HÁ ALGUNS ANOS, o leitor Ronaldo Gomes enviou-nos uma longa mensagem, com uma série de questões importantes. Esta série contém os diversos pontos apresentados por esse leitor, organizados, divididos em partes e seguidos de nossas respostas. A maioria das questões abordadas já foram respondidas neste site em postagens específicas; mesmo assim, nunca é demais reforçar e reafirmar as verdades da fé, principalmente para quem ainda não as conhece.
Caríssimo Ronaldo, eu um dia tive estas mesmas dúvidas que você agora nos apresenta, e sei que muitos outros "evangélicos" também as têm. Creio que você tem boa vontade e um desejo sincero de conhecer a verdade, e lá no fundo da alma percebe que ainda não chegou a ela; sente e sabe que falta alguma coisa. Por isso é que procura o debate, procura compreender mais. Conheço muitos ditos "evangélicos" honestos e sinceros em sua fé. Mas os "pastores" incutiram tanto preconceito em suas mentes que fica difícil enxergar a realidade com nitidez, até mesmo coisas que para nós católicos são óbvias.
Eu
também era assim: já fui "evangélico",
"batizado" na igreja batista (na realidade um tremendo absurdo, pois
eu já havia sido batizado em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo há
muito tempo, e a ideia de 'rebatismo' remete à heresia denominada donatista), e
participava ativamente em cultos, cursos e eventos de diversas denominações. Eu
ia aos cultos com muita fé, lia a Bíblia com seriedade e realmente buscava a
Deus de boa vontade. Mas as pregações fundamentalistas e aqueles supostos
"cursos bíblicos" que fazia me cegavam o espírito, e era como se
eu pulasse todas as passagens das Sagradas Escrituras que mostravam claramente
que minhas crenças eram completamente equivocadas (clique para aprender a conhecer as Sagradas Escrituras).
Assim
como você, eu também não aceitava, de maneira nenhuma, que a Igreja Católica
fosse a primeira e única Igreja de Jesus Cristo. Eu tinha deixado entrar em
minha mente e em minha alma essa mentira absurda de que católicos são
"idólatras", que "adoram" imagens e santos, que Maria era
"uma mulher como outra qualquer", etc., etc.
Mas
Deus abriu meus olhos, em sua infinita Misericórdia, e Jesus Cristo
mesmo, inclusive com sinais maravilhosos, praticamente me forçou a retornar à
sua Igreja, que é Católica e Apostólica, e cuja sede primacial está em Roma,
portanto é chamada romana. Fui praticamente obrigado a aceitar a imensa
Graça de pertencer ao seu Corpo Místico neste mundo, do qual é Ele próprio a
Cabeça. Seja Ele louvado por isso!
Cristo entrega as Chaves a Pedro, por Guido Reni (1575-1642): Jesus concedeu a Autoridade sobre a Igreja a S. Pedro |
Lá
vou eu mais uma vez tentar esclarecer as mesmas dúvidas, e gostaria que você
soubesse que peço realmente a Deus por sua vida, que a Luz divina brilhe em sua
mente e em sua alma; que brilhe em seu espírito como brilhou para mim, mesmo eu
não merecendo.
Às
vezes preciso ser firme nas minhas colocações, mas o meu sentimento para com
todos os protestantes sinceros é semelhante ao de um irmão. Amo a todos
profundamente, com amor fraterno, e por isso às vezes me exaspero no meu zelo
em fazê-los compreender os enganos que aceitam como verdade – como eu também
um dia aceitei.
Nesta série de posts, vou respondendo à sua mensagem ponto a ponto, tópico por tópico, porque você coloca muitas questões importantes:
1. ‘Deus condena as imagens. Deus condena os ídolos, e
mesmo tendo mandado Moisés confeccionar em bronze a imagem de uma serpente
(Números 21:5-9), essa imagem teve de ser depois destruída. Por quê?’
Começo
dizendo que, para entender a insistente questão das imagens – se elas são
condenadas ou não por Deus – simplesmente não importa o que depois aconteceu
com a serpente de bronze. Eu escuto sempre isso, e é muito comum isto
acontecer: quando um católico dá o exemplo da serpente de bronze para
demonstrar que Deus não proíbe imagens, muitos "evangélicos" logo
respondem: "Mas a serpente foi destruída, por causa da idolatria!"...
Bem, isso não tem importância absolutamente nenhuma. Nenhuma, mesmo, porque isso
não tem nada a ver com a questão.
O
que importa, neste caso, é que foi Deus quem mandou fazer a imagem, e
era uma imagem para uso cultual. Por meio daquela imagem, Deus operou a cura no
povo. Portanto, se Deus mesmo manda fazer imagens, vemos que o uso das imagens
não é proibido em qualquer situação, nem é pecado. Ao contrário, estamos vendo
com toda a clareza que tal coisa é estimulada por Deus. Não há, então, nenhum
problema no uso das imagens em si, e quando Deus proíbe as imagens no Livro do
Deuteronômio (5,8), está evidentemente se referindo a um tipo específico de
imagem.
