CARÍSSIMOS LEITORES E ASSINANTES, salve Maria Puríssima e louvado seja Nosso Senhor, o Rei do Universo que agora celebramos como Deus Menino!
Os últimos dias têm sido difíceis para nós, e vêm sendo especialmente desafiadores nestes nossos tempos já tão duros. Falo a bons católicos, presumivelmente, àqueles que amam a Igreja e dos quais ainda se pode dizer, como disse o Salmista: “O zelo pela tua Casa me consome” (Sl 68,10). Zelo que consumiu Nosso Senhor a ponto de fazê-lo perder a calma, diante da profanação do Templo. Até Ele, o Exemplo mais perfeito do que é ser “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), moveu-se de ira santa e partiu para as chibatadas contra os profanadores (Jo 2,13-22).
Imagino como Ele deve estar se sentindo hoje, no Céu, tendo agora o seu Corpo místico tão impiedosamente flagelado, dessa vez não pelos seus inimigos declarados, mas sim por aqueles que deveriam ser os mais fiéis membros da sua Igreja. Aqueles que receberam d'Ele a incumbência de propagar o Evangelho a todo o mundo, chegando a dar a vida por isso, se preciso fosse.
No meio de uma dor tão intensa e lutando contra uma tempestade tão violenta, acabamos, sem perceber, deixando de lado o mais importante: a espiritualidade, a nossa comunhão interior com esse Deus que quis vir até nós frágil, como uma criança, por inconcebível amor e por inimaginável misericórdia.
Tanto vemos sendo deturpado o sentido verdadeiramente cristão da palavra “misericórdia”, por tantos que confundem o seu real significado com o da permissividade, como se a misericórdia de Deus nos desse uma espécie de licença para pecar livremente, como se fosse a autorização para fazer tudo o que se quiser, sem nenhuma preocupação com os Mandamentos de Deus e os da Igreja... e sem considerar o nosso destino eterno. Infelizmente, até os homens postos nos mais altos cargos da hierarquia eclesiástica têm trabalhado para nos fazer esquecer que a divina Misericórdia, na sua real significação, atingiu o seu auge no Natal do Senhor – para consumar-se na Cruz e na Ressurreição.
Estamos vivendo os dias mais belos, mais comoventes, mais santos e inspiradores de todo o ano litúrgico, que só podem ser comparados com aqueles da Semana Santa e da Páscoa da Ressurreição: e essas datas estão intrinsecamente ligadas. Poucos ainda o observam – muitos nem sequer sabem disso, porque a maioria dos nossos pastores já não o diz –, mas também o tempo do Advento requer penitência, uma penitência de preparação que deve marcar a vida do fiel na forma de algum pequeno esforço, que é como que um limpar da alma e um organizar da vida para receber dignamente a Visita do Menino, que chega para nós nos Braços de Maria Virgem. Por ser um tempo de alegria, será um sacrifício brando, mas dedicado, sereno e amoroso.
Em outros anos menos atribulados e angustiosos, estivéramos falando aqui, alegremente, sobre a data do Natal, sobre a legitimidade desta santa Celebração, sobre São Nicolau de Núrsia, que foi o verdadeiro Papai Noel... Este ano, temos lutado, com as forças que temos, uma luta santa pela restauração da verdadeira Fé católica. Mas não sem alegria, não sem louvar incessantemente a Deus que nos deu a Boa Nova pela voz do Anjo:
Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor! (Lc 2,10-11)
Que diante do Presépio, nesta véspera e durante todo o dia santo do Natal, possamos reforçar a nossa Fé e nossa confiança de que, no fim, o Cristo reinará e restaurará todas as coisas.
Do mais profundo de nossos corações, desejamos a todos os nossos leitores e assinantes um santo e jubiloso Natal de Nosso Senhor, repleto de verdadeiras bênçãos e de abundantes graças. Viva Jesus Menino!
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