FRANCISCO CONVOCOU os superiores da Fraternidade de São Pedro (FSSP), Instituto de Cristo Rei Soberano Sacerdote (ICKSP), Instituto do Bom Pastor (IBP) e outras sociedades que celebram a Missa Tridentina para se encontrarem com ele em Roma no próximo mês de setembro.
A informação parte do autor e apresentador norte-americano Dr. Taylor Marshall, bastante conhecido nos meios tradicionais por seus podcasts via Youtube. Segundo vários comentadores consultados, o encontro abordará questões como a plena aceitação do Concílio Vaticano II, a legitimidade da Missa Novus Ordo, criada pelo mesmo Concílio, a concelebração na Missa Crismal Novus Ordo e outras, que ganharam maior relevância após a promulgação do motu proprio Traditionis Custodes (saiba mais).
Alguns veem isso como uma espécie de “teste de lealdade” que Francisco imporá a essas sociedades: em outras palavras, o Papa quer conhecer e separar bem os que realmente estão junto com ele, em seu projeto de "igreja em saída", daqueles que confessam uma coisa com os lábios e fazem/pregam outra coisa, na prática (a famosa turma do 'RR' – saiba mais). Diga o que quiser, fiel leitor, mas esta atitude é totalmente coerente da parte dele.
Superiores gerais dos institutos apostólicos que celebram exclusivamente o Santo Sacrifício na forma tradicional do rito romano na França planejam se reunir na próxima semana. O Pe. Andrzej Komorowski, superior geral da FSSP, disse que a ideia dessa reunião veio logo após a publicação do Traditionis Custodes, para “trocar pontos de vista e ver o que podemos fazer juntos”, antes de futuras possíveis novas restrições impostas pelo Vaticano. Sim. Mais restrições...
Embora tenha havido especulação sobre essas outras restrições do Vaticano aos institutos, Komorowski enfatizou que a discussão planejada não se baseia em relatórios não confirmados, mas acrescentou que as especulações tornaram a reunião “mais urgente e podem até mesmo tê-la acelerado”.
O Papa emitiu restrições radicais e imediatas à celebração da Missa tradicional em 16 de julho, revertendo decretos papais anteriores que a haviam liberalizado, limitando-a fortemente e praticamente extinguindo a sua prática para o futuro. Os bispos, que receberam “competência exclusiva” para proibir a Missa, foram também instruídos a encontrar locais "alternativos" para os grupos que a possam praticar e, destaque especial, decretou-se solenemente que não se permita a criação de novas oportunidades para a prática em nenhuma paróquia. De fato, foi a primeira vez em que Francisco, que sequer gosta de ser chamado e tratado como "Papa", fez uso de sua autoridade sobre a Igreja. Nos muitíssimos casos de graves escândalos, profanações, heresias e desobediências que abundam na Igreja dos nossos tempos, ele sempre preferiu o diálogo e a tolerância: apenas para com os católicos tradicionais ele definitivamente não demonstra a "misericórdia" ou o "respeito" que tanto defende.
O Traditiones custodes de Francisco causou uma grande consternação entre os adeptos da Missa tradicional, que unanimemente viram a repressão à antiga e sagrada liturgia como injustificada e realizada de maneira incompreensivelmente rápida e severa.
A perseguição está longe de terminar
De acordo com especulações recentes, o Vaticano planeja proibir os institutos tradicionais de receber candidatos ao sacerdócio, ao menos até que cada um deles tenha recebido uma visita canônica ou apostólica. Afirma-se que será produzido um documento, possivelmente já no próximo mês, sobre a aplicação geral do novo motu proprio, que pode aprofundar ainda mais as restrições à celebração da Missa de sempre.
