"AGORA É A VOSSA HORA", disse Nosso Senhor aos agentes do poder estatal que vinham buscá-lo para o martírio: "Agora é a vossa hora e o poder das trevas" (cf. Lc 22,53). Sabemos bem quem é o "deus" e "o príncipe deste mundo" (Jo 14,30; 2Cor 4,4, etc.), razão pela qual a Igreja não pode ter parte com ele, e já sabíamos também que enfrentaríamos tribulações neste mesmo mundo; mas, quando o nosso inimigo comum parece realmente triunfar, quando os maus parecem efetivamente conquistar todo o poder temporal sobre os bons, quedamo-nos, assombrados.
Uma coisa é saber que vai acontecer, um dia. Outra coisa é viver a coisa, agora, muito antes do que a maioria de nós imaginava. Particularmente, tenho passado longas noites sem conseguir dormir. Tenho amigos que, desde o resultado das urnas (ao menos o resultado que nos foi apresentado), estão literalmente doentes, claramente pela tristeza e pela dor da frustração que se abateu sobre nós. Todos os fiéis católicos, juntamente com todas as pessoas tementes a Deus, mesmo aquelas que não pertencem à Igreja, ao menos segundo as estatísticas compõem maioria absoluta em nosso pais. E todos nós já havíamos sido algum dia instruídos a respeito do sofrimento que nos aguardava; são praticamente incontáveis as profecias e revelações, tanto bíblicas quanto particulares, que alertam para a grande apostasia e a grande tribulação que antecederá o fim dos tempos.
O próprio Catecismo enfatiza a grande provação por que terá de passar a Igreja de Cristo, nos seguintes termos:
Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma de uma impostura religiosa que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, de um pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado.
(CIC §675)
Isso está dito com tanta clareza no próprio Catecismo que a dita "igreja conciliar" diz observar, que é incrível como não percebam que essas coisas já estão acontecendo, e sendo perpetradas pelo seu próprio papa e seus bispos! E só um pouco mais à frente, dirá ainda o mesmo documento: "A Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o seu Senhor em sua morte e ressurreição" (§677).
Sabemos, portanto, que nós, o Corpo Místico, assim como Jesus Cristo Homem em seu corpo físico, teremos que sofrer também a Paixão e a morte antes da ressurreição gloriosa.
O Reino de Deus não será realizado por meio de uma vitória da Igreja na História, neste mundo, através um caminho de progresso constante. Menos ainda será possível que isso se dê com uma igreja que busque fazer amizade com o mundo, que para não parecer retrógrada comece a aceitar o erro, que se preste até a abençoar o pecado em nome da caridade, como vem acontecendo. O Reino não se dará por meio de uma igreja que substitua o santo Evangelho por uma ideologia sócio-política já condenada por Papas verdadeiros e santos. Ao contrário, este é o caminho da perdição e a via da paixão da Igreja, que hoje se vê fraca e sobrevivendo apenas nos seus membros ainda sãos, as almas fiéis a Cristo, que se tornaram uma pequena minoria.
A Igreja triunfará, sim, mas não dando às costas a Deus e abraçando o príncipe deste mundo, e sim pela vitória de Cristo sobre a última e grande ofensiva do mal, que então fará descer do Céu a sua Esposa imaculada, a santa Igreja triunfante. Nesse dia, a vitória final de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma de Juízo final, após o abalo deste mundo passageiro.
Embora não saibamos detalhes nem datas, pois isso nem mesmo o Filho do Homem soube dizer (cf. Mt 24,36-39), os dados que nos fornecem as Sagradas Escrituras permitem distinguir basicamente três ordens de fatos que precederão o dia do Juízo e a renovação do Céu e da Terra (cf. Ap 20,1), e são estes:
1) um momento de tribulação para a Igreja;
2) uma grande apostasia na Igreja e a impostura do Anticristo;
3) depois, o mundo será renovado: o fogo purificador da conflagração final, de acordo com a teologia medieval, fará novos os Céus e a Terra, e os mortos enfim ressuscitarão; virá então o Pantokrator – Cristo como Dominador, Regente e Juiz, em sua Glória celeste –, para julgar a todos e a cada um, dando aos justos a vida eterna e aos culpados o inferno. Assim será consumada a História.
Não temos, porém, minúcias a respeito das últimas coisas; todo esse itinerário é geral e incerto. Como dogma de Fé, deve-se crer apenas que a) Jesus Cristo virá julgar os vivos e os mortos; b) seu Julgamento final implicará o Fim dos Tempos; c) os mortos ressuscitarão.
Dadas estas conclusões básicas, as quais fundamentam a posição da Igreja, resta a pergunta fundamental que tantos se fazem hoje: estamos vivendo já, concretamente, os últimos dias? Está mesmo às portas o fim dos tempos? O que foi predito nas aparições de Nossa Senhora em Fátima, Akita, La Salette, Garabandal e outras, e por tantos videntes e místicos da santa Igreja, como o Beato Francisco Palau, Marie-Julie Jahenny e muitíssimos outros, está se concretizando bem diante de nossos olhos?
