DE ALGUM MODO, João Paulo II parecia saber o destino do homem que por vinte e quatro anos foi seu braço direito e a mente brilhante que o ajudou a sustentar um dos pontificados mais longos da história da Igreja. A trajetória que levou o cardeal Joseph Ratzinger a se tornar o papa Bento XVI está ligada de forma indelével ao papel que desempenhou junto ao seu antecessor na condição de prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé e conselheiro pessoal.
Por três vezes, o fiel cardeal pediu oficialmente para se aposentar, ouvindo um “não” do pontífice polonês em todas as tentativas. Foi assim, mantido na ativa a contragosto, que Ratzinger entrou na fase mais importante de sua vida, aos 78 de idade, herdando o Trono que ele conhecia bem e que nunca desejou... O resto é História. Oito doutorados, o inegável eruditismo, polêmicas, a tentativa de resgatar os tradicionalistas, de restaurar a santa Liturgia por meio de uma "reforma da reforma", a luta contra a "ditadura do relativismo"...
A partir do dia em que se tornou "emérito", seus dias se assemelharam aos de um monge. Conforme seu secretário pessoal, arcebispo Georg Gänswein, por ocasião do seu aniversário de 95 anos, a rotina de Bento XVI no Mosteiro Mater Eclesiae, seu lar final, não mudou muito desde em que se mudou para lá, em 2013. Cada vez mais frágil fisicamente, mas incrivelmente lúcido, o pontífice ancião começava o dia com a Missa e as orações do Breviário. Depois, o café da manhã, uma pausa, e então se dedicava às correspondências e às leituras da manhã. “De vez em quando, há espaço para a música, até a hora do almoço”, disse Gänswein, completando que o período da tarde era dedicado a receber eventuais visitas e a recitação do Terço durante uma pequena caminhada nos Jardins do Vaticano. À noite, a janta e oração antes de se deitar.
Foi assim, contemplativo, vivendo num quarto modestíssimo, que o “Cooperador da Verdade” terminou os seus dias neste mundo, livre de todo o poder que o líder máximo de 1,3 bilhão de católicos detém, e que ele nunca quis. E assim essa página foi virada na história da Igreja; foi-se a tênue esperança de alguns, tão ingênuos que ainda acreditavam que ele se levantaria para interromper as barbaridades bergoglianas. Que Deus tenha misericórdia de sua alma e o acolha.
A paz de Cristo.
ResponderExcluirVi, logo cedo, pouco depois das 7 da manhã de hoje, a notícia da partida desse grande teólogo, católico, homem de grande fé.
Bento XVI fez o que pode e o que não pode na luta contra o "modernismo" na Santa Igreja. O Pai sabe disso. Este grande Papa está no Paraíso agora, junto com todos os santos e santas que lá estão, ao lado do Criador. Teve erros? Quem não tem muito mais erros, como vários "líderes" da Igreja, hoje?
Ele fará falta neste mundo conturbado, onde o ateísmo militante cresce a cada dia, inclusive no meio daqueles que se dizem cristãos. Agora, Bento XVI é uma luz muito brilhante a guiar os cristãos que seguem neste mundo.
Bento XVI, rogai por nós!
Abs.
Salve Maria.
Texto muito lúcido, como sempre! Realmente Bento XVI foi bem isso, uma última esperança de muita gente, eu era um desse, achava que ele ia salvar a igreja. Quando ele renunciou eu fiquei muito triste e esperava que viesse outro que continuasseo que ele tentou fazer, mas veio foi o pior papa de todos os tempos.
ResponderExcluirLU
S.S. Bento XVI, R.I.P.
ResponderExcluirBergoglianas? Esse site ou seu autor, agora são declaradamente sedevacantistas?
ResponderExcluirA resposta é não, Carlos Eduardo, embora consideremos o sedevacantismo e o sedeprivacionismo como posições legítimas e perfeitamente plausíveis diante da situação atual da Igreja. Dissemos "bergoglianas" porque barbaridades como ensinar que trabalhar pela conversão dos povos é pecado (contrariando diretamente a Cristo), ou que a diversidade das religiões é da vontade de Deus, ou que que judeus, muçulmanos e pagãos não precisam de conversão para ganhar o Céu, ou que os pecadores, hereges e apóstatas são parte da Comunhão dos Santos, ou ainda que basta a fé para receber a sagrada Comunhão, e outras semelhantes a estas, que têm sido cometidas por Francisco, com pertinácia, desde o dia em que foi eleito, não podem ser ações vindas de um Papa, o Vigário de Cristo, o Pastor Universal das Almas, o Cabeça Visível de toda a Igreja. Tenho certeza de que você entende isso.
ExcluirAssim, se consideramos que mesmo com todas as suas heresias, a sua apostasia do próprio Papado e suas traições constantes da Fé, ainda assim ele continue sendo papa, então somos obrigados a dizer que todos esses crimes não foram cometidos por ele enquanto papa, mas sim como doutor privado, isto é, não como Francisco mas como Bergoglio.
Bem simples, de fato. Para saber mais sobre a nossa posição perante esta grande crise ou grande apostasia em que vivemos, acesse nossa série específica, disponível no link abaixo:
Posições perante a crise/grande apostasia
Deus o guarde e salve no último dia.
Fraternidade Laical São Próspero