Sobre a possível restrição de aceitação de novos candidatos, em comentários de 25 de agosto ao National Catholic Register, Pe. Komorowski disse que é “muito difícil ter uma estratégia clara de como responder neste momento". Acrescentou que ele e seus colegas superiores do ICKSP e do IBP não foram convocados ao Vaticano, como alguns especularam. “Não fomos informados de tal encontro em Roma. Não tivemos nenhum contato oficial (ou informal) com a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica”.
As preocupações com as possíveis medidas de Francisco para restringir os institutos tradicionais começaram em 2016, quando um novo documento Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis – Princípios fundamentais para a formação sacerdotal – foi publicado pela Congregação para o Clero. O então prefeito da Congregação, Cardeal Beniamino Stella, disse que o texto propunha apenas uma formação sacerdotal que deveria ser aplicada a todos os Institutos de vida apostólica, incluindo os tradicionais “na Pontifícia Comissão Ecclesia Dei” – a comissão fundada pelo Papa São João Paulo II em 1988, em parte para acomodar esses institutos.
Outras indicações surgiram em 2019, quando Francisco suprimiu a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei. Seu secretário, o arcebispo Guido Pozzo, foi enviado para se tornar tesoureiro do Coro da Capela Sistina e não substituído, enquanto as funções da comissão foram transferidas a uma “seção especial” da Congregação para a Doutrina da Fé.
Após a publicação da Traditionis custodes, três dos quatro funcionários que trabalhavam naquela seção foram demitidos, e o trabalho passou para a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Sociedades de Vida Apostólica (cujo prefeito, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, foi considerado um inimigo da forma antiga da Missa quando Arcebispo de Brasília) e Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos – um processo a ser concluído até outubro.
Cartada estratégica de Francisco
O novo motu proprio veio num momento em que os institutos tradicionais floresciam com um crescimento realmente significativo (desde as últimas duas décadas), contrariando a tendência geral das dioceses da dita "igreja pós-conciliar", que apresentam um número cada vez menor de vocações e queda constante na frequência aos Sacramentos.
Em novembro de 2020, a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, fundada em 1988, contava com 330 sacerdotes, triplicando seu número desde 2001, e 162 seminaristas. Em maio de 2020, o Instituto Cristo Rei, fundado em 1990, contava com 120 sacerdotes, 100 seminaristas e presença em 12 países, enquanto no ano passado o Instituto do Bom Pastor, fundado em Roma em 2006, contava com 48 sacerdotes em 10 países[1].
“Cada instituto tem uma grande participação de jovens e famílias jovens”, observou ao N. C. Register um padre tradicional radicado em Roma: “Essas pessoas de todos os extratos e idades são imediatamente atraídas pela pura e transparente catolicidade da Missa em toda sua simplicidade, com o simples objetivo de louvar a Deus e promover a vida interior, conscientes da necessidade de abandonar o pecado e viver em um estado de graça e reparação na companhia dos santos de Deus”.
Coisas como esses bons frutos de santidade, a vida espiritual, os valores familiares e a santa Tradição da Igreja, todavia, nunca cativaram este Papa, que costumeiramente prefere favorecer aos revolucionários infiltrados na Casa de Deus do que incentivar a santificação dos fiéis. Não sem razão é constantemente acusado de odiar tudo aquilo que é verdadeiramente católico.
Pe. Komorowski disse que a FSSP tenta manter a esperança, e concluiu: “Temos que permanecer positivos. Queremos apenas viver o nosso carisma. (...) Devemos realmente tentar manter o foco em nossas atividades apostólicas, rezar e esperar, como temos feito até agora. Que a Providência divina nos ajude a superar esta crise”.
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Como já dissemos antes, essa clara divisão das coisas no seio da Igreja, no fundo, é algo de muito bom. Já não se poderá mais viver de aparências e jogos de faz-de-conta sob o teto da Casa de Deus. O joio terá que se separar do trigo, e quem é católico de fato será obrigado a tomar partido. Toda essa infinidade de tons de cinza se dissipará e terá que dar lugar ao preto e ao branco: o "sim" terá que voltar a ser sim, e o "não", não. Pois o que passa disso vem do Maligno.
