Meditação sobre o Domingo de Ramos

Por Ricardo Krobel



Quem é este homem?
(Mt 21, 10)

Ele é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.
(Mt 21, 11)

‘Tu és o Rei dos Judeus?’ – ‘Tu o dizes.’
(Mt 27, 11)

DURANTE A LEITURA dos Evangelhos do Domingo de Ramos, o que mais me levou à reflexão foram os questionamentos sobre quem é Jesus. E isso me remeteu a uma reflexão sobre "Quem sou eu"?

Quem sou eu para que eu ouse assumir o papel de Cristo?

Quem sou eu para que eu ouse tomar as palavras de meu Salvador como minhas?

Quem sou eu para que eu tenha a temeridade de "ser Cristo" diante dos outros?

É uma questão impressionante, e que talvez estranhamente, não tinha realmente me ocorrido antes de uma forma tão significativa. Talvez seja essa pergunta, "Quem sou eu?", que toda a Semana Santa e as grandes liturgias do Tríduo Pascal busquem responder, pois é questão que, em certo sentido, sustenta toda a nossa fé.

Quem sou eu realmente, para que meu Deus se torne carne para mim e venha viver comigo?

Quem sou eu, para que meu Deus me ame tanto e que sofra e morra por mim?

Quem sou eu diante do Mistério da Cruz?

Quem sou eu à luz da Ressurreição?

Quem sou eu, para que Cristo faça tudo isso por mim?

Eu sou um na multidão que o aclama em sua entrada em Jerusalém, em meu primeiro contato com Jesus, acenando entre palmas e aplausos, extático porque Ele veio para a cidade? Ainda estou no primeiro amor, ansioso para ver e ouvir o Senhor, ansioso para ver Seus milagres, mesmo que ainda não tenha certeza do meu relacionamento com Ele?

Ou sou Simão Pedro, em todas as minhas palavras e ações externas, o "melhor amigo" do Senhor – e ainda assim incomodado por não entender completamente Jesus, não ver Seus caminhos claramente, não poder controlá-Lo?

Mas, no íntimo de meu coração ainda estou apavorado, com medo do desafio que vem quando releio a pergunta "Quem é este Jesus para mim"? 

Sou uma das mulheres de Jerusalém, aquelas que choram pela futilidade e crueldade das ações dos homens, mas parecem impotentes para mudar alguma coisa?

Talvez eu seja o ladrão que zomba de Jesus, aquele que vê a celebridade pendurada ao seu lado em seu sofrimento, mas só pode pensar em si mesmo e em sua fuga - "Vá, faça o seu próximo truque, salve a si mesmo e a mim também".

É isso que eu quero?

Eu quero aquele Jesus que rapidamente vai tirar todos os problemas e a dor, mas de quem eu não quero mais nada?

Ou sou eu o bom ladrão, que reconhece que nada lhe resta, nada além de seu pecado e condenação justa e que ainda tem a coragem de pedir a este Jesus inocente apenas para lembrá-lo, e assim ganha a amizade de Cristo e sua própria salvação?

Ou eu sou Maria, sem palavras e perplexa aos pés da Cruz, perguntando-me onde está a mão de Deus nesta Vida que ela deu ao mundo, perguntando-se se isso é tudo que existe, como se a vida fosse apagada?

Ainda estou procurando descobrir onde Deus está na minha vida? Aquele Deus que antes parecia tão próximo, cujo toque trouxe tal alegria, mas que agora parece muito, muito distante?

Ou talvez, de alguma maneira, eu esteja com Cristo mesmo. Com Cristo no jardim, lutando em minhas orações e ações para deixar a vontade de Deus ser minha vontade também. Com Cristo pregado na Cruz, oferecendo perdão àqueles que – sem prestar atenção ao que fazem – parecem destruir tudo o que é bom. Com Cristo em seu último suspiro, quando Ele se entrega totalmente nas mãos do Pai.

Para cada um de nós, nestes dias da Semana Santa, a resposta à pergunta "Quem sou eu?" será diferente. E será diferente este ano do ano passado e dos anos anteriores, pois quando caminhamos com Jesus, quando chegamos a estar com Ele, quando O conhecemos como Ele é, em todo o Seu amor e sofrimento por nós, em todo o Mistério da Paixão, é então que nos veremos mais claramente e nos conheceremos como Deus nos conhece – como aqueles que Ele ama e salva.

E assim, ao participarmos de cada Liturgia da Semana Santa, obedecendo ao próprio mandamento de Cristo: "Fazei isto em memória de mim", não o faremos meramente para lembrá-Lo de algum modo intelectual, mas para descobrir o nosso verdadeiro eu n’Ele, e para sermos transformados por sua Graça em sua semelhança.

Peçamos então ao Cristo que derrame a Sua graça e o Seu Espírito abundantemente sobre nós nestes dias da Semana Santa, para que partilhando com Ele a vida e morte que Ele compartilhou conosco, possamos um dia vir a compartilhar em Sua glória. Amém!
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Domingo de Ramos ou Domingo da Paixão


O DOMINGO DA PAIXÃO ou de Ramos abre a Semana Santa e marca o início da etapa final da Quaresma. Neste dia, a Igreja celebra a entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém, cheio de glória e de humildade, pronto para cumprir seu Mistério Pascal.

Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: "Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e com ela um jumentinho. Desprendei-a e trazei-los. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles". – Isto aconteceu para que se cumprisse a Profecia de Zacarias: "Dizei à filha de Sião: 'Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.'" (Zc 9,9).

Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E o povo, tanto os que o precediam quanto os que o seguiam, o acolheram como Rei, agitando ramos de palmeira e clamando: "Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!". Com isso toda cidade de Jerusalém se agitou, e perguntavam: "Quem é este?" E as multidões clamavam: "Este é o Profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia” (Mt 21,1-11).


A Procissão de Ramos

Vem de fora e tem como ponto de partida um lugar de reunião dos fiéis, fora da igreja. A proclamação do Evangelho conta a entrada de Jesus em Jerusalém, e assim se inicia a procissão até o interior do templo.

Nessa procissão, a Igreja não somente comemora o santo evento do passado e celebra com louvor e ação de graças a realidade presente, mas também antecipa seu glorioso cumprimento final. Os ramos não devem ser jogados fora depois da procissão, mas levados para as casas e lá guardados com respeito ou queimados.

A cinzas, que são usadas na quarta-feira de cinzas, são feitas com os ramos bentos deste dia, dando sequência a um costume que vem desde o século XII.
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Orações a São José – 19 de Março, Dia de São José

Giuseppe Bartolomeo Chiari (1654-1724), 'São José abraçando o Menino Cristo' (além, a Virgem, o São João menino e Santa Isabel)

Ave, São José
(Belíssima oração lamentavelmente esquecida)

Homem justo, esposo Virginal de Maria, pai davídico do Messias; bendito és tu entre os homens e bendito é o Filho de Deus que a ti foi confiado, Jesus.

Globalismo e nova ordem mundial: progressismo e cristianismo na pós-modernidade – ou 'O sacrifício da Nova Roma'



Texto por Igor Andrade, com interpretação (vídeo) de Felipe Marques  – Frat. Laical São Próspero

DE TODOS OS IMPÉRIOS que já houve sob o Sol, talvez dois tenham sido os mais importantes: o de Alexandre Magno, menino um tanto quanto visionário; e o de Roma, a perecível e imortal cidade dos homens. Mas ambos podem ser reduzidos ao de Alexandre, que em doze anos conquistou (literalmente) meio mundo aplicando uma curiosa e eficaz prática política.
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