O Santuário de Notre Dame de La Salette, hoje. |
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NO DIA SEGUINTE ao da aparição de 19 de setembro de 1846, a notícia se espalhava como um incêndio. La Salette tinha em torno de oitocentos habitantes, um pequeno vilarejo de camponeses dos Alpes. Muitos vinham perguntar a Maximim e Mélanie o que sucedera, e eles repetiam sempre a mesma história, à exaustão.
O ocorrido, claro, chegou ao pároco de La Salette, um experiente ancião. A santa Igreja, como Mãe e Mestra, sempre espera o momento certo para se manifestar, pois há critérios estabelecidos para discernir quanto aos casos de aparições. E o pároco, num primeiro momento, adotou uma atitude prudente, mas diante da clara sinceridade das duas crianças, e do fato de que ambas se repetiam com precisão ao contar exatamente todos os detalhes do sucedido, logo acreditou. No fim de semana seguinte, ele falou no ambão da paróquia sobre a aparição, o que constrangeu o bispo local, Dom Philibert de Bruillard, que o repreendeu duramente. Todavia, logo na sequência dos fatos, dando-se conta de tantas e tão claras evidências, também ele acreditou na veracidade das aparições. Pouco depois, o cardeal-arcebispo de Lyon, Dom Louis-Jacques-Maurice de Bonald, manifestou-se cético, exigindo das crianças, para que aceitasse a realidade das aparições, a revelação do segredo que lhes fora dado por Nossa Senhora.