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[1] Números citados pelo National Catholic Register, em:
www.ncregister.com/news/traditional-catholic-institutes-to-discuss-traditionis-custodes-amid-talk-of-visitations
Acesso 28/8/2021.
O CARDEAL BERGOGLIO POSSUÍA ANTERIORMENTE UNS PROCEDIMENTOS MUITO ESTRANHOS...
ResponderExcluirLi, reli e tresli um trechinho ao final de uma entrevista do papa Francisco concedida há muitos anos a determinada jornalista cujo nome não me recordo em que constava explicitamente: "quero ver minhas reformas do lado de lá - mas que não seja do inferno"!
Meditei bastante nesse conteúdo e concluí aproximadamente que, implicitamente, ele mesmo admitiria candidatar-se a ir para o inferno.
No entanto, cometi um imperdoável erro: não anotei à oportunidade o link da entrevista e depois, quando determinei-me a procurá-la, não mais a encontrei de forma alguma! Tenho no entanto, esse assunto como se passasse agora, no momento e, com essa colocação dele nesse sentido e noutro local teria dito que ele seria conhecido como aquele que dividiu a Igreja!
Nesse caso, estaria agindo à um Lutero II, e o melhor termo adequado seria retalhá-la, pois dividida está cada vez mais está com ajuda dele, tendo-se a impressão de cada sacerdote celebrá-la à moda da casa ou a seus critérios pessoais; dessa forma, esvaiu-se a catolicidade ou desapareceu e, quem se empenhar por mantê-la, preservar a tradição da Igreja bimilenar até ao Vaticano II, seria ou é tratado como desobediente, rebelde, cismático e rígido dentre mais termos atendentes a um católico insubordinado à Igreja - quem sabe, até um anatematizado?!
Aliás, há algum tempo conversei com um padre meu conhecido a respeito do papa Francisco e aquele ainda celebra, apesar de "aposentado" - pergunte a S João Vianney se se aposentou - e por detrás disse a uma parenta minha que lhe dissera que eu era um tipo rígido, não afeito a mudanças e percebi que, ao invés de estar me criticando, demasiado me alegrou e disse dentro de mim, mantendo sempre aquele "obrigado padre Pedro", pois, ao invés de entristecer, reconfortou-me bastante com com esse elogio; sei que ele é incondicional fanzoco de Bergoglio!
Também conversei com outro padre a respeito de certos inadequados procedimentos doutrinários de Bergoglio - posteriormente por esse nomeado bispo - e, à época, levantou a voz como intolerante e teria se enfurecido a ponto de espumar pelos dois cantos da boca, enquanto isso, eu, calmo, porém mantendo-me firme nas palavras, sem alteração verbal alguma - até falando mais baixo - comigo é assim quando abordando no quesito fé: embraveceu-se? Perdeu, desconhece o contra argumento ou inexiste, esse o mais viável!
Lamentável que inexistem mais no YOUTUBE os vídeos do cardeal Bergoglio por trás do altar após uma Missa, no presbitério, um casal dançando um tango; suas celebrações infantis até Pinochio estava nas dancinhas, assim como na Sinagoga de B Aires presente na festa de Hanukká - festa das luzes - salvo engano, acendendo velas do candelabro judaico!
A paz de Jesus Cristo.
ResponderExcluirCaros irmãos, Geraldo, Henrique Sebastião e demais leitores desse Apostolado: A situação está ficando complicada, mais ainda; pois a cada dia Francisco inventa algo contra a Igreja que o acolheu lá atrás.
Não sei como isso vai ficar, mas está muito parecido com a situação política dos EUA, Brasil e muitos outros países. Tudo leva a crer que haverá uma ruptura em breve, caso Francisco não seja impedido de aprofundar a ação das forças sinistras dentro da nossa Igreja.
Oremos e lutemos.
Salve Maria!
Abs.