Invasão da Rússia ‘provavelmente exigirá martírio’, diz o Arcebispo ucraniano


O LÍDER DA IGREJA CATÓLICA Ucraniana nos Estados Unidos, o Arcebispo Borys Gudziak, declarou à CNA que o “impensável é possível” para a Igreja na Ucrânia, classificando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, como “um sociopata levando seu próprio país e vizinhos a um abismo”.

 

...a população sabe que é o pânico que Putin quer criar, para minar os sistemas sociais, os bancos, a economia, o comércio, as estruturas governamentais, serviços e ministérios. No entanto, a população está bem determinada a ajudar na defesa de seu país, de sua liberdade e de sua dignidade e, para isso, o governo está entregando armas aos cidadãos.


Como a Igreja na Ucrânia está sendo afetada? Gudziak responde:

Toda vez que a Rússia, nos últimos 200 anos, ocupava o território ucraniano, atacava a Igreja Católica, exterminando seus membros. Não acontecia imediatamente, mas aos poucos, os católicos iam sendo estrangulados. Isso aconteceu na década de 1820, em 1870, em 1945 e 1946, e aconteceu ao longo desses oito anos na Crimeia. (...) Por isso, vemos que a ocupação russa, trará, sem dúvida, perseguição à Igreja Católica Ucraniana. Provavelmente exigirá de nós o martírio.  (...)


    Qual é a razão para tal hostilidade para com os católicos? Uma razão fundamental é que a Igreja Católica é a Igreja Universal. Um regime autoritário/totalitário quer o controle total. E o controle total sobre uma comunidade que tem ligação com Roma e uma rede internacional de relacionamento não pode ser instituído. Assim, a Igreja Católica é um incômodo para os ditadores. 


    A Igreja Católica tem uma doutrina social muito bem desenvolvida. É impossível limitar o ensinamento da Igreja Católica apenas à esfera privada. Assim, a Igreja Ortodoxa nos tempos soviéticos até podia existir, mas não podia pregar publicamente. Não podia ensinar os jovens, não podia catequizar. Você podia rezar em particular e na igreja, e podia haver um sermão que explicasse o Evangelho apenas para a sua vida privada, mas não para a sociedade; não para sua cidade ou sua comunidade. 


    A Igreja Católica é perigosa para a tirania e é por isso que os tiranos a atacam. Abaixo, a mensagem do Arcebispo Borys Gudziak para o povo ucraniano, que serve igualmente para todos os fiéis católicos do mundo nestes tempos de grave crise.


Olhe nos olhos do Senhor antes de dormir hoje. Ele está com você. Ele conta cada fio de cabelo da sua cabeça. Ele é o Deus da História, e a sua Verdade prevalecerá. Mantenha a sua cabeça erguida. Tenha esperança. Aguente tudo o que puder. Faça uma contribuição para a liberdade e dignidade do seu povo!



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Com informações de Gaudium et Spes, em:
https://gaudiumpress.org/content/invasao-da-russia-provavelmente-exigira-martirio/
Acesso 27/2/2022


2 comentários:

  1. A paz de Jesus Cristo.

    Excelente texto, como sempre vejo aqui, obrigado, mas farei algumas considerações sobre essa guerra, que já fiz em outros sites:

    A Rússia de Putin, cristão Ortodoxo Russo, mas igual a muitos cristãos que apenas são no nome, errou muito em invadir a Ucrânia, mas nessa guerra, não tem "santos". Repito, condeno a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas Putin já havia avisado o presidente ( que é judeu...), desde que este foi eleito, que não iria tolerar a entrada da Ucrânia na OTAN, com armamento forte colocado na fronteira com a Rússia. O presidente ucraniano, conhece muito bem quem é Putin, que em 2008, a pedido da Ossétia do Sul, um pequeno país dentro da Georgia, que queria a independência, invadiu a Georgia e parou a poucos quilometros da capital, quando o presidente georgiano concordou em dar a independência a Ossétia do Sul. com isso, Putin saiu da Georgia. Já vi textos em sites, comparando o líder da Ucrânia com Davi e Putin, com Golias. Comparação infeliz! Davi lutava porque foi escolhido por Deus para ser o rei de Israel e este Davi, apesar de pequeno, jovem, era justo e temente ao Pai, algo que não acontece aos dois presidentes. Essa mania de escolher lado, que o público e a imprensa tem, é temerário. Não é porque a Ucrânia é muito inferior em armamento e foi invadida, que merece apoio irrestrito. O presidente do país se esqueceu do povo e mesmo avisado com antecedência, resolveu arriscar e pensou que Putin blefava. Quem paga pelo erro dele, é o povo ucraniano. Outra coisa: ele achou que a OTAN iria enviar tropas em grande escala e com isso, ele seria o vencedor, isso está bem claro, na atitude do ucraniano; porém, a OTAN jamais faria/fará isso, pois a Rússia tem grande "estoque" de armas nucleares. A OTAN, não pagará para ver.

