RECEBEMOS DE UM LEITOR que não se identifica, o comentário que reproduzimos abaixo, seguido de nossa resposta:
Se Jesus se preocupasse tanto com igreja ou templo ele tinha seguido o judaísmo!! O que me deixa indignado são as pessoas defendo placa de igreja, a igreja de Cristo somos nós, ninguém vai ao céu se não por Cristo. (...) Minha humilde opinião, parem de defender tijolos placas e instituição, busquem a verdade e ela vós libertará, amém a Cristo e ao próximo de todo coração fiquem com Deus.
A Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, leitor anônimo. Agradeço pela intenção de tentar salvar nossas pobres almas baseado naquilo que você entende de Cristianismo. Em todo caso, lendo o seu comentário, fiquei com a sensação de que, ao redigi-lo, você ficou muito orgulhoso da própria sabedoria, algo que é bastante comum nos seguidores das setas ditas "evangélicas". De todo modo, as suas considerações apresentam tantos erros que se torna até difícil decidir por onde começar a desmontá-la. Houve um tempo em que eu passava dias inteiros respondendo a contestações e acusações semelhantes às suas, tanto que até montei um índice especial para isso. Creio que todas as questões que você imagina que tem contra a Igreja Católica já estão ali respondidas, por isso vou deixar o link logo abaixo:
Minha preocupação em responder a essas recorrentes tolices que os falsos profetas (que vocês chamam de 'pastores') incutem em vossas cabeças é porque eu também fui protestante/"evangélico" e acreditei nessas mesmas mentiras, por longos anos, até que pela graça de Deus despertei do meu sono e as escamas caíram de meus olhos. Assim pude ver o quão arrogante eu era e quão grande estupidez era a minha, em tentar ser mais sabido lendo a Bíblia sozinho do que em aceitar a condução da única Igreja fundada diretamente por Jesus Cristo para a minha salvação. Ter sido tão vergonhosamente enganado, e por tanto tempo, me levou a tomar uma decisão: eu ajudaria a quantas almas eu pudesse a escaparem do da mesma cilada da qual eu fora vítima.
Então vamos à luta, com paciência, tentar esclarecer os seus equívocos. Para facilitar a compreensão, vou fundamentar tudo o que eu demonstrar aqui naquilo que diz a Bíblia Sagrada, que pessoas com você imaginam que têm por base.
Em primeiro lugar, você parte de uma afirmação totalmente absurda e desprovida de qualquer sentido: "Se Jesus se preocupasse tanto com igreja ou templo ele tinha seguido o judaísmo!"
Meu caro, por favor, releia o que escreveu e reconheça que não há nenhum, absolutamente nenhum sentido nesse seu... hã... argumento? O Filho de Deus, Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, veio para consumar o judaísmo e a antiga Aliança, selando com o seu Sacrifício a Nova e Eterna Aliança. Passamos da religião da letra da Lei (algo muito semelhante ao que os protestantes fazem hoje, tendo os Livros da Bíblia como única regra de fé e prática) pela Religião verdadeira, a Religião dos que adoram a Deus em espírito e em verdade, os que se alimentam do Pão da Vida que é Cristo mesmo. Ele corrigiu, aperfeiçoou, completou e consumou todas as coisas em Si. Que sentido teria Ele se converter à religião que Ele veio consumar?? Perdoe o mau jeito, mas que diabo de comparação é esta entre a lei antiga e a Igreja que Ele mesmo fundou sobre Pedro Apóstolo???
O ex-"pastor evangélico" Marcus Grodi disse que depois que encontrou a verdadeira Igreja de Cristo e se converteu católico, passou a ler a Bíblia do jeito certo e ficava sempre espantado por encontrar muitas passagens que até lhe pareciam estranhas, como se ele nunca as tivesse lido. Porque eram tão óbvias, mas ele estava tão cego que não conseguia compreendê-las. Por exemplo, as muitíssimas passagens que confirmam a importância fundamental da Igreja para a salvação do homem. Ele até escreveu um longo artigo sobre essa experiência, intitulado "Os versículos que eu nunca vi — quando era protestante", e que você pode ler acessando este link.
Mas, no fundo, eu sei o que você está tentando dizer. O resumo de tudo é isto: "A igreja não importa, o importante é seguir Jesus", Bem, quanto a esse pseudo-argumento que anda muito na moda entre os ditos "evangélicos", assim como ocorre com uma série de outros semelhantes, trata-se de uma afirmação que, em um primeiro momento, até parece fazer sentido, e por isso mesmo acaba confundindo muita gente.
A intenção dos que usam desta alegação é tentar contrapor Jesus Cristo, que é Deus, à Igreja, que é gerida por seres humanos imperfeitos e falhos. Partindo desse ponto de vista, seria sensato admitir que não importa seguir esta ou aquela “igreja” (supondo que existissem muitas), mas sim seguir Jesus. Lamentável é que esse tipo de argumentação, mesmo sendo completamente falsa, acaba surtindo efeito sobre as mentes ingênuas, sempre tão abundantes. Infelizmente, muitas pessoas parecem delegar a terceiros a tarefa de pensar por elas mesmas, ao invés de usar do seu próprio discernimento e bom senso pera enxergar o óbvio. Pois a referida afirmação já traz, em si mesma, uma enorme contradição.
