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| Aparição na sacada do hospital Gemelli pouco antes de receber a alta médica |
DEPOIS DE 38 DIAS no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, Roma, onde permaneceu internado devido a graves dificuldades pulmonares, Francisco está de volta ao Vaticano (desde o dia 23 de março). Sua situação atual, porém, influencia diretamente o seu governo e até sua capacidade de governar, com mudanças em sua agenda e no ritmo das suas atividades, nas cerimônias no Vaticano e até nas estruturas na Casa Santa Marta.
A suíte da Casa Santa Marta foi adaptada para responder às novas necessidades depois do retorno: a residência, ao lado sul da basílica de São Pedro, foi escolhida desde o início do atual governo, em 2013, em vez do apartamento no Palácio Apostólico. Esse edifício, na realidade, foi construído para abrigar os cardeais no conclave e tem quartos, estúdios privados, capela e áreas comuns. No segundo andar estão o quarto de Francisco — uma suíte de três cômodos que mede 90m2 —, os de suas três secretárias e algumas salas de reuniões.
Na suíte, continua a convalescença, com cânulas nasais que proveem oxigênio de alto fluxo. O maior risco, segundo informou a equipe médica, são as infecções: para evitar isso, os médicos recomendaram limitar as visitas e o contato com outras pessoas ao mínimo possível.
Não há previsão de compromissos externos para as próximas semanas, embora possa ocorrer alguma exceção, como aconteceu no domingo passado (6/4), quando Francisco apareceu de surpresa na praça de São Pedro durante o Jubileu dos Enfermos. Numa cadeira de rodas e acompanhado por Massimo Strappetti, seu enfermeiro pessoal, ele se achegou ao altar-mor. Depois da Missa, abençoou com dificuldade os fiéis na Praça de São Pedro. Todavia os encontros com grandes grupos de peregrinos ou famílias com crianças pequenas está proibido. O encontro com o rei da Inglaterra, Charles III, e sua esposa Camilla, foi adiado indefinidamente.
Matteo Bassetti, diretor de Doenças Infecciosas do Hospital San Martino, em Gênova, Itália, disse à CNA: "O papa tem quase 90 anos e [agora] é uma pessoa muito frágil do ponto de vista imunológico, porque recebeu cortisona e outras drogas que deprimem o sistema imunológico, o que o torna mais vulnerável".
Ainda capaz de exercer o seu ministério?
As especulações sobre uma possível renúncia próxima se intensificam — o próprio disse que renunciaria caso fosse impedido de exercer suas funções por razões de saúde e até assinou, já em 2013, primeiro ano do seu pontificado, um documento de renúncia, conforme noticiado amplamente em diversos veículos de mídia[1]. O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que, por ora, "o trabalho de escritório continuará”. Quando necessário, “nos encontraremos com ele ou lhe enviaremos dossiês sobre os quais ele possa decidir", disse Parolin.
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[1] Uma descrição da entrevista no site de notícias do Vaticano reproduzia a resposta dada pelo pontífice aos jornalistas do veículo espanhol na ocasião: "Assinei a renúncia e lhe disse: em caso de impedimento médico ou o que quer que seja, aqui está a minha renúncia'". A carta teria sido entregue pelo pontífice ao cardeal italiano Tarcisio Bertone, na época o secretário de Estado do Vaticano. Hoje, estaria sob a guarda do cardeal Pietro Parolin, que ocupa o mesmo posto. (A carta de renúncia que o papa Francisco escreveu em 2013 para o caso de 'impedimento médico', no portal 'G1 Mundo', disp. em: https://acesse.one/9a6qo)
Com informações de ACI Digital, matéria disp. em:
https://www.acidigital.com/noticia/62069/a-nova-realidade-do-pontificado-do-papa-francisco
Acesso 8/4/2025.
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