os casais homossexuais tenham reconhecidos direitos patrimoniais, a união civil é basicamente um contrato onde as pessoas dispõe sobre regime patrimonial, se querem comunhão parcial/total/separação de bens.
Este caso é uma daquelas oportunidades que as pessoas não podem perder: de ficar caladas!
Tiago, não tem como a Igreja ser contra o casamento de pessoas do mesmo sexo na Igreja e ser a favor da união civil ou indiferente, pois o pecado é o mesmo e a união civil implica em direto à adoção e a mudança na estrutura da sociedade.
ExcluirA Igreja diz que devemos nos opor a isso e faz tempo. O católico precisa conhecer mais os ensinamentos da Igreja. Veja:
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20030731_homosexual-unions_po.html
Sá
Sá, evidente que a Igreja, ou qualquer católico não deva apoiar sob qualquer pretexto as uniões homossexuais. Porém existe o livre arbítrio concedido por Deus, inclusive para o pecado e cada um é responsável por suas ações, portanto não nos cabe também impedir que as pessoas do mesmo sexo convivam, tenham direitos, não podemos colocar alguém no avião e enviar para longe para não conviver, ou mesmo imposições legais etc. Como ensinou Jesus, temos o dever de orientar, instruindo os apóstolos disse: Que se chegassem a algum local e as pessoas não os ouvissem "sacudi a poeira dos vossos pés". E Depois Deus julgará cada um. Não nos cabe proibir, forçar, exigir, apenas advertir. Querem viver juntos? A sociedade deseja mudança estrutural? Nos cabe advertir do pecado, dos caminhos corretos. E se isso ocorrer é porque a sociedade não é mais cristã e sem fé não há salvação, inclusive não existe salvação coletiva!
ExcluirA paz de Cristo!
Tiago, você leu o artigo do link que te passei? Por favor, leia.
ExcluirVocê disse: "Mas, o que o papa tem haver com isso? Se é união civil, que as autoridades civis tratem do tema! A Igreja já tem tantos problemas com o clero' e "Acho que ninguém é contrário que os casais homossexuais tenham reconhecidos direitos patrimoniais"
Resposta:
"Em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimónio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação. Nesta matéria, cada qual pode reivindicar o direito à objecção de consciência."
Opor-se é fazer pressão política, não votar em candidato/partido que seja a favor disso, enfim, assim como se faz com o caso de aborto. Ninguém falou de "impedir que as pessoas do mesmo sexo convivam" ou "colocar alguém em um avião", você você viajou legal nisso. Mas a Igreja diz que é um dever se opor aos direitos que resultam da união civil, se vc discorda da Igreja e não aceita esse posicionamento, aí é outro assunto.
Em suma, ninguém falou em obrigar ninguém a nada. Vivemos em uma democracia e cada um tem o direito de lutar pelo que acredita, como a Igreja tem o direito de se opor a certas políticas como a da aprovação do aborto, mesmo que isso impacte pessoas que não são católicas, pois não vão poder abortar legalmente.
A paz de Cristo pra você também!
Sá
Sá, li o link sim e concordo com você, embora o aborto envolva uma segunda pessoa que será assassinada. Mas entendi o ponto de vista: se é correto ser contra o aborto, é correto ser contra uniões homossexuais. Pode se dar também o exemplo do suicídio, a Igreja pode se colocar contrária a legalização da eutanásia.
ExcluirA questão é que o papa se manifestou favoravelmente e nem mesmo citou que é um pecado! E isso obviamente foi um erro.
Ainda assim, em minha opinião pessoal, cada caso é um caso, as situações mudam, as opiniões mudam, conforme os tempos. No passado, quando não havia separação entre Igreja e Estado, quando o direito religioso era misturado com o civil, as leis previam proibições ao comportamento homossexual, inclusive com punições corporais, tortura. E embora em determinada época isto foi considerado correto, hoje é inconcebível.
Da mesma forma eu cito mais um exemplo de Jesus: Sobre o divórcio, Jesus declara veementemente que casar-se uma segunda vez é adultério, mas não pediu alteração da Lei. Em outra ocasião, quando chega ao templo e encontra os vendilhões pega o chicote e põe todos para correr. Ou seja existem situações de foro pessoal e situações que não são de foro pessoal.
Sua opinião é extremamente válida, faz sentido sim, corresponde a doutrina da Igreja e concordo em muitos aspectos.
É uma situação complexa!
A paz de Cristo!