Vejamos: nós, católicos, em nossa Fé cristã, concordamos plenamente que a coisa mais importante desta vida é seguir o Cristo. Ele é nosso Deus e Senhor, e é o nosso único Salvador. Nossa Fé é cristocêntrica (quer dizer, Jesus Cristo está no centro de tudo; toda doutrina, disciplina, moral e prática gira em torno d'Ele). Pois é justamente por considerarmos Jesus o mais importante é que somos obrigados a considerar também a Igreja muitíssimo importante! Sim, porque foi o próprio Jesus Quem instituiu a sua única Igreja neste mundo. Ou vai me dizer que na sua Bíblia falta esta parte:
Bem aventurado és tu, Simão filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram (que sou o Cristo), mas meu Pai que está nos Céus. Pois eu te declaro: tu és Pedra (Pedro na tradução), e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja; as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as Chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.
Jesus Cristo (Mt 16, 18)
Observando o trecho por inteiro, simplesmente lendo a fala de Jesus a Pedro, na íntegra, torna-se realmente muito difícil entender como é que algumas pessoas têm a coragem de tentar distorcer as palavras do Senhor e mudar o sentido daquilo que foi dito tão explicitamente, procurando aí significados que simplesmente não existem. O decreto de Jesus é claro, direto, incisivo e categórico. Vemos que, além de fundar a sua única Igreja sobre Pedro, Nosso Senhor ainda lhe entrega as Chaves do Reino dos Céus, e o poder de “ligar e desligar” na Terra e nos Céus! Além de mudar o nome do Apóstolo, de Simão para Pedra, o que já demonstra que está lhe entregando, a partir daquele momento uma missão muito especial, o Cristo ainda lhe confere a autoridade sobre a Igreja na Terra. Ora, nosso Senhor está deixando muitíssimo claro que todo aquele que quiser entrar no seu Reino deverá procurar fazer parte da Igreja que Ele mesmo deixou.
Em outras partes do Novo Testamento Jesus é chamado "Pedra Angular", e certos ignorantes em Teologia têm usado isso para tentar confundir as pessoas mais simples, dizendo que não era Pedro a Pedra, e sim Jesus. Mas é óbvio que não há ligação nenhuma entre essas duas citações. Jesus não está falando consigo mesmo na passagem de Mateus 16: ele fala diretamente a Pedro. E fala a Pedro porque este foi o único discípulo a quem o Pai do Céu revelou quem era Jesus verdadeiramente. Se o Senhor estivesse falando de Si mesmo, diria simplesmente "Eu sou a Pedra...", assim como disse "Eu sou o Pão da Vida", "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida", "Eu sou a Ressurreição", "Eu sou a Porta", etc. Além disso, não teria sentido parabenizar Pedro, depois dizer que Ele mesmo era a Pedra e, logo em seguida, na mesma frase, entregar a Pedro as Chaves do Reino do Céu, dando-lhe autoridade para ligar e desligar na Terra o que seria ligado e desligado nos Céus. Simão a partir dali seria a Pedra, por isso recebeu as Chaves. O texto sagrado é objetivo, claro, direto. Não deixa margem nenhuma para confusão, a não ser da parte dos desonestos e maliciosos.
A liderança de Pedro sobre a Igreja (sobre os Apóstolos) também é confirmada em várias passagens do Novo Testamento, especialmente no Livro dos Atos, quando o próprio Pedro, em meio à reunião com todos os outros Apóstolos e anciãos, se levanta e declara: “Irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem”. (Atos dos Apóstolos 15, 7)
Pedro mesmo confirma que foi eleito dentre os Apóstolos. E ele está presente em todos os momentos importantes dos Evangelhos, desde o início da pregação, passando pela Transfiguração até a Ressurreição e todos os atos importantes da Igreja que iniciava sua missão evangelizadora. Mesmo assim, tem gente querendo dizer que não existe Igreja nem Papa. São esses mesmos, esses que fecham os olhos para as verdades da Bíblia, que se dizem os grandes entendedores da Bíblia. É uma situação lamentável.
Pedro não é chamado literalmente de “Papa” na Bíblia, porque esse termo surgiu somente séculos mais tarde, porém Pedro é sem dúvida o primeiro Papa, isto é, o primeiro líder dos cristãos na Terra, o "cabeça visível" da Igreja, que depois veio a ser chamado "Bispo de Roma", cidade onde se estabeleceu e a partir de onde a Igreja se expandiu universalmente, cumprindo afinal o Mandamento de Cristo, de levar o Evangelho até os confins da Terra (Mc, 16, 15).
Jesus Cristo fundou sua Igreja Una neste mundo, e Pedro foi a Pedra fundamental da Igreja: são fatos bíblicos e históricos incontestáveis. Qualquer pessoa que tenha um mínimo de discernimento os compreende e aceita. E compreendendo bem isso, caro leitor, responda para si mesmo, com toda a sinceridade: tem algum sentido dizer que ama e adora Jesus e desprezar a Igreja que ele próprio nos deixou?
E como se tudo isso já não fosse suficiente, a própria Bíblia Sagrada também nos ensina que é justamente na Igreja que se encontram a base e o sustento da nossa fé:
Escrevo (o Apóstolo está escrevendo a Bíblia) para que saibas como convém andar na Casa de Deus, a Igreja do Deus vivo, que é a Coluna e o Fundamento da Verdade.
(1 Timóteo 3, 15)
Será que depois de ler este estudo alguém ainda será capaz de dizer que "Jesus não fundou igreja"??? Depende. Se for alguém realmente disposto a encontrar a Verdade, que busque a Deus com a consciência limpa e pureza de alma, sem dúvida vai repensar suas convicções. Se for alguém firmemente determinado a permanecer fiel na doutrina infalível do seu "paxtô", este vai tentar encontrar um jeitinho e uma desculpa para continuar de olhos fechados.
A Luz de Cristo Salvador seja sobre a sua vida, você que leu este artigo na íntegra, até o final. Deus Todo Poderoso nos ajude, para que possamos servir de instrumento a defenestrar enganos deste tipo no mundo.
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