Bem, temos muitos padres (incluindo alguns muito populares e tidos como grandes 'conservadores-tradicionalistas'), bispos e teólogos contorcendo-se em incríveis malabarismos mentais para nos convencer de que a resposta para todas as perguntas feitas acima é não, ou que isso não importa, que não devemos nos alarmar, porque é preciso ter "prudência", que todo radicalismo deve ser sempre evitado, e outras coisas parecidas com essas. Mas todo aquele que ama a Igreja é capaz de perceber que, sim, já temos mais do que apenas indícios de que todos os sinais vêm se confirmando e que tudo já começa a se cumprir nestes nossos dias.
* * *
No âmbito social e político, os cristãos (juntamente com todas as pessoas honestas e de boa vontade), acabam de sofrer em nosso país – como vem ocorrendo em todo o mundo –, uma derrota épica, imensa. Querem nos impor um criminoso imoral e inimigo das famílias como líder. E temos tiranos a nos perseguir e a nos calar à força, abertamente, de modo cada vez mais cruel e mais explícito. Os que tentam se insurgir contra um sistema claramente anticristão, corrupto e anticonstitucional, são amordaçados, humilhados, condenados, banidos, e já não temos quem nos represente com poder para fazer algo concreto. Todo vestígio de boa moral foi lançado fora, os bons costumes submergem em lodos fétidos; a esperança se esvai das almas e dos corações a cada dia.
Mas se e quando o chefe da maior quadrilha criminosa conhecida retomar efetivamente o poder em nosso país – nossa pobre "Terra de Santa Cruz" –, quando esse grande inimigo de todo verdadeiro cristão, o qual tentam nos convencer na marra de que foi "eleito democraticamente" (depois de uma campanha absurdamente desigual e de inúmeras evidências de trapaça na apuração dos votos, com essas suspeitas corroboradas por um laudo oficial das Forças Armadas sem que, mesmo assim, nenhuma providência seja tomada!)... Se e quando esse criminoso repugnante (condenado em três instâncias com um mar de provas e até delações de ex-ministro, e outro mar de denúncias gravíssimas que foram engavetadas ou atiradas ao cesto de lixo por membros do Judiciário seus parceiros) retornar à cena do crime e se sentar novamente naquela cadeira, tudo vai piorar. E vai piorar muito, muitíssimo, a níveis que ainda nem podemos imaginar.
Diante de tal cenário, vejo da parte dos brasileiros honestos (e pensantes), basicamente três reações: dos que podem, uma parte expressiva está deixando o país, ou se movimentando nesse sentido; o resultado da eleição presidencial provocou uma imensa agitação nas agências e consultorias de migração para o exterior. De fato, a procura por emigração aumentou 15 vezes após a inaceitável vitória dos maus.
Outros tentam fugir para fora dos grandes centros urbanos, procurando refugiar-se na zona rural, até mesmo em assentamentos ou pequenas comunidades que começam a se formar, na tentativa de proteger suas famílias e seus filhos do que vem por aí.
Outros ainda parecem ter realmente decidido não aceitar o absurdo, e colocam-se nas ruas, em protestos sem fim, dispostos a mudar tudo, suplicando a ajuda das Forças Armadas, que até agora não veio. Será que virá? Não sabemos, mas é claro que esses movimentos ainda são mal organizados e as manifestações ainda são difusas, carentes de objetivos e reivindicações claramente definidos.
Enquanto isso, os veículos da grande mídia, unidos, oferecem todos os dias um terrível espetáculo de desfaçatez, desrespeito e até desumanidade: primeiro, ignoram até onde podem essas gigantescas massas de famílias honestas e pagantes de impostos que tomam as ruas em todo o pais; segundo, nas raras vezes em que se veem obrigados a citá-las, chamam-nos de movimentos "antidemocráticos", perpetrados por "bolsonaristas" cheios de ódio que não merecem nenhuma consideração. Já criaram e estão usando o termo "cristofascistas" para se referir a nós, que cremos naquilo que a Igreja sempre creu. Por fim, eu realmente não quero dizer isto, mas preciso, para alertá-lo, querido leitor: não se iluda, o suposto papa atual está do lado deles, e contra nós; ele mesmo não deixou de fazer a sua parte para que toda essa verdadeira desgraça acontecesse.
Sim, agora é a vossa hora, inimigos de Cristo, e o poder das trevas parece triunfar. Mas nós cremos e sabemos que o poder de todos esses crápulas e criminosos é menos que poeira diante d'Aquele a Quem servimos. Ainda que tenhamos por obrigação que fazer a nossa parte neste mundo, cada um conforme as suas possibilidades e o seu poder de alcance, sabemos que nosso socorro só pode vir do Céu. Continuaremos lutando e continuaremos suplicando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. "Verás que um filho teu não foge à luta", diz o hino; e por acaso fugirá da luta um filho de Deus? Acaso temerão aqueles que têm por Mãe a Santíssima Virgem ? Desanimarão os que têm na Cruz sagrada o seu estandarte?
Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação.
(Lc 21,28)
Eu me vi nesse texto. é esse sentimento mesmo que toma conta do povo brasileiro pensante. Pra mim não foi uma vitória mas sim um golpe que nos deram e isso não vamos aceitar nunca.
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