Logo,
se a imagem da serpente foi depois destruída (por Ezequias, conf. 2Reis 18,4),
este é um outro problema, uma outra questão completamente diferente.
Sim, a imagem da serpente foi destruída, conforme relata o texto sagrado,
porque o povo passou a prestar culto à imagem em si, colocando-a no lugar de
Deus, assim como no caso do bezerro de ouro. E então já começava a ocorrer
verdadeira idolatria a uma imagem por si mesma (já queimavam incenso para ela e
até lhe tinham dado um nome próprio: 'Nehustã'). Entenda, por favor, que isso
não tem absolutamente nada a ver com as imagens usadas nas igrejas católicas.
Citamos o caso específico da serpente, mas existem muitos outros exemplos de imagens que foram feitas conforme a Vontade de Deus, e que estão descritas na Bíblia (veja aqui). Como se pode dizer que Deus condena as imagens, se, por exemplo, Ele mesmo mandou que se confeccionassem dois querubins para serem colocados sobre a Arca da Aliança, e era do meio deles que o SENHOR se manifestava aos antigos judeus? Como se pode dizer que Deus condena as imagens, se Ele mesmo ordenou que se construísse o seu Templo repleto de imagens, – esculpidas, entalhadas, fundidas, bordadas... Imagens de anjos, de flores, de palmas, de bois, de leões, de querubins com asas (alguns com duas faces), e muitas outras mais? – Tudo isso está na Bíblia.
Então,
será que Deus diz uma coisa em uma parte da Bíblia, e logo depois se contradiz
em alguma outra parte? Não. Nós é que precisamos de discernimento para entender
a Verdade. E precisamos de humildade para pedir a Deus por discernimento,
reconhecendo que somos pequenos e frágeis (é o que
dizemos no Apêndice Introdutório de nosso Curso de Teologia Bíblica, que você pode ouvir aqui).
Vemos
com grande clareza – no contexto dos textos bíblicos – que as imagens que a
Bíblia condena são as imagens dos ídolos, isto é, dos falsos deuses, as imagens
pagãs que eram adoradas no lugar do único Deus Vivo, Criador e Todo-Poderoso.
As imagens católicas não são ídolos – e quem diz o contrário mente, servindo ao
pai da mentira – porque representam sempre a própria imagem de Deus em suas
criaturas (santos e anjos de Deus) e o próprio Jesus Cristo, Filho de Deus
feito homem. Então veja e compreenda, de uma vez por todas, que você está
confundindo coisas totalmente diferentes. O vocábulo "ídolo" (que vem
do latim idolus, que por sua vez deriva do grego eidolon) significa,
literalmente, imagem tomada em si mesma, enquanto ícone
(do grego, eikona) significa imagem como reflexo, pois Deus criou
o homem à Sua imagem e segundo a Sua semelhança (pode consultar em
grego, e verá que a palavra usada para imagem é eikona). Assim,
as imagens na Igreja Católica (assim como a serpente de bronze que Deus mandou
fazer) são ícones, os quais olhamos e vemos o reflexo de Nosso Senhor e
Salvador, o Verbo que “se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a
sua glória” (Jo 1, 14). Veja como é totalmente impossível classificar como
ídolos, isto é, como deuses pagãos, as imagens católicas.
Nós,
católicos, não cremos que os santos sejam os criadores do Universo e nem os
juízes dos vivos e dos mortos, nem tampouco pensamos que sejam eles os nossos
salvadores. Por isso, os santos, nossos irmãos no Céu, não podem receber culto
de latria, isto é, de adoração, que é devida somente a Deus. Esta
é a doutrina católica, que está no Catecismo da Igreja Católica e em todos os
documentos oficiais da Igreja, e de todos os Papas de todos os tempos.
Não
há como se argumentar quanto a isto, porque é um fato concreto, objetivo,
facilmente demonstrável, e contra
fatos não existem argumentos. Se você me mostrar em qualquer documento católico
uma linha, uma vírgula sequer, dizendo que devemos "adorar" as imagens,
eu deixo de ser católico na mesma hora. Isso simplesmente não existe.
Então, quando um "pastor" chama um católico de "idólatra",
ele está sendo maledicente, caluniador e mentiroso. E como já falei acima, quem
mente e presta falso testemunho está servindo a Satanás, que é o pai da mentira.
Está pecando contra o Oitavo Mandamento de Deus; portanto, está pecando
mortalmente.