    A despeito do país ter forte presença Católica ( o país tb. tem muitos cristãos Ortodoxos lá...), isso não significa que o certo está lá e no outro lado, apenas o erro vigora. Um bom presidente, pensa no bem, nas vidas do seu povo e não peita alguém mais forte. Na verdade, além do problema da provável entrada da Ucrânia na OTAN, o outro problema é duas, três cidades na fronteira com a Rússia, com maioria de cidadãos russos, que desejam pertencer à Rússia, logo, o atual presidente ucraniano, deveria ceder como fez a Georgia em 2008.

    A Ucrânia, que agora tem um presidente judeu, já perseguiu judeus no passado, executando-os. Basta pesquisar sobre os Pogrons que aconteceram no século XX, isso, antes da ascensão do Nazismo na Europa.

    Repito: não concordo com a invasão, mas o "líder" ucraniano também está errado, pois pagou para ver as cartas, sem cacife para pagar o vencedor e com isso, o povo ucraniano foi o prejudicado, pois para um presidente, qualquer um, se a derrota humilhante for evidente, ele pega um avião e se asila em outro país. Assim é fácil. Falar que "lutará até o fim...", é uma grande bravata. Sadan disse isso, todos os governantes dizem isso, mas se a derrota for evidente, ele corre o mais rápido possível. É preciso analisar os fatos com a Razão, não com a emoção. Geopolítica é algo muito mais complexo do que parece ser.

    A Rússia sempre foi expansionista, logo, Putin é apenas mais um que deseja isso. Stálin colocou russos em todos os países da antiga URSS, agora, a conta chegou. É bom lembrar de Holodomor também.

    Que o presidente ucraniano busque logo a paz, pois mesmo com todas as sanções da ONU contra a Rússia, ela tem capacidade de aguentar a guerra por um tempo relativamente longo. Que os povo dos dois países deixem de sofrer por causa dos erros e orgulho dos líderes de seus países. Oremos pela paz.

    Salve Maria!

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  2. A paz de Jesus Cristo.

    Um adendo ao meu comentário aqui: Holodomor foi o holocausto do povo ucraniano perpetrado pelos comunistas ucranianos e soviéticos, durante o regime de Stálin ( nascido na Georgia, que citei no comentário...), nos anos de 1932/33, quando houve uma grande fome na Rússia, por causa das políticas econômicas comunistas e tb. por problemas climáticos. Stálin, junto com comunistas ucranianos ( na época a Ucrânia estava sob julgo da URSS...), ordenou que toda a produção agrícola da Ucrânia, fosse enviada para a Rússia, deixando apenas algumas migalhas para os ucranianos. Houve milhões de mortes na Ucrânia, onde pessoas morriam de fome nas ruas e comiam restos de animais enterrados. Infelizmente, esse holocausto ucraniano é pouco lembrado.

    Como eu escrevi, "líderes" políticos, sem Deus no coração, matam, roubam, saqueiam, provocam guerras e para eles, tudo bem, não há nenhum problema moral nisso. Para mim, como escrevi no comentário anterior: os dois "líderes" estão errados. Um, muito forte, quer dominar o mais fraco. O outro, já sabendo disso, evitou a negociação ( que sim, era possível, pois Putin alertou o atual presidente ucraniano, desde que este foi eleito, em 2019, que haveria represálias se ele se torna-se membro da OTAN e não permitisse que os dois enclaves russos na Ucrânia, se tornassem independentes, associando-se à Rússia...), com isso, quem está sofrendo, é o povo ucraniano.

    Oremos pela paz e bom senso dos dois presidentes. Seria muito mais produtivo se a imprensa de um modo geral, não ficasse apoiando um lado, como se este lado fosse 100% certo nessa grave questão, mas como disse alguém há muito tempo: " na guerra, a primeira vítima é a verdade....".

    Salve Maria!

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