Pio XII sobre o dever dos fiéis católicos em tempos de eleição


DISSE SUA SANTIDADE o Papa Pio XII praticamente tudo o que muitos católicos omissos dos nossos dias estão precisando ouvir – com urgência –, e entender muito bem. Segue:


É certo e, ao mesmo tempo, é o dever essencial da Igreja, instruir os fiéis em palavras e escritas, do púlpito ou das outras formas habituais, em relação a tudo o que diz respeito à fé e à moral ou é irreconciliável com a sua doutrina própria e, portanto, inadmissível para os católicos, seja uma questão de sistemas filosóficos ou religiosos, ou dos fins pretendidos por seus adotantes, ou de suas concepções morais sobre a vida de indivíduos ou da comunidade.


    O exercício do direito ao voto é um ato de grave responsabilidade moral, pelo menos quando se trata de eleger aqueles que são chamados a dar ao país sua constituição e leis, particularmente aquelas relativas, por exemplo, à santificação de feriados de obrigação, matrimônio, à família, à escola. (...) Cabe, portanto, à Igreja explicar aos fiéis os deveres morais que derivam do direito eleitoral.


(SS. Pio XII, Alocução ao Colégio Sagrado de Cardeais, 16 de março de 1946)


É um direito e um dever chamar a atenção dos fiéis para a extraordinária importância das eleições e para a responsabilidade moral que recai sobre todos que têm o direito de votar. Sem dúvida, a Igreja pretende permanecer fora e acima dos partidos políticos, mas como ela pode permanecer indiferente à composição de um Parlamento, quando a Constituição lhe dá poder para aprovar leis que afetam tão diretamente os mais altos interesses religiosos e até mesmo a condição de vida da própria Igreja? Em seguida, há também outras questões árduas, sobretudo os problemas e as lutas econômicas que tocam de perto o bem-estar das pessoas. Na medida em que são de uma ordem temporal (embora na realidade também afetem a ordem moral), os religiosos deixam para os outros o cuidado de refletir e tratar tecnicamente com eles para o bem-estar comum da nação. De tudo isso, segue-se que:


    É um dever rigoroso para todos que têm o direito, homens ou mulheres, de participar das eleições. Quem se abstém, especialmente por covardia, comete um pecado grave, uma falha mortal.


    Todos têm que votar de acordo com os ditames de sua própria consciência. Agora, é evidente que a voz desta consciência impõe a cada católico sincero o dever de dar seu voto àqueles candidatos, ou às listas de candidatos, que realmente oferecem garantias suficientes para salvaguardar os direitos de Deus e das almas dos homens, para o verdadeiro bem dos indivíduos, famílias e sociedade, de acordo com a lei de Deus e a doutrina cristã moral.


(SS. Pio XII, Discurso aos Delegados da Conferência Internacional sobre Emigração, 17 de outubro de 1951)



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