Para
encerrar de vez o assunto, veja no livro de Ezequiel, cap. 41, as menções ao
uso de imagens no culto a Deus, novamente citando querubins, anjos com duas
faces, leões, etc. Veja bem que a descrição é feita pelo profeta Ezequiel, um
dos que mais condenou a idolatria no seu tempo. Ele condena as imagens dos
ídolos, mas menciona a presença das imagens no Templo de Deus como coisa
perfeitamente normal, e parece que o faz até com certo orgulho pelo Templo
ricamente ornamentado, pela maneira como o descreve em detalhes.
Perceba,
então, o óbvio: nem toda imagem é condenada por Deus. Ao contrário, as
imagens sempre foram usadas no culto a Deus, e isso se prova claramente pela
própria Bíblia Sagrada (quer entender realmente a Bíblia? Conheça nosso Curso de Teologia – entendendo a Bíblia).
2. ‘Muitos católicos dão mau exemplo, observam devoções
estranhas, exageram no uso das imagens...’
A
discussão sobre imagens e devoção aos santos nos leva a um outro assunto, cujo
esclarecimento é muito importante. Acontece que nem todos os católicos são
bem instruídos na sua própria fé. Pessoas que não receberam boa formação
sobre doutrina existem no catolicismo, assim como existem em qualquer outra
religião. Sim, é claro que temos pessoas ignorantes, que não aprenderam o
suficiente e, talvez, algumas dentre essas nem se importem muito com isso. Não
são bons católicos. Há também muita gente extremamente simples na Igreja, assim
como existem muitos católicos simplesmente infiéis ao que a Igreja ensina, e
que praticam o sincretismo religioso – o que é um grave pecado.
Acontece
também que nem todos aqueles que se declaram "católicos" o são, de
fato. Por isso é que podemos encontrar, sim senhor, pessoas que exageram em
certas devoções, confundem as coisas, não compreendem o papel e a função dos
santos e das imagens, nem o que significa a comunhão dos santos, o papel da
Santíssima Virgem Maria, qual a sua importância para a nossa fé. Mas nada disso
representa a Igreja, pois, como é claro, a Igreja não pode ser representada
pelas pessoas que não praticam aquilo que ela mesma ensina e prescreve.
Você
me mandou o link de um vídeo, até bastante conhecido, de um padre que perde a
calma com uma senhora que interrompia a cerimônia do Batismo a todo instante, e
que num dado momento chega a chamá-lo de "palhaço". Esse padre dá um
péssimo exemplo e sai distribuindo sopapos dentro da igreja. Lamentável, mas...
o que tem isso a ver com o assunto que estamos discutindo? Esse padre falhou,
sim, ao reagir dessa maneira, foi até ridículo o que fez, mas quem foi que
disse que o padre é um ser humano perfeito, impecável, infinitamente paciente?
Que ele nunca pode perder a calma, não pode falhar, não pode pecar?
Ora,
um padre também é humano, sujeito a errar e a pecar. Não preciso dizer que eu
também posso lhe mostrar dúzias de vídeos de "pastores evangélicos"
fazendo e dizendo tremendos absurdos, e até bêbados, violentos... Há um vídeo
de um pastor praticando orgia com duas moças atrás de uma tábua por trás do
púlpito, em pleno culto, enquanto o povo entoa louvores! Um outro caso famoso é
o daquele que achou que tinha lido na Bíblia que devia fazer sexo com a esposa
de um pobre coitado que frequentava a sua "igreja" (você pode ver
aqui, se quiser)... Isso prova o quê? Que os seres humanos são pecadores, não
importa em que acreditem ou que cargo religioso detenham. No caso do padre, ele
é revestido por Deus de capacidades e dons muito especiais, mas – insisto –
continua sendo homem sujeito ao pecado.
Outro
vídeo que você me mandou mostra uma imagem sacra que cai do andor e se quebra,
e o outro é de uma procissão de Semana Santa, com o tradicional encontro da
imagem de Jesus carregando a Cruz, "Nosso Senhor dos Passos", com a
de Nossa Senhora que sofre, chamada "Nossa Senhora das Dores". Bem,
que uma imagem de gesso se quebre, não me espanta em nada (preocupa você?), e
sobre a procissão, eu já expliquei porque as imagens católicas não são ídolos.
Ainda
sobre isso, é interessante você saber que muitas igrejas protestantes também
fazem uso de imagens, muitas até bem parecidas com as da Igreja Católica, como
a luterana, a adventista e até mesmo igrejas "evangélicas"
neopentecostais surgidas recentemente. Você pode ver algumas fotos dessas
imagens neste link.
Caríssimo
irmão ou irmã, este foi o primeiro post desta série. Se você chegou até aqui, é porque
este conteúdo é relevante para você. Peço então que o envie aos seus amigos e
familiares e seja a lâmpada colocada “em um lugar alto da casa, para iluminar os que entram” (Lc
11, 33).
