AS IGREJAS CATÓLICAS ORIENTAIS são ilustres desconhecidas para nós. Adoramos ver trechos de suas liturgias, rezar algumas preces orientais e ler sobre a vida de Santos católicos do Oriente, mas quando se trata de concretamente conhecer quem são esses nossos irmãos... sabemos quase nada a respeito deles.
Nós nos acostumamos a considerar a Igreja latina como sinônimo de Igreja Católica uma vez que, historicamente, a maior parte das comunidades orientais separou-se da comunhão com o restante da Igreja.
Entretanto, as Igrejas orientais unidas à Roma são tão católicas quanto a Igreja Latina e, se chamamos nossa Igreja de "Católica Apostólica Romana", é porque o sucessor de Pedro tem sua sede na Cidade Eterna, e não porque nossa Igreja é restrita à cultura e liturgia romana.
Como é difícil encontrar um bom material audiovisual a respeito das 23 Igrejas orientais, após um longo trabalho preparei este vídeo, a partir de seus 5 ritos: Caldaico, Siríaco, Copta, Armênio e Bizantino. Eles englobam algumas variantes, como o Siro-Malabar, Maronita e Ucraniano.
A Igreja Católica nasceu com uma pluralidade litúrgica riquíssima, uma vez que os Apóstolos não hesitavam em absorver na liturgia os elementos culturais sadios dos povos por eles evangelizados, resultando assim em diferentes tradições litúrgicas.
Após o fim das grandes perseguições, os principais centros cristãos da antiguidade sistematizaram seus ritos, que, no oriente, deram origem a 5 liturgias:
1º Rito Siro-Caldaico. A Divina liturgia dos Santos Addai e Mari, em uso por 2 Igrejas sui iuris.
Utilizada pelos cristãos evangelizados por São Tomé na Pérsia e na índia.
Após o martírio do Patriarca Babowai em 484, em menos de 20 anos o controle da Igreja Caldaica passou aos nestorianos, que arrastaram os indianos ao mesmo cisma.
A Igreja assíria do leste foi gigantesca na Idade Média, com milhões de fiéis, até ser virtualmente destruída por perseguições movidas por mongóis maometanos, como Tamerlão, no século XIV.
Boa parte dos caldaicos retornaram à Igreja Católica a partir da liderança de Simão Sulaqa, sagrado Patriarca pelo Papa Júlio III por volta de 1555.
Já os indianos entraram em comunhão com Roma no Sínodo de Diampur em 1599, estabelecendo a Igreja Católica Siro-Malabar.
2º Rito Siríaco. A Divina liturgia de São Tiago é utilizada pelos fiéis siríacos de 3 Igrejas sui iuris. A maior parte deles separou-se da comunhão Católica após o Concílio de Calcedônia, mais por conta de ressentimento com as atitudes arrogantes dos Imperadores bizantinos em tratar os súditos não-gregos do Império, do que efetivamente por razões teológicas.
Os fiéis que permaneceram unidos à Igreja foram chamados de Melkitas, e na idade média adotaram o rito bizantino.
No século XVII, o Patriarca Siríaco André Akijan entrou em comunhão com Roma. Nos anos 1930, o Bispo indiano Mar Ivanios, da Igreja Malankara que adotara o rito siríaco no século XVII, fez o mesmo caminho.
Já os fiéis Maronitas do Líbano nunca romperam a comunhão com a Sé Romana, e são célebres pelo grande número de seus Santos, sendo o principal São Charbel Makhlouf.
3º Rito Copta. A Divina Liturgia de São Basílio é empregada pelos Coptas, cristãos do Egito, e pelos etíopes, por eles evangelizados. Separaram-se da Igreja no mesmo contexto e pelas mesmas razões dos Siriacos, e apenas nos séculos XIX e XX estabeleceram-se comunidades Católicas Coptas. Tem 3 Igrejas sui iuris, todas muito pequenas: a do Egito, da Etiópia e da Eritréia.
4º Rito Armênio. Empregado exclusivamente pelos fiéis deste povo, separam-se da Igreja após Calcedônia. Na Idade Média, o Reino Armênio da Cilícia uniu-se à Roma, mas foi conquistado pelos maometanos em 1375. No século XVIII, um grupo armênio uniu-se à Roma. A figura do Cardeal Pedro Agagianian, prefeito da Congregação para propaganda da Fé, foi um insigne nome Católico Armênio no século XX.
Sua Liturgia compartilha uma origem comum e certas semelhanças com o rito bizantino.
5º Rito Bizantino. A Divina Liturgia de São João Crisóstomo é empregada por 14 das 23 Igrejas sui iuris, cada uma delas tendo um caminho próprio de volta à comunhão com Roma. As maiores são dos fiéis ucranianos e dos melkitas.
Salve Maria! Não sou um grande conhecedor do assunto, mas posso recomendar o livro "Os Melquitas", de Roberto Khatlab, que foi editado pela própria Eparquia Greco-melquita no Brasil. Indico também que consulte o autor do blog especializado "Oriente Católico" [https://orientecatholico.blogspot.com] ou o próprio Lorenzo, que é bastante atencioso e costuma responder prontamente aos seus inscritos: https://www.youtube.com/watch?v=dpLv0FVS4Y8
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Boa tarde. Poderia passar alguma bibliografia a respeito dos ritos orientais?
ResponderExcluirSalve Maria! Não sou um grande conhecedor do assunto, mas posso recomendar o livro "Os Melquitas", de Roberto Khatlab, que foi editado pela própria Eparquia Greco-melquita no Brasil. Indico também que consulte o autor do blog especializado "Oriente Católico" [https://orientecatholico.blogspot.com] ou o próprio Lorenzo, que é bastante atencioso e costuma responder prontamente aos seus inscritos: https://www.youtube.com/watch?v=dpLv0FVS4Y8
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