O BISPO EMÉRITO de Hong Kong, cardeal Joseph Zen, criticou firmemente as restrições do Papa Francisco à Missa tradicional em latim, bem como o Sínodo do Papa sobre a sinodalidade.
Cardeal Zen fez seus comentários ao jornal italiano Il Giornale (veja), em uma entrevista publicada em 17 de janeiro deste ano. Ele esteve presente em Roma pela primeira vez desde o ano 2020, depois de ter recebido 5 dias de licença do Partido Comunista Chinês (PCC) para comparecer ao funeral de Bento XVI.
Questionado sobre o livro revelador do arcebispo Georg Gänswein (saiba mais), Zen respondeu que não o havia lido inteiro, mas que concordava com certos trechos amplamente divulgados que conheceu: “Concordo com Mons. Gänswein na questão da Missa em latim”, disse ele. “As generalizações tendenciosas da Traditionis Custodes de Francisco feriram o coração de muitas pessoas”.
Ecoando comentários que ele fez logo após a divulgação do polêmico motu proprio de Francisco em 2021, Zen acrescentou que, contido no documento e na carta que o acompanha, havia “uma facilidade e uma tendência em vincular o desejo pela forma 'extraordinária' da Missa a um julgamento negativo. (...) Não podem esperar pacientemente que a Missa Tridentina morra junto com a morte de Bento XVI, em vez de humilhá-lo dessa maneira?” ele perguntou à época.
Em seu livro, Gänswein escreveu que Bento XVI só soube da Traditionis Custodes lendo o L'Osservatore Romano, no dia em que o documento foi publicamente divulgado. De acordo com Gänswein, Bento XVI considerou a publicação do motu proprio “um erro”. Em uma entrevista, Gänswein afirmou também que o falecido Pontífice leu o documento “com dor no coração”.
Zen escreveu anteriormente sobre suas impressões positivas sobre o efeito que a Missa Tradicional tem sobre a Igreja. Algumas semanas antes da publicação da a Traditionis Custodes, ele escreveu sobre “o muito bem que tinha vindo do motu proprio Summorum Pontificum de Bento XVI e da celebração da Missa Tridentina”.
“Senti tanta reverência, fiquei tão fascinado (e ainda estou!) pela beleza do canto gregoriano, que acho que essa experiência alimentou minha vocação para o sacerdócio, assim como foi também para tantos outros”, escreveu ele: “A Missa Tridentina não é motivo de divisão; pelo contrário, une-nos aos nossos irmãos e irmãs de todos os tempos, aos Santos e Mártires de todos os tempos, àqueles que lutaram pela Fé e nela encontraram inesgotável alimento espiritual”.
Sínodo é motivo de preocupação
O Cardeal também entrou na controvérsia sobre o Sínodo de Francisco sobre a sinodalidade, em outubro deste ano: “Estamos muito preocupados com o que pode acontecer com o Sínodo dos Bispos. E temo que o Sínodo repita o mesmo erro da Igreja holandesa há 50 anos, quando os bispos recuaram e aceitaram que os fiéis conduzissem a Igreja; então, seus números diminuíram. Rezemos para que nosso Papa tenha mais sabedoria”, disse.
O prelado de 91 anos acrescentou que Bento XVI “deu um exemplo muito bom” com a sua renúncia, e ajunto que, se Francisco “tiver sérios problemas de saúde, deveria considerar renunciar”.
Enquanto estava em Roma para o funeral de Bento XVI, o cardeal Zen finalmente se encontrou com o Papa Francisco, depois que o pontífice se recusou a se encontrar com o cardeal em sua última visita a Roma em 2020. Não se sabe se a dupla discutiu o acordo secreto do Vaticano com a China, ao qual Zen se opôs de forma consistente e pública. Ele acusou Francisco de “encorajar um cisma” e de “trair a Igreja Católica na China”, ao mesmo tempo em que caracterizou o acordo como “uma traição incrível”. Saiba mais a respeito aqui, aqui e aqui.
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Fonte: HAYNES, Michael. LifeSiteNews, "Cdl. Zen speaks out against Synod on Synodality, Latin Mass restrictions", disp. em:
https://www.lifesitenews.com/news/cdl-zen-speaks-out-against-synod-on-synodality-latin-mass-restrictions/?utm_source=onesignal
Acesso 21/1/2023
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