Deixe também as suas dúvidas, sugestões e impressões na área de comentários que lerei e
responderei assim que possível.
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Há muitos anos atrás, confesso, até ficava empolgado com esses debates de quem está certo ou errado. Creio que não seja o caso do texto acima, os debates aqui no apostolado mantém um bom nível. Mas depois de debater com diversas pessoas pude observar que na maioria das vezes esses debates são infrutíferos, não se trata da verdade, ou da salvação, muitas pessoas querem simplesmente encontrar um "podre" para apontar o dedo, uma desculpa para tecer críticas, um meio para demonstrar que tem maior conhecimento, um pretexto para afirmar que determinado ramo do Cristianismo é melhor, uma oportunidade para destilar o ódio. E dessas motivações amargas se desenrolam debates intermináveis, na grande maioria dos casos, sobre questões absolutamente secundárias e ou conceituais. "Ah! Mais a Bíblia não diz isso, mais a tradição diz aquilo!", dali já partem para inquisição, ou para a ganância dos pastores e coisas piores, em muitos casos sem qualquer domínio ou estudo do assunto.
ResponderExcluirAntes de mais nada deveriam fazer as questões verdadeiramente significativas: Observemos o credo, que é o básico e a essência da crença cristã! Católicos e protestantes podem discordar em 2 temas, mas tenho certeza que na grande maioria estão de acordo, isso já está de excelente tamanho, há um campo comum para trabalhar de forma fraterna, porém ao invés, pessoas mal intencionadas, ou instruídas por mal intencionados, focam apenas nas questões secundárias, justamente aquilo que nunca alguém vai conseguir comprovar (tem gente que quase pede escritura, certidão de nascimento, registro de CNPJ dos tempos bíblicos), ora, questão secundárias não são essenciais e não deveriam ser o foco, no próprio judaísmo haviam facções que acreditavam em aspectos distintos da fé! É ilusório acreditar que num universo de mais de 2 bilhões de Cristãos, todos vão concordar entre si sobre tudo, aceitemos e convivamos da forma mais fraterna e saudável possível. Na Igreja Católica existem os cristãos de rito oriental e estes não admitem imagens de esculturas, apenas pinturas, é uma questão secundária diversa que não impede a comunhão com o rito latino. Alguém será salvo ou não por uma imagem (salvo se houver idolatria)? Não. Alguém não será salvo, ou será salvo caso Maria fosse ou não, mãe de outros filhos? Não. Alguém será salvo por acreditar ou não, no purgatório? Não. Ou porque se batizou adulto numa Igreja evangélica? Simplesmente porque frequenta Igreja A ou B? Porque dá dízimo? Evidente que não. Penso que temos que entender que em todas as Igrejas haverão falhas e entre elas divergências, pois há um constituinte falho que é o ser humano. Não há Igreja perfeita, não há Igreja sem pecador, não há Igreja sem pessoas que necessitam da misericórdia e da salvação. Tem muita gente em ambos os lados, achando que está no mundo só para apontar o dedo e rir do tombo dos outros, pois o lugar no céu já está reservado.
E na minha opinião, a maior vítima dessas disputas sem sentido é o próprio Evangelho. Observa-se na Europa, EUA e em outros países que as pessoas estão abandonando as Igrejas e em muitos lugares com um avanço assustador do ateísmo. Essas rupturas constantes, disputas intermináveis e infrutíferas, a incapacidade dos líderes religiosos em se sentar a mesa e desenvolverem um denominador comum, que deveria ser Jesus Cristo e a salvação a meu ver, acabam desacreditando o próprio cristianismo. Muitos já falam em uma sociedade pós Cristã.
O diálogo e o debate tal qual ocorre aqui é válido e importante, aconselho a evitarem as rixas, as picuinhas, pois não levam a lugar algum, muito pelo contrário, apenas acentuam as desavenças!
A paz de Cristo!
Somos gratos pelo seu comentário, Tiago. Tanto que comentamos também as suas observações em nosso podcast semanal, link abaixo:
Excluirhttps://www.ofielcatolico.com.br/2020/11/nao-perca-o-ofcast-deste-sabado-28102020.html
A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
Apostolado Fiel Católico
HENRIQUE É DE UMA SABEDORIA FORA DO COMUM. AMO DE CORAÇÃO AS RESPOSTAS AOS PROTESTANTES.
ResponderExcluirABRAÇO FRATERNO DO ADMIRADOR E TB CONVERTIDO AO CATOLICISMO.
URBANO MEDEIROS - MÚSICO
MINAS GERAIS
Muitíssimo obrigado, Urbano. Mas opinião de amigo vale menos...
ExcluirA Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo
Apostolado